Notícias

GUARIMà – REVISTA DE ANTROPOLOGIA & POLÍTICA Volume 1, Número 1 Agosto -

 

 

EDITORIAL

 

            Este é o primeiro número da revista Guarimã – Revista de Antropologia e Política,
produzida pelo Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia-
PPGCSPA, da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Neste número trazemos ao leitor as
seguintes seções: Artigos, Debates Antropológicos e Ensaios.
           Na seção Artigos este número, apresenta ao leitor, inéditos escritos por Deborah Bronz,
Selma Solange Monteiro Santos e Caroline Barbosa Contente Nogueira que colocam em
discussão processos distintos de implementação dos chamados “megaprojetos” a exemplo do
licenciamento, da pesquisa, da instalação e da operação. Discutem ainda as al terações na
legislação nos procedimentos de licenciamento. Incluímos ainda um artigo de Aurélio Viana,
publicado originalmente em 1989. Ao descrever o debate travado por diferentes sujeitos
políticos no contexto de mobilização para a organização do I Encontro Nacional dos
Trabalhadores Atingidos por Barragens, as considerações do autor bem circunstanciam o debate
atual sobre licenciamento ambiental.
           O conjunto destes ar tigos nos traz reflexões sobre distintos processos de
implementação dos chamados megaprojetos, a exemplo do licenciamento, da pesquisa, da
instalação e da operação. Discutem ainda as al terações na legislação nos procedimentos de
licenciamento.
           Nos úl timos anos temos observado a ocorrência de mudanças significativas em códigos
brasileiros que disciplinam formas de intervenção e gestão alusivas ao meio ambiente que bem
podem ser pensadas como “recodificação” na medida em que temos assistido a uma forte
flexibilização da legislação ambiental, principalmente. Neste sentido os artigos buscam refletir
           a implementação de megaprojetos. Podemos ler ainda, os impactos dessa recodificação no
direito de povos e comunidades tradicionais.
É relevante informar que os artigos estão organizados de forma a colaborar no
entendimento deste processo de recodificação, nos dando uma perspectiva inclusive histórica
dos efeitos sociais deste processo e das mobilizações sociais que daí resul taram, como a
constituição do Movimento dos Atingidos por Barragem-MAB.
          A Seção Debates Antropológicos apresenta ao leitor uma discussão profícua para a
história e teoria da disciplina antropológica. Nesta, o autor busca apresentar as nuances em
torno das noções de “antropologia da ação” (action anthropology), como colocada por Sol Tax
versus “antropologia em ação” (anthropology at work/ applied anthropology), como colocada
por George Foster.
         Os textos, discutidos por Alfredo Wagner Berno Almeida, são textos históricos da
disciplina antropológica, com relação ao texto “Action Anthropology”, foi impresso
inicialmente pelo Journal of Social Research (Bilhar, Ranchi, Índia) em março-setembro de
1959. Contudo, a versão apresentada aqui, é a tradução da reprodução no periódico acadêmico
Current Anthropology (Chicago, Illinois, E.U.A.) em dezembro de 1975. Este texto e aquele
intitulado "Projeto Fox" nunca haviam sido traduzidos para o português, muito embora se
constitua num referencial bibliográfico muito citado por antropólogos brasileiros. Trata-se de
um texto hoje clássico da literatura antropológica e inédito no idioma português. As traduções
ora apresentadas ao público foram feitas por Ava Hoffman, no âmbito de suas atividades
acadêmicas junto ao PNCSA e constitui-se em esforços de divulgação e ampliação do número de
leitores, alcançando aqueles ainda em formação acadêmica. Constitui-se, nesse sentido, numa
iniciativa pedagógica que busca contribuir com a formação acadêmica de discentes da
graduação e da pós-graduação.
        Os textos de George Foster, “O antropólogo em ação: o contexto conceitual” e “O
antropólogo em ação: estágios de análise” foram retirados do livro publicado em português
intitulado “As cul turas tradicionais e o impacto da tecnologia” (1962).
Na Seção Ensaios, Luiz Antônio de Castro Santos discute a noção de “periferia”,
refletindo sobre exclusões, iniqüidades sociais e desigualdades.

Notícia cadastrada em: 15/07/2020 13:51
SIGUEMA Acadêmico | Coordenação de Sistemas de Informação - 2016-8200, ramal 9950/2016-8201/2016-8202 | Copyright © 2006-2024 - UEMA - AppServer1.s1i1