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Banca de DEFESA: ELIVALDO CARLOS MOREIRA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ELIVALDO CARLOS MOREIRA DE OLIVEIRA
DATA: 30/09/2020
HORA: 14:00
LOCAL: VIA MICROSOFT TEAMS
TÍTULO:

ETNOBOTÂNICA EM AGROVILAS QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA, AMAZÔNIA ORIENTAL, BRASIL: UMA PERSPECTIVA SOCIOAMBIENTAL QUALI-QUANTITATIVA


PALAVRAS-CHAVES:

Território Quilombola, Segurança Alimentar, Agroecologia, Centro de Lançamento de Alcântara.


PÁGINAS: 181
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Agronomia
RESUMO:

A Etnobotânica tem se destacado entre as pesquisas científicas devido às diversas abordagens sobre usos das plantas pelas comunidades tradicionais. Entre essas comunidades estão os quilombolas, um grupo étnico-racial que desenvolveu grande conhecimento da flora brasileira desde o Período Colonial. Em Alcântara existem 157 comunidades descendentes de escravos que foram abandonados pelos senhores das fazendas de cana-de-açúcar e algodão no início do século XIX, onde se estabeleceram diversas comunidades quilombolas com características peculiares e utilizando de forma comunal os recursos desse vasto território étnico. Essas comunidades permaneceram no anonimato até a chegada do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no início dos anos 80, quando iniciou o processo de desapropriação e assentamento compulsório de 312 famílias em apenas sete pequenos povoados distantes do litoral, denominados pelo CLA de “agrovilas”. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o conhecimento etnobotâncio de espécies florestais nativas espontâneas e das espécies cultivadas em roças, quintas e jardins nas sete agrovilas quilombolas de Alcântara e a relação desse conhecimento com o assentamento compulsório. A hipótese é que esse processo, ao longo de três décadas, provocou efeitos negativos no conhecimento tradicional de plantas do território quilombola. Foram entrevistados individualmente 73 moradores adultos e idosos nas sete agrovilas, aos quais foi aplicada a técnica de lista livre e selecionados através do método snowball. Foram utilizados dados fitossociológicos de estudo pretérito de 12 parcelas de 1.000 m2 (20 x 50 m) alocadas em ambientes de baixa degradação e média degradação nas microbacias dos rios Pepital e Grande. Os dados etnobotânicos foram analisados através de estatística univariada (teste de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney) e pelos Indices de Saliência de Smith e Valor de Uso. Foram realizadas correlações entre os parâmetros fitossociológicos e os Valores de Uso das espécies através da correlação  de Spearman. Os resultados demonstram que os fatores demográficos, ambientais e as crenças estão intimamente relacionados ao saber local das plantas; que devido ao desaparecimento e redução de espécies florestais nativas, as frutíferas exóticas cultivadas nos quintais desempenham um importante papel na segurança alimentar das famílias; que a degradação florestal, apesar de estar intimamente relacionada à perda de espécies nativas espontâneas, é consequência do processo do assentamento compulsório ocorrido nos anos 80. Dessa forma, os futuros assentamentos das demais comunidades quilombolas para ampliar o CLA são incompatíveis com a reprodução física, socioeconômica e cultural dessas comunidades.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1589241 - ANA ROSA MARQUES
Externo ao Programa - 71688 - JOSÉ ROBERTO PEREIRA DE SOUSA
Externo à Instituição - MÁRLIA REGINA COELHO-FERREIRA - UFRA
Externo à Instituição - RAYSA VALERIA CARVALHO SARAIVA - UFMA
Presidente(a) - 2500536 - TIAGO MASSI FERRAZ
Notícia cadastrada em: 14/09/2020 17:40
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