AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO: inclusão do estudante com Síndrome de Down no Ensino Médio
Afetividade; Inclusão; Estudante; Síndrome de Down.
As discussões acerca das dimensões afetivas na Educação têm ganhado relevância nos estudos científicos, considerando-se a importância destas dimensões na aprendizagem dos estudantes, e a inclusão de pessoas com deficiência tem se expandido cada vez mais no Brasil. Na Educação Especial, a inclusão teve avanços significativos, por meio das mudanças exigidas pelas políticas públicas e pela mobilização da sociedade civil organizada. A pesquisa teve, como objetivo geral, analisar a contribuição da afetividade no processo inclusivo do estudante com Síndrome de Down na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Leandro Lobão da Silveira, no município de Bragança, Pará. A pesquisa se caracteriza como aplicada, com escopo de pesquisa descritiva e com procedimentos técnicos de pesquisas bibliográfica e documental, de abordagem qualitativa. A estratégia de pesquisa foi o estudo de caso da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Leandro Lobão da Silveira, localizada no município de Bragança, Pará, e o critério de escolha dos participantes foi estabelecido, por meio de amostra não probabilística com critério de conveniência, o qual resultou na seleção de um aluno com Síndrome de Down, de uma melhor amiga, de uma mediadora, de uma professora preferida, de uma coordenadora pedagógica preferida e de uma professora especialista. Quanto aos instrumentos de coleta, foi adotada a observação direta, com os usos de diário de campo e de entrevistas semiestruturadas. Em relação à técnica de análise de dados, adotou-se a Análise de Conteúdo, proposta pela Bardin (2011). Os resultados demonstraram que as relações entre colegas se tornam um pilar fundamental para a inclusão de estudantes com Síndrome de Down, em que a conexão emocional e a reciprocidade promovem um ambiente, em que o acolhimento se torna uma prática cotidiana, favorecendo a integração social e, também, o desenvolvimento integral do aluno. Os resultados confirmaram, ainda, que o estudante pesquisado traz consigo uma concepção formada sobre afeto e define este sentimento e quem faz parte do círculo que lhe proporciona apoio afetivo. Os resultados se coadunam com a Tríade, apresentada por Pestalozzi (1746-1827), com os Conjuntos Funcionais, descritos por Wallon (1992), a partir do materialismo histórico-dialético, e com a Psicologia Histórico-Cultural, de Vygotsky (1986-1934), confirmando as importâncias de uma abordagem inclusiva, baseada em aspectos afetivos, e de um suporte contínuo à trajetória educacional de alunos com deficiência. A pesquisa gerou, como produtos técnico-tecnológico e educacional, o gibi, intitulado Meu amigo Down, nos formatos impresso e digital. Conclui-se que a promoção de uma Educação Inclusiva, baseada em aspectos afetivos, beneficia os alunos com Síndrome de Down e enriquece as comunidades escolar e social, e que o afeto e a cognição estão interligados, sendo aspectos positivos e indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e às práticas inclusivas