Área de Concentração
Mestrado
ESTADO COMUNIDADE TRADICIONAL E TERRITORIALIDADE DA AMAZÔNIA
Linhas Pesquisa :
› CARTOGRAFIA SOCIAL, POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS, TERRITORIALIDADES E MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMAZÔNIA
ESTADO COMUNIDADE TRADICIONAL E TERRITORIALIDADE DA AMAZÔNIA- A linha de pesquisa tem como objetivo principal refletir teoricamente sobre a Amazônia à luz dos temas Cartografia Social, Territorialidades e Movimentos Sociais. Como instância de produção de conhecimento, a chamada cartografia social evidencia a perda de hegemonia das condições de produção do conhecimento cartográfico, intrínseco, até então, aos aparatos de Estado. Os produtos cartográficos que resultam das experiências de autocartografia divergem dos mapas oficiais por deslocarem o foco da análise do quadro natural e sua ênfase em aspectos como clima e relevo para a reflexão crítica sobre a dinâmica de situações de conflito e antagonismos sociais. Tal deslocamento torna evidente o trabalho intelectual e permite refletir sobre a necessidade de relativizar os princípios objetivistas de classificação, que fazem crer que o ato de produzir está ancorado no mundo dos objetos, isto é, numa realidade objetiva ou dada pela natureza. Serão tomados para análise os produtos cartográficos que resultam da cartografia social e o campo de disputa em relação à interpretação legítima sobre os espaços territoriais que lhes são correspondentes. Nesse sentido, a linha de pesquisa “Cartografia social, territorialidades e movimentos sociais na Amazônia” tem como objetivo contribuir para a análise crítica a respeito das condições do saber cartográfico. Ao buscar “conhecer o conhecimento” a proposta desta linha de pesquisa opõe-se à visão dos positivistas, que concebem o trabalho de divisão do espaço, materializado pelos mapas, como reprodução fidedigna de uma realidade tida como objetiva. Sob essa ótica, o mapa é visto como reflexo do real, como expressão de verdade, porquanto o conjunto das coisas que ele contém é apresentado como expressão da verdade relativa ao mundo dos objetos. Em oposição a esta abordagem, propomos ressaltar que o ato de produzir um mapa compreende um ato de classificação. Nesse sentido, as divisões do espaço nele objetivadas encontram-se implicadas num embate de forças, já que referidas a uma disputa pela imposição da classificação legítima. Ao indagarmos sobre as vicissitudes da produção cartográfica, a abordagem sugerida por esta linha de pesquisa propõe tomar por objeto a lógica da pesquisa e não do objeto de pesquisa. Ao fazê-lo convidamos a uma reflexão sobre os princípios de classificação acionados para dividir o espaço, subjacentes à produção dos mapas, tanto quanto sugerimos que se observe quem é o sujeito que produz o mapa, de onde produz e quando produz. Para além dos símbolos gráficos explicitados nos mapas há, pois, um conjunto de práticas e representações sociais implícitas ao trabalho de produção cartográfica que nos interessa estudar. Em se tratando de experiências de autocartografia os produtos cartográficos em jogo não dispensam critérios identitários e formas de viver e de existir específicas, assim como dão visibilidade a sistemas de relações sociais balizados por conflitos sociais - agudos por vezes - e situações de antagonismos que nos interessa analisar. As condições de produção desses mapas estão, assim, referidas a iniciativas de mobilização social objetivadas em inúmeras formas de mobilização, desde movimentos sociais organizados a diferentes formas associativas. A chamada cartografia social pode ser pensada tanto como instância de produção de conhecimento cartográfico, quanto como instância de mobilização política de forma a exigir-nos entendimento sobre processos sociais e históricos que nos autorizam a relacionar a trajetória de coletividades específicas a reestruturações do mercado de terras.
› ESTADO, GOVERNO, POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO E TERRITORIAL NA AMAZÔNIA
ESTADO COMUNIDADE TRADICIONAL E TERRITORIALIDADE DA AMAZÔNIA- Esta linha de pequisa tem por objetivo desenvolver análises acerca do Estado, enquanto poder político e enquanto campo de disputa pela legitimação de modelos de desenvolvimento em construção na sociedade. Tais análises contribuirão para a compreensão das intervenções governamentais que visam a implementação de políticas de desenvolvimento, conjugadas com interesses econômicos privados, na Amazônia. A reflexão crítica desses processos implica um diálogo permanente entre diferentes disciplinas, em particular a ciência política, a antropologia, a sociologia e a economia, visando uma interpretação mais acurada da dinâmica do capitalismo, em sua face mundializada, na região amazônica. Compreendendo a Amazônia, enquanto espaço plural, tanto nos aspectos politicos, econômicos, sociais, quanto ambientais e culturais, o curso de Mestrado Cartografia Social e Política da Amazônia, por meio desta linha de pesquisa, incluirá também no seu foco de análise, as tensões que emergem, a partir da implementação de empreendimentos econômicos privados e de políticas de desenvolvimento, sobre territorialidades específicas. Neste aspecto, serão observadas as diferentes formas de mobilização política que se estruturam na disputa por tais territorialidades e pelo reconhecimento das diferentes formas de organização da vida social existentes na Amazônia.
› NARRATIVA, MEMÓRIA E IDENTIDADES COLETIVAS NA AMAZÔNIA
ESTADO COMUNIDADE TRADICIONAL E TERRITORIALIDADE DA AMAZÔNIA- Esta linha de pesquisa tem por objetivo desenvolver estudos sobre os elementos que compõem o patrimônio cultural imaterial, entre eles as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, bem como objetos, artefatos e lugares, reconhecidos por povos, comunidades ou grupos, como elementos de seu patrimônio cultural, comumente acionados na afirmação de suas identidades. A intenção é fazer uso das narrativas orais e escritas, de forma a cartografar a memória coletiva dos povos, grupos e comunidades que vivenciaram diferentes processos de ocupação e que atuaram como sujeitos importantes no delineamento de formas de organização política da Amazônia. Tais pesquisas revelarão as atuais condições de vida e dilemas desses povos, comunidades e grupos sociais, no que tange às questões ambientais, econômicas, sociais e culturais. A cartografia dessa memória evidenciará produções simbólicas que expõem a escrita oficial, face ao conjunto de relações sociais e situações de conflitos construídas nesses processos de ocupação, podendo constituir-se em importante ferramenta para a orientação do planejamento público na definição de suas políticas.
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