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AMANDA BRUNA MENDES DA SILVA LIMA
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HONWANA E ONDJAKI: uma análise da memória e a construção de identidade
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Data: 27/06/2024
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Esta dissertação explora a relação entre memória e construção de identidade através da análise de quatro contos africanos em língua portuguesa, focalizando especificamente a forma como esses contos contribuem para a preservação da memória coletiva e a construção de identidades individuais e coletivas. O foco reside em entender como essas narrativas funcionam como expressões literárias que abordam essa interação complexa. São investigadas as influências das tradições culturais, históricas e linguísticas, bem como as representações de pertencimento e autenticidade presentes nesses contos. O objetivo central é analisar como essas histórias contribuem para a formação de identidades individuais e coletivas, enfatizando o papel vital da memória cultural na preservação e transmissão de valores, tradições e legados históricos. A metodologia adotada nesta pesquisa é fundamentada na pesquisa bibliográfica, seguindo as diretrizes de Minayo e Sanches (1993). Aqui, são concentradas as análises dos contos africanos em língua portuguesa, explorando a intertextualidade, as narrativas e as conexões entre a literatura e a construção de identidade. A pesquisa se deu em quatro contos: dois de autoria de Luís Bernardo Honwana, “Nós matamos o cão tinhoso” e “As mãos dos pretos” pertencentes à obra Nós matamos o Cão Tinhoso!, publicada na década de 1960; e dois contos de Ndalu de Almeida - conhecido como Ondjaki - intitulados “O Último Carnaval da Vitória” e “O Portão da Casa da Tia Rosa”, que fazem parte do livro Os da minha rua, publicado em 2007. O estudo incorpora diversas referências teóricas, explorando a tradição oral literária com base em estudos de Cascudo (2003), Benjamin (1987 e 2012) e Ricoeur (1994). Ademais, as análises dos contos sob a perspectiva da memória e da identidade são fundamentadas em estudos de Halbwachs (2013), Bergson (2006), Le Goff (2003), Stuart Hall (2006), Pollak (1989) e Candau (2019). Esta dissertação visa explorar a interrelação entre memória, identidade e expressão literária nos contos africanos em língua portuguesa, contribuindo para uma compreensão ampliada da diversidade cultural e histórica dessas narrativas.
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ANA FLÁVIA DOS SANTOS MARTINS
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DESCOBRINDO ANGOLA: o discurso poético de Viriato da Cruz e a luta pela Independência
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Data: 03/05/2024
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Submersa num mar desconhecido, esta dissertação lança luz sobre a literatura de Angola, ao propor uma análise inédita do discurso pela independência na obra de Viriato da Cruz. A motivação para este estudo reside no pouco que dele se sabe, do desconhecimento da importância que teve sua curta produção literária no engajamento popular nos movimentos pela liberdade. Com foco nas estratégias retórico-discursivas de mobilização política em sua única obra publicada, Poemas (1961), apresentada como recurso desencadeador do processo de descolonização do continente africano, realiza-se uma pesquisa documental e bibliográfica, utilizando a abordagem teórico-metodológica da Análise do Discurso Crítica de Fairclough (1989, 1992, 2003), Wodak e Meyer (2001), para compreender o papel ideológico do discurso literário na produção, manutenção e mudança das relações sociais de poder. A polifonia discursiva acerca da e contrário à ideologia colonialista apresenta uma perspectiva inexplorada que a insere no cerne do Regime Salazarista, inspirado pela bio-política darwinista e pelo luso-tropicalismo brasileiro de Gilberto Freyre (1933, 1940). O contraponto discursivo é construído por ele nos limiares do marxismo, ao desafiar estruturas hegemônicas como o eurocentrismo, o patriarcalismo e o etarismo progressista. Investiga-se, ainda, como um movimento intelectual cujo lema: “Vamos Descobrir Angola!”, mobilizou uma inquietude popular que resultou na criação do Movimento Popular de Libertação de Angola, fazendo nascer no recém-poeta um político incansável. Esta pesquisa revela como escolhas linguísticas, gramaticais, semânticas e sintáticas, incluindo a lexicalização da língua do colonizador (o português europeu) e a língua bantu africana do colonizado (o quimbundo), engendram uma riqueza intertextual capaz de, em um único verso, entrelaçar cantiga trovadoresca e poesia concreta brasileira. Com isso, Viriato da Cruz enfrenta a ideologia do Estado Novo e faz da poesia um convite à revolução, testemunhando que no discurso literário habita um desconhecido e poderoso veículo de transformação social.
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ANDREA FARIAS DE ARAUJO
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IDENTIDADES FRAGMENTADAS E RECONSTRUÍDAS: UMA ANÁLISE DA OBRA O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS DE MIA COUTO
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Orientador : SILVANA MARIA PANTOJA DOS SANTOS
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Data: 03/06/2024
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O objetivo deste estudo consiste em analisar a obra O mapeador de ausências(2020) de Mia Couto, com foco na jornada introspectiva do narrador-personagem. Esse caminho é delineado pelas vivências e ressignificações do passado do protagonista, visando à reconstrução da identidade. Além disso, o estudo dá ênfase à vida de personagens que, afetados por diferentes formas de ausências – sejam elas físicas, emocionais ou sociais –, buscam conexões com o passado. O protagonista adentra os vazios deixados por experiências e memórias fragmentadas, criando um mapeamento simbólico de espaços esvaziados de significado. A trama se desenrola em meio a histórias entrelaçadas, cujas ausências refletem marcas que moldam a vida dos personagens. Diante disso, o trabalho tem como objetivo analisar o processo de reconstrução identitária na obra O mapeador de ausências (2020), de Mia Couto, a partir da rememoração do narrador-personagem. Para tanto, a pesquisa se apoia na visão de Halbwachs (2006) e Bachelard (1993) que discutem, respectivamente, memórias coletivas e espaços de vivência, sendo a memória preservada, a partir dos efeitos que ressoam nos discursos. Além disso, no eixo memória e identidade, foi relevante o diálogo com Ecléa Bosi (1999), Bergson (1999), Candau (2016) e Halbwachs (2005), focando em abordagens específicas que enriquecem nossa compreensão da relação narrador-personagem com o passado. O narrador-personagem, ao vivenciar a ausência do pai, expõe não só a falta desse ente querido, mas também o sentimento de vazio em relação à própria identidade.
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ANDRESON ALEX MOREIRA LIMA
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EDUARDO E MÔNICA: o encontro do cinema, da literatura e da canção
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Data: 07/06/2024
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O objetivo deste trabalho é analisar o diálogo existente entre a canção Eduardo e Mônica e seu filme homônimo. A canção, composta por Renato Russo e lançada no álbum "Dois" de 1986 pela banda Legião Urbana, tornou-se um clássico da música brasileira. O filme, por sua vez, foi dirigido por Renê Sampaio com roteiro de Gabriel Bortollini e Jéssica Candall. Embora tenha sido concluído em 2020, o lançamento foi adiado para janeiro de 2022 devido à pandemia de COVID-19. Ambas as obras são ambientadas na década de 1980 e exploram o improvável relacionamento entre Eduardo e Mônica, dois jovens com personalidades e interesses muito diferentes. A dissertação emprega os conceitos da teoria da adaptação de Linda Hutcheon (2011) e Robert Stam (2000) como base para a análise. De acordo com essa abordagem, cada obra é avaliada de acordo com sua própria linguagem, considerando todas as suas especificidades, sem a limitação de ser uma mera transposição de uma mídia para outra. A pesquisa se fundamenta em uma ampla gama de teóricos e autores que exploram as nuances da canção e da poesia como formas de expressão literária e artística. Entre eles, Antônio Aguiar (2006) discute as multifuncionalidades da literatura e da canção, abordando aspectos poéticos, hedonísticos, comunicativos e sociais. Antônio Medina Rodrigues (1990) realça a complexa relação entre música popular e poesia moderna brasileira, enfatizando a importância da melodia no entendimento do texto cantado. Affonso Romano de Sant'Anna (1978; 2001) e Nelson Costa (2003) destacam a interação histórica entre canção e poesia no Brasil, argumentando a favor da riqueza lírica nacional e da necessidade de reconhecer as qualidades literárias das canções. Norma Goldstein (1988) e Massaud Moisés (1987) contribuem com discussões sobre a estrutura poética e a essência da poesia, respectivamente, enquanto Falcão (2006) descreve a canção como um gênero híbrido que merece atenção nos estudos literários. Steven Paul Scher e Charles Perrone (1986) abordam a relação indissociável entre literatura e música, destacando a canção como um campo fértil para análise literária. A pesquisa visa, portanto, reconhecer e analisar a profundidade e a intertextualidade entre canção e cinema, utilizando as teorias de Linda Hutcheon (2011) e Robert Stam (2000) sobre adaptação, além dos contributos de outros teóricos mencionados, para explorar como esses dois meios narram a mesma história, enriquecendo a compreensão das dinâmicas culturais e sociais que eles refletem e moldam.
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ARISSANDRA ANDRÉIA DOS SANTOS
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MEMÓRIA E IMAGINÁRIO EM FLORES INCULTAS: O (DES)VELAR DAS IMAGENS POÉTICAS EM LUIZA AMÉLIA DE QUEIROZ
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Data: 23/04/2024
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A presente pesquisa tem por objetivo analisar as imagens poéticas presentes na produção literária de Luiza Amélia de Queiroz, na obra “Flores Incultas” (2015). Nessa perspectiva, averiguamos as imagens que constelam por meio do imaginário, visto que essa poética sentimental possui vestígios memorialísticos carregados de traços subjetivos, mas que foram construídos coletivamente. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo-interpretativo, focando na análise de dez poemas selecionados para o corpus. A priori, buscamos identificar a maneira como o imaginário da autora é influenciado pelo contexto social no qual ela estava inserida. Diante disso, os poemas selecionados trazem temáticas variadas que traçam o perfil sentimental da autora, desde aqueles que envolvem os sentimentos telúricos da terra natal e da infância aos que perpassam a vida adulta, demonstrando a luta e a reflexão da mulher que manifesta uma postura transgressora, bem como aqueles que produzem um canto mais melancólico com o presságio da morte, isto é, aqueles produzidos na velhice. A posteriori, à luz da fenomenologia das imagens poéticas, buscamos adentrar no fenômeno da imaginação criadora, visto que, anterior ao manusear da pena, existiu o universo onírico, o devaneio e o sonho, instâncias que são perceptíveis no poetar da escritora. Para embasamento teórico nos respaldamos na noção de trajeto antropológico, preconizado por Durand (2019) e no epistemólogo Gaston Bachelard, em suas poéticas, do devaneio (2018) e do espaço (1998). Além disso, trabalhamos com a palavra poética, nesse contexto, somamos ao trabalho as concepções de Paz (1982) e Bosi (1977). Os resultados dessa pesquisa apontam que as condições imaginárias, memorialísticas e simbólicas são fortemente influenciadas pelos fatores socioculturais vivenciados pela autora, por isso, através do eu-lírico, podemos acessar e mapear uma série de imagens que evidenciam o (des)velar de uma constelação de imagens poéticas de cunho arquetipal, as quais as apresentamos divididas em cinco eixos no presente trabalho: a terra natal, a infância, a luta, as reflexões e o presságio da morte.
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CINTHIA ANDRÉA TEIXEIRA DOS SANTOS
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“O MIRANTE VÊ ALÉM DO DIA”: CIDADE E MEMÓRIA EM " OS CANHÕES DO SILÊNCIO" DE JOSÉ CHAGAS
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Data: 03/06/2024
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A memória desempenha um papel fundamental na literatura, tanto como tema quanto como ferramenta de ressignificação do passado. Partindo dessa premissa que o presente estudo objetiva analisar a obra “Os Canhões do Silêncio”, de José Chagas, numa perspectiva memorialística. Para tanto, interessa entender como se dá a relação do sujeito poético com a paisagem e espaços da cidade; como se formam as memórias a partir dos lugares históricos e quais elementos corroboram para a construção da memória do lugar. A obra em questão é constituída de 200 páginas, cujas imagens poéticas dialogam com a história e memória da cidade de São Luís do Maranhão. Em Os Canhões do Silêncio, o poeta constitui uma inquietante pergunta sobre o ser e o tempo por meio do uso da metonímia do mirante e do bairro Desterro, cujo eu poético reflete sobre a trajetória histórica do lugar entre o esplendor e a decadência, o eu do poema metaforiza as contradições de grandeza e miséria, de virtude e vício, de permanência e perecimento que assinalam a história cronológica do ser humano no local. Nessa perspectiva, a análise literária tem como fundamentos as obras de: Assmann (2011), Bachelard (2008), Halbwachs (2013), Le Goff (1994), Santos (2018), dentre outros. Constatou-se sobre a obra um universo literário completo e muito bem desenvolvido que prende a atenção e provoca sentimentos variados, ao mesmo tempo em que as belezas de São Luís são narradas, há a presença da tristeza e melancolia do eu lírico ao recordar o passado da cidade. Além disso, ressalta-se que a cidade representa não apenas a morada física para o corpo do eu lírico, mas, também o local que abriga suas emoções e guarda memórias profundas que transcendem em tempo e espaço.
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ELAINE CRISTINA CASALE CARMONA
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IMAGENS DA MULHER AFRO-BRASILEIRA EM OLHOS D`ÁGUA DE CONCEIÇÃO EVARISTO
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Data: 13/09/2024
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Este trabalho tem como objetivo analisar a construção da imagem da mulher afro-brasileira em dois contos da obra Olhos d´água (2018), da escritora contemporânea Conceição Evaristo. A obra possui quinze contos entre os quais escolhemos dois: Olhos d´água e Duzu-Querença. Neles, buscamos averiguar como a imagem da mulher-mãe, mulher-filha e da mulher-avó são construídas e representadas na perspectiva da ancestralidade a da memória. Além disso, a escrita de Evaristo é perpassada por um sentimento diaspórico que traz no processo narrativo um espaço de fala, isto é, um espaço discursivo que dá voz às personagens femininas negras ao ficcionalizar as suas vivências cotidianas enquanto forma de ação e resistência. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de carácter qualitativo e fenomenológico, pois adentramos nas escrevivências como fenômeno do imaginário, destacando as constelações de imagens nos contos analisados. Para embasamento teórico, a pesquisa fundamentou-se na noção de trajeto antropológico do imaginário, de Gilbert Durand (2019), no epistemólogo de Gaston Bachelard a partir da obra A poética do espaço (2006), bem como do fenomenólogo Merleau - Ponty (2018) em sua obra A fenomenologia da percepção (2018), além de Mazama (2009), Evaristo (2020), Ribeiro (2019), Gilroy (2001), Gonzalez (2020), entre outros. Os resultados da investigação apontam que as escrevivências Evaristianas, por meio das análises empreendidas nos dois contos da obra supracitada, transpõem um espaço discursivo, visto que as ações e situações cotidianas da mulher negra e subalterna são colocadas em evidência a partir da memória e ancestralidade, trazendo consigo um campo de imagens simbólicas sobre as ações narrativas das personagens femininas: as imagens da mulher-mãe, da mulher-filha e da mulher-avó. Em outras palavras, a Escrevivência é uma escrita que traz pluralidades femininas enquanto forma de quebrar paradigmas, mediante a perspectiva de escrever, viver e agir, desconstruindo o legado do sistema eurocêntrico patriarcal e (re)afirmando a (re)existência das vivências das mulheres afro-brasileiras.
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EZEQUIAS COSTA BRITO
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RETRATOS DE UM POVO NA POESIA DE JOÃO DO VALE: a arte como resistência
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Data: 27/05/2024
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Esse trabalho tem o objetivo de analisar a poesia valeana nas canções: “A voz do povo, Carcará, Pra mim não, Peba na Pimenta, Minha história, A lavadeira e o lavrador, Pisa na fulô, O Jangadeiro, Fogo no Paraná, Ouricuri, O bom filho à casa torna e Sina de caboclo”, do álbum “O Poeta do Povo”, de João do Vale, poeta e compositor maranhense, situando-as como manifestações de resistência na arte e na cultura e reconhecendo-as como mecanismos de denúncia contra explorações socioeconômicas instaladas no Brasil, principalmente nas décadas de 60 e 70 do século XX, ancorado em trabalhos de teóricos como Alfredo Bosi, Paschoal, Marques e Paul Zumthor, e em trabalhos de pesquisadores da obra de João do Vale, tais como Damazzo, Ludmila Gondim, dentre outros e em entrevistas com familiares do poeta, em busca de apresentar a produção de João do Vale como um caminho que siga seu rumo ao despertar de consciência política plantada na arte.
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GIOVANNA CORDEIRO SALDANHA BRAGA
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ORDEM E CAOS: análise da degeneração social em Senhor das Moscas
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Orientador : ANDRÉA TERESA MARTINS LOBATO
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Data: 26/06/2024
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O presente trabalho possui como objetivo analisar a obra do britânico William Golding, intitulada Senhor das Moscas, a fim de que possamos examinar as perspectivas da perda do mando civilizatório. A narrativa ocorre numa ilha deserta na qual um grupo de meninos éejetado de um acidente aéreo em meio a uma guerra mundial, e, assim, devem ter quesobreviver sem a supervisão de um adulto até um possível resgate. Nesse viés, intentamos,com esse pressuposto, verificar a narrativa e as nuances que levam seus personagens a tomarem decisões e a agirem de uma forma que se distancia dos padrões de ideal. Para isso,partimos de uma análise do Século XX, o qual é o cenário modelo de Walter Benjamin,filósofo que trazemos seus pensamentos para corroborar conosco, bem como de WilliamGolding, o autor do livro. Em seguida, empreendemos um estudo acerca de Walter Benjamine a sua teoria estética na modernidade e, por fim, realizamos uma breve biografia de William Golding e as perspectivas do conturbado Século XX para a construção de uma obra como Senhor das Moscas. Analisamos, posteriormente, a obra Senhor das Moscas de maneira ampla, a fim de que, com a progressão capitular, possamos observar os principais fatores que levam ao final do enredo, dentro dos opostos ordem e caos. Por fim, trazemos uma breve reflexão acerca do Estado de Natureza e do Poder, conforme a filosofia de Thomas Hobbes.
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GISELE FERREIRA BRITO
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ESPAÇO E MEMÓRIA: a relação telúrica das personagens em Torto Arado, de Itamar Vieira Junior
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Data: 07/05/2024
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O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, tem conquistado lugar de destaque no cenário da literatura brasileira contemporânea, principalmente por trazer à tona as relações mais profundas que as personagens estabelecem com o espaço — a região da Chapada Diamantina, na Bahia. Assim, a espacialidade e a geograficidade se unem às manifestações da memória dessas personagens, no sentido de demarcar um lugar existencial e fundamental na terra, em uma relação telúrica. Nesse contexto, analisamos o espaço e a memória no romance Torto Arado, com enfoque nos sentimentos dos que ali vivem, por três caminhos a percorrer: apresentar visões fenomenológicas sobre os espaços e as manifestações da memória na narrativa; relacionar o homem e a terra em uma concepção telúrica; identificar elementos simbólicos e a representação da terra, Chapada Diamantina, para as personagens. Como embasamento teórico, recorremos aos pressupostos da crítica literária, na sua relação com os fenômenos do espaço e da memória, a partir dos trabalhos de Aleida Assmann (2011), Alfredo Bosi (2006), Marandola Junior, Werther Holzer e Lívia Oliveira (2014), Eric Dardel (2015), Gaston Bachelard (1993), Georg Lúkacs (2009), Jacques Le Goff (2003), Joel Candau (2011), Luís Santos e Silvan de Oliveira (2001), Martins Heidegger (1988), Maurice Halbwachs (2003), Michael Pollak (1992), Regina Dalcastagnè (2012), Yi-Fu Tuan (1983). Metodologicamente, esta pesquisa configura-se como bibliográfica, de abordagem fenomenológica, pois observamos como a memória e o espaço se mostram nos domínios da ficção.
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JEFFERSON GOMES OLIVEIRA
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POR UMA ESTILÍSTICA TRAVESTI: um estudo da putagrafia em E se eu fosse pura, de Amara Moira
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Data: 28/06/2024
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A presente pesquisa é uma análise acerca da obra E se eu fosse pura, de Amara Moira. Obra que se originou a partir de um blog em que Amara Moira escrevia sobre suas experiências no universo da prostituição e sobre seu processo de transição. Diante disso, este estudo foca-se na análise das falas marginalizadas das travestis e transexuais na literatura, compreendendo como se autorrepresentam esses sujeitos na obra, suas percepções e vivências, assim como o enfrentamento social e político na qual esta narrativa procura se inscrever. Nesse sentido, pretende-se caracterizar a mulher prostituta e travesti na perspectiva histórico-social e suas relações com a obra, analisar como a escrita de si permite vislumbrar tanto o protagonismo de uma alteridade corporal historicamente expurgada dos espaços de poder, em especial, o literário, quanto as múltiplas violências por ela sofridas. Para a produção dessa pesquisa, busca-se suporte teórico inicialmente nos trabalhos de Karine de Medeiros Ribeiro (2020); Margareth Rago (2013); Paul Beatriz Preciado (2014) e Monique Prada (2018). Além disso, recorre-se também a vários campos do conhecimento, desde a Teoria Literária aos estudos sociais e culturais que versam sobre a temática da travestilidade e prostituição em outros contextos. Desta forma, intenta-se refletir sobre as (auto) representações sociais da travesti e prostituta presentes na literatura, em especial a brasileira e analisar a estilística putagráfica da travesti Amara Moira em seu livro e como ela contribui para a produção literária contemporânea.
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JOSILENE DOS SANTOS SOUSA
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MEMÓRIA E LITERATURA: MEMÓRIA ANCESTRAL E A ESCRAVIDÃO EM ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS
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Data: 28/05/2024
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Este trabalho explora a relação entre memória ancestral e a história, com enfoque nas personagens negras da obra Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis. Desse modo, abordamos as questões de raça e etnia, bem como a condição dos escravizados na obra em estudo. Com base no referencial teórico, damos ênfase à memória e à ancestralidade, bem como a construção da narrativa das personagens negras (Susana e Túlio). Na composição da obra, são apontados aspectos que tocam em questões como a escravidão e a ancestralidade, dentre outros temas ligados ao colonialismo, como o patriarcado. Além disso, a narrativa revela também em seu enredo várias subjugações que as personagens negras, do período escravocrata do século XIX, eram submetidas. Diante disso, a análise, aqui, proposta, baseia-se em pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo e descritivo, cujo enfoque é analisar uma obra literária a partir de uma perspectiva crítico-social dos personagens selecionados. Nesse enfoque, essa pesquisa justifica-se por abordar as memórias dos personagens negros supracitados, evidenciando como esses elementos se fazem importantes na construção memorialística a respeito de aspectos socioculturais que, de diferentes maneiras, ainda se fazem presentes na sociedade. Para fundamentarmos essa discussão, utilizamos as contribuições teóricas de autores como: Andrade (2021); Andreta (2013); Duarte (2005); Agenor Gomes (2022); Halbwachs (2003); Reis (1859; 2018); Evaristo (2007-2022); Hall (1996), entre outros. Para tanto, os resultados apontam que a obra Úrsula possui uma verossimilhança com os acontecimentos históricos da época escravagista, mas transcende seu caráter histórico, materializando-se como ficção. Dessa forma, a obra traz uma reflexão em relação aos diálogos memorialísticos e a ancestralidade das personagens negras, visto que essa memória ancestral trava um diálogo com a construção da identidade afro-brasileira e africana.
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LARISSA DE JESUS HOLANDA ROCHA
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POESIA E MEMÓRIA NA OBRA “É NOSSO O SOLO SAGRADO DA TERRA”, DE ALDA ESPÍRITO SANTO
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Data: 29/05/2024
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Alda Espírito Santo, em sua obra É nosso o solo sagrado da terra (1978), através de poemas, faz a releitura das lutas, desafios e aspirações da população santomense, ressaltando suas experiências e dificuldades. Sua escrita tornou-se eficaz para transmitir as vozes silenciadas e para promover a conscientização sobre as questões de desigualdade e opressão colonial. Nesse sentido, seus poemas apresentam a voz dos marginalizados, enfatizando a importância da igualdade, dignidade e justiça para todos, independentemente de seu gênero ou idade. Desse modo, este trabalho se baseia na perspectiva memorialística para analisar os poemas que se enquadram nessa linha de pesquisa, uma vez que a autora relembra acontecimentos do passado como forma de incentivar o espírito libertário diante da opressão colonial. Diante dessa situação, a atenção desta pesquisa está centrada nos estudos teóricos sobre a poesia, memória e a base de formação da literatura santomense. O estudo é qualitativo, bibliográfico, crítico literário, baseado na visão teórica de Bosi (1977), Candau (2005; 2011), Cortez e Rodrigues (2005), Crippa & Laranjeira (2018), Eliot (1991), Fanon (1968), Fraga (2006), Halbwachs (2006), Mata & Padilha (2006), Margarido (1994), Negueiros (1895), Paz (1982), Pollak (1989), Schlegel, Seibert (2015) e outros. A obra É nosso o solo sagrado da terra, evidencia como a literatura proporciona reflexões sobre o lugar que as minorias ocupam na sociedade e como a memória coletiva é fundamental para a sua organização.
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MARIA RITA SILVA RAMOS
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A REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL SERTANEJA NA CANÇÃO “LUAR DO SERTÃO” DE CATULLO DA PAIXÃO CEARENSE
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Data: 28/06/2024
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O presente estudo literário tem como foco discorrer sobre a representação da identidade cultural sertaneja a partir da análise da canção Luar do Sertão (1914), do poeta maranhense Catullo da Paixão Cearense (1863-1946). Essa canção marcou gerações, em virtude de caracterizar o modo de ser e sentir do sertanejo, que necessitou sair de sua terra natal em busca de melhores condições de sobrevivência nos grandes Centros urbanos do Brasil. Catullo (1863-1946) é um dos principais poetas de narrativas regionalistas que tratam das especificidades do Sertão nordestino. Acerca da necessidade do estudo sobre a identidade cultural, é importante salientar que esse campo de pesquisa ganhou destaque nas Ciências Sociais, principalmente, a partir da década de 1990, mediante as transformações históricas, econômicas, culturais e sociais inerentes a essa década (HALL, 1997). Neste contexto, apresenta-se como objetivo geral da pesquisa: analisar a representação da identidade cultural sertaneja na canção Luar do Sertão (1914), de Catullo da Paixão Cearense (1863-1946). A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo. Por fim, mediante as leituras realizadas, constatou-se que a importância da representação identitária do sertanejo, por Catullo, reside na construção de um sujeito cônscio de suas raízes, que sente orgulho de sua cultura e, embora “enraizado” em outra terra, sente saudades do seu lugar que deixou para trás. Catullo, por sua obra, consagrou-se como poeta do povo.
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MILLENA CRISTINA SILVA PORTELA
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FICÇÕES DE PODER E EXISTÊNCIA: a ficção especulativa em ascensão, narrativas de futuros pretos e uma análise de “A Quinta Estação” de N.K Jemisin e “O Último Ancestral” de Ale Santos
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Data: 28/05/2024
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A criação de ficções é uma prática que acompanha os seres humanos desde o início de sua jornada. A partir dela foram criados vetores que regem a sociedade até os dias de hoje. A literatura, por sua vez, pode ser descrita como a arte de criar e contar histórias e, por diversas vezes, pode ser a materialização da ficção. Esse maravilhoso movimento que a literatura faz acaba por inspirar a composição de gêneros, subgêneros e narrativas que estremecem e, por vezes, subvertem as noções cristalizadas do que é, como e para quem se produz a arte literária. A Ficção Especulativa, gênero que tem como característica principal a especulação do passado, do presente e do futuro por meio de narrativas literárias criativas é um dos exemplos desse processo. A Ficção Especulativa é um fenômeno em ascensão, pois viabiliza a existência de obras que desafiam as regras do que vem sendo produzido até então pelos gêneros e subgêneros literários especulativos, como é o caso da Ficção Científica. Assim, a Ficção Especulativa, por sua natureza diversa e abrangente, abre espaço para produções e vozes nunca ou poucas vezes consideradas, a exemplo narrativas especulativas pretas, a utopia preta e o Afrofuturismo, que surge como uma resposta à carência de autores pretos e suas obras na Ficção Científica. O Afrofuturismo é um movimento de contestação e transformação, seu propósito maior é a produção de imagens e narrativas criadas e protagonizadas por pessoas pretas. Tal exercício é fundamental e necessário quando consideramos os efeitos violentos que o sequestro do Atlântico causou nos sujeitos em diáspora. A concepção de narrativas de esperança, de passado e de futuro para sujeitos que vivem em constante ameaça de genocídio configura uma das mais subversivas estéticas encontradas na contemporaneidade e uma das mais populares, se levarmos em consideração nomes e produções de sucesso como o longa Pantera Negra (2018), a obra cinematográfica Medida Provisória (2021), dirigido por Lázaro Ramos, e a produção audiovisual Black is King (2020), de Beyoncé. O Afrofuturismo, principalmente nos últimos anos, tem representado um marco cultural importantíssimo para a contemporaneidade. Portanto, este trabalho tem como objetivo compreender os fatores que configuram a emergência de narrativas de futuros de perspectivas pretas e suas influências na construção de um possível novo movimento artístico-literário. Para tal, buscamos empreender uma análise literária das obras A Quinta Estação, de N.K Jemisin e O Último Ancestral, de Ale Santos, com o fim de mapear as características e particularidades desse gênero em ascensão.
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MIRELLE EVANGELISTA DE OLIVEIRA
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Adaptação e Malandragem em A morte e a morte de Quincas Berro D’água: Um estudo comparativo entre dois mundos
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Orientador : DOUGLAS RODRIGUES DE SOUSA
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Data: 28/05/2024
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Jorge Amado é considerado um dos escritores mais afamados do Brasil e manteve-se conhecido internacionalmente pelos contextos de suas obras que são relacionadas à cultura de um povo, desigualdade social, malandragem, entre outros. Nessa dissertação, investigamos o romance A morte e a morte de Quincas Berro D’água (1994) e o filme A morte de Quincas Berro D’água (2010), de Sérgio Machado. É realizada uma análise comparativa entre uma obra e um filme, com o objetivo de investigar como se dá o processo de transcrição/adaptação entre romance e filme, considerando como as imagens do personagem principal foram representadas na linguagem do cinema. Para isso, procura-se as singularidades próprias da linguagem cinematográfica, buscando demonstrar como a narração da obra pode ser transcrita para a película. Ao adaptar o livro de Jorge Amado A morte e a morte de Quincas Berro D’água (1994), Sérgio Machado apresenta a malandragem, bem como caracteriza os traços malandros e como esse sujeito se comporta na presença da sociedade. Para comprovar esta pesquisa, utilizaremos teorias de autores como: Hutcheon (2013), Da Matta (1986, 2020), Candido (2000), Porfirio (2021), Garafini (2010), entre outros.
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MUCTARR MANSARAY
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O NEGRO E O RETRATO DA MARGINALIDADE:
uma análise da representação do negro no romance “A Balaiada” de Viriato Corrêa
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Data: 29/05/2024
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A literatura brasileira tomou para si um modelo eurocêntrico, causando um apagamento das contribuições da cultura africana na sociedade brasileira, uma forma de manter os afrodescendentes passivos diante de uma realidade cruel a que eram submetidos. Desde o Brasil colônia, houve a hipersexualização da mulher negra e a inferiorização do homem negro, dessa forma, a estigmatização do negro fez surgir vários preconceitos raciais que foram capazes de sobreviver à abolição da escravatura. O presente estudo foi baseado em uma análise da obra literária A Balaiada: romance histórico do tempo da Regência (1996), do autor maranhense, Viriato Corrêa, focando-se na representação do negro e o retrato da marginalidade presente na obra, bem como nos estereótipos criados em torno desse movimento das massas populares. Como objetivo geral: Analisar a construção do estereótipo de raça na obra A Balaiada: romance histórico do tempo da regência de Viriato Correa. Verificou-se na análise literária a predominância de um discurso que inferiorizava os homens negros e sexualizava a mulher preta. Nesse contexto, contra essa construção negativa da identidade negra, a literatura atua como ferramenta de enfretamento ao racismo; de fortalecimento do sujeito histórico-social do negro.
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PETERSON JACOB DOS SANTOS MEILI
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VOZES, VIOLAS E MEMÓRIA: uma análise das imagens poéticas nas cantorias de viola de João Currute
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Data: 26/04/2024
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A presente pesquisa tem por objetivo analisar, à luz do imaginário durandiano, as imagens arquetípicas nas cantigas de cantoria de viola do cantador João Currute, do município de Brejo/MA. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva, na qual analisaremos algumas canções do artista popular a fim de destacar as imagens arquetípicas que permeiam as cantigas da literatura oral do cantador. Como referencial teórico e instrumentos metodológicos, contamos com a análise de conteúdo de Laurence Bardin (2011), a psicanálise de Carl G. Jung (2016), a classificação isotópica das imagens de Gilbert Durand (2017), as fenomenologias da poética do espaço e outras obras sobre os elementos da matéria, de Gaston Bachelard (1989, 1994, 1996, 1998a, 1998b, 2001a, 2001b, 2003), os estudos mitológicos de Joseph Campbell (1997) e com Mircea Eliade (1992) no estudo das religiões. Como resultados, temos que as cantigas de João Currute são permeadas de um imaginário arquetípico centrado na figura do vaqueiro da região do Baixo Parnaíba Maranhense e dividida em quatro eixos analíticos: o herói vaqueiro, a morte do herói, o amor eros e a sátira do vaqueiro vacilão.
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RAICE ADRIELLE RIBEIRO MARTINS
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A (DES)CONSTRUÇÃO DO EVANGELHO DE CRISTO: análise do discurso crítica no romance de José Saramago
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Data: 17/06/2024
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A presente pesquisa tem por objetivo analisar como ocorre a (des)construção do discurso religioso cristão na obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), de José Saramago. Nessa perspectiva, pretende-se analisar os elementos discursivos, a prática social e a prática textual da obra de modo a entender como se configura a (des)construção dos discursos baseados nos evangelhos canônicos. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo-interpretativo. Para embasamento teórico, baseia-se na Análise do Discurso Crítica a partir do modelo tridimensional de Norman Fairclough (2001, 2003). A priori, a análise foi feita considerando a descrição estrutural do gênero textual do evangelho (narrativa histórica), da descrição dos tipos de discursos, das camadas intertextuais e interdiscursivas encontradas na prática discursiva e da descrição dos elementos temáticos que constituem o evangelho, ressaltando as ideologias e hegemonias presentes. Os resultados desta pesquisa indicam que existem fatores que contribuem para a (des)construção do evangelho saramaguiano, tais como a recriação da história canônica de Jesus e dos personagens emblemáticos da cultura cristã. No âmbito textual, observa-se que o texto adquire características estruturais, gramaticais, organizacionais e vocabulares próprias, configurado sob uma perspectiva oral. Quanto à prática discursiva, o autor vale-se de discursos embasados na Bíblia Sagrada como forma de críticas e ironias às contradições e incoerências no discurso religioso. No âmbito social da análise, são evidenciadas ideologias pautadas em questões sociais importantes, como: martírio, sacrífico, o papel da mulher na sociedade, sexualidade, nudez e o celibato. Além disso, a crítica construída, no texto, enfatiza o processo hegemônico estabelecido pela cultura conservadora cristã ao perpetuar doutrinas discriminatórias e preconceituosas. Assim, esta análise contribui para uma reflexão mais ampla sobre as representações do discurso religioso na obra de José Saramago, promovendo transformação social numa realidade construída sob comandos tradicionais.
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SAULO BARRETO LIMA FERNANDES
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POR UMA “AUTOBIOGRAFIA” INTELECTUAL: A TRAJETÓRIA DO FAZER LITERÁRIO NOS DIÁRIOS DE JOSUÉ MONTELLO
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Data: 03/05/2024
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Ao levar em consideração o conjunto da obra completa do escritor maranhense Josué de Sousa Montello (1917 - 2006), não seria exagero considerá-lo um “intelectual completo”; posto alcançado muito por conta de ter – nas suas palavras – se investido, ainda adolescente, como um leitor e um escritor “excessivo”. Em dado momento de sua produção, o romancista cultivou, também, a escrita de diários, mais precisamente de junho de 1952 a dezembro de 1995. Devido ao fato de o Diário tratar-se de um gênero essencialmente autobiográfico, ali são registrados principalmente aspectos de sua vida intelectual, tais como impressões de leituras e valiosas considerações concernentes ao seu intrincado processo de criação literária. As “urdiduras”, como ele se referia quando da sua composição romanesca, legou um vasto repertório acerca dos aspectos criativos de seus personagens, ambientações geográficas, inspiração em fatos históricos e, de forma paralela, os reveses inerentes à produção artística, como as chamadas crises criativas e as constantes revisões até a publicação. Como base teórica para esta pesquisa, serão utilizados relatos de diversos autores, como Blanchot (2005, 1987), Lejeune (2008), Giordano (2017), Mortimer; Doren (2010), Barbosa, (2012), Barthes (2004), Calvino (1993), Bakhtin (1997, 2015), Bloom (1994, 2001), Salles (1998), Willemart (1999, 2019). Neste sentido, o objetivo deste trabalho é investigar como os escritos diarísticos se apresentam sendo “chave” de interpretação de um autor, utilizando-se de aporte teórico tanto da chamada “crítica genética”, bem como da teoria do texto e da crítica literária. Ainda, é demonstrado como eles expunham sua intensa trajetória intelectual, e a maneira como tudo isso conflui para a composição de suas principais obras.
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WESLLEY SOUSA SILVA COSTA
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Você Só Pensa em Grana? Poética e crítica social em canções de Zeca Baleiro
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Data: 19/06/2024
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Este trabalho tem por objetivo analisar a recorrente temática do dinheiro em letras de Zeca Baleiro, por meio de suporte teórico fornecido por autores tais como Baudrillard e Bauman. Aborda-se, aqui, a questão de quais, em geral, são as críticas sociais expressas pelo eu lírico a determinados comportamentos e visões comuns na vida do homem contemporâneo em sua relação com o dinheiro. Analisaram-se, também, os recursos linguísticos e literários empregados por Zeca Baleiro a partir do aporte de teorias estilísticas. Observou-se que, a depender do eu lírico em cada letra, diferentes pontos de vista relativos aos recursos financeiros são trazidos à tona pela escrita do compositor maranhense: há desde a clara crítica à importância hiperbólica conferida ao dinheiro em Você Só Pensa Em Grana até a proposta de viver no estilo materialista bonvivant.
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