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ALINE ARAUJO ROCHA
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OS CONCEITOS DE AMOR E NEUROSE DE TRANSFERÊNCIA EM O ATENEU
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Orientador : DOUGLAS RODRIGUES DE SOUSA
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Data: 21/06/2023
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Este trabalho parte da investigação das relações entre literatura e psicanálise. O caráter psicanalítico da literatura possibilita a compreensão da expressão do inconsciente, mediante conexão da experiência do corpo com a realidade. Nesse sentido, buscamos interpretar a relação amorosa das personagens Sérgio e Ema, presente no discurso literário do romance O Ateneu (1888), de Raul Pompéia. Por consequência, o mote desta pesquisa é norteado pela compreensão dos conceitos de amor e neurose existentes na relação entre as personagens. Este estudo traz à baila conceitos da psicanálise, a fim de subsidiar a análise de O Ateneu, sem deixar de lado os aspectos sociais, culturais e políticos inerentes a obra, mais especificamente encontrados nas lembranças subjetivas da personagem ao longo da trama. Portanto, o inconsciente da personagem Sérgio na narrativa, desvenda o estilo formal e psicológico constante da neurose de transferência, que consubstanciará o entendimento sobre o ritual de amor entre Sérgio e Ema, caracterizado por questões sugestivas de um amor platônico, contido no problema do fenômeno amoroso, baseado no valor do amor em sua definição, diferindo da paixão ou enamoramento, na perspectiva da psicanálise. Nesse contexto, serão apontadas categorias psicanalíticas, conforme estudos de Freud e Lacan e teóricos da Literatura e que tratem das relações de conhecimentos e trocas entre Literatura e Psicanálise.
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ANA CLEIA SILVA PEREIRA
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Tessituras de memória em Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus.
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Data: 27/04/2023
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Partindo da ideia que a literatura se utiliza da memória como fonte de inspiração para a representação da realidade nas tramas ficcionais, o presente trabalho analisa a exclusão sociocultural e suas relações com as memórias individual e coletiva, na obra Quarto de Despejo: Diário de uma favelada (1960 [2014]), de Carolina Maria de Jesus (1914-1977). Tendo como plano de fundo a representação de uma memória que transcende a subjetividade, o livro, construído em forma de diário, registra o cotidiano de Carolina no âmbito da favela do Canindé, na cidade de São Paulo, onde ela e seus filhos viveram grande parte das suas vidas. A partir dos seus relatos, a escritora, expõe sua experiência como catadora e a situação de miséria da população residente na favela, além disso, tece fortes críticas à sociedade, e posiciona-se diante da sua condição de subalterna. Apoiada nessas informações, para a realização desta investigação adotamos como metodologia a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, na qual discutimos a temática em conformidade com os estudos literários. Nessa perspectiva, quanto ao debate memorialístico o trabalho pauta-se nas ideias de autores como Halbwachs (2013), Le Goff (2013), Ricoeur (2010) e Assmann (2011); no campo da literatura e crítica literária a pesquisa partiu dos discursos de Bakhtin (1997) Farias (2017), Dalcastagné (2012), Resende (2008) e outros. Tendo em vista o percurso de análise na obra em estudo, será possível perceber que a memória individual registrada em Quarto de Despejo (1960 [2014] tem implicações coletivas, uma vez que o passado e presente dialogam por intermédio de questões históricas.
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ANNE CARINE LEMOS CARDOSO COSTA
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LITERATURA E CINEMA: a imagem da mulher, segundo Victor Hugo e Tom Hooper, em Os miseráveis
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Data: 17/04/2023
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Os miseráveis (1862) é um romance social escrito por Victor Hugo que abordou as mazelas sociais da França do século XIX. Em 2012, esta obra literária ganhou uma adaptação cinematográfica musical em língua inglesa, dirigida por Tom Hooper, nos moldes contemporâneos. Nesta pesquisa é abordado o feminino na obra Os miseráveis de Victor Hugo e em sua adaptação de 2012, pelo fato de as mulheres serem elementos catalisadores das ações em ambas as narrativas e se mostrarem tão atuantes quanto as personagens masculinas comumente analisadas em diversos estudos de áreas distintas. Assim, o objetivo principal desse estudo é investigar a construção do feminino nas personagens de destaque da obra fílmica, principalmente em relação à imagem e papel da mulher. Considerando as atribuições determinadas pelo patriarcado vigente naquela época e até na atualidade, busca-se analisar como essas mulheres são representadas, com o suporte da teoria feminista, teoria literária e teoria da adaptação. Logo, esta pesquisa se encontra balizada nos estudos de Hutcheon (2013), Stam (2006) e Cunha (2018), na área do cinema; Llosa (2012), Barthes (2004) e Eagleton (2017), no âmbito literário; Beauvoir (2009), Lerner (2019), e Davis (2016), no campo do feminismo, entre outros estudiosos. Desta forma, pretende-se com esse estudo contribuir para futuras pesquisas a fim de ressaltar a importância de sempre estar atento aos diferentes papéis que a mulher pode atuar na sociedade e desmistificar estereótipos equivocadamente concebidos ao longo da história.
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CRISTIANE ARAUJO LIMA
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ENTRE A ADORAÇÃO À VIRGEM MARIA E O CULTO A SATÃ: uma análise dos poemas de Maranhão Sobrinho
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Orientador : JOSÉ HENRIQUE DE PAULA BORRALHO
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Data: 17/01/2023
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O presente trabalho tem como objetivo geral analisar as imagens da mulher nos poemas Santa, Rainha do Marl, Bacante e Salomé: o anjo/diabo, a mulher fatal, a mulher morta, a mulher mãe e outras pontuações, contidos na obra Papéis Velhos roídos pela traça do Symbolo, produzida por Maranhão Sobrinho, escritor maranhense, com o intuito de verificar as relações paradoxais que permeiam a visão da mulher na perspectiva decadentista do simbolismo, além de contribuir para a valorização da literatura maranhense, sobretudo do século XX. Como objetivos específicos, busca-se conhecer aspectos relevantes da estética simbolista decadentista em que a obra Papéis Velhos roídos, pela traça do Symbolo. Destaca-se que o escopo desta pesquisa está balizado em pressupostos da área da Teoria, Análise, Memória e História literária, bem como em autores da área da psicanálise, como o estudo dos arquétipos femininos e teóricos da área do estudo sobre memória, cultura e de pesquisadores sobre a vida e obra do autor Maranhão Sobrinho.
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DEYSE FILGUEIRAS BATISTA MARQUES
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PARA ALCANÇAR A AUSÊNCIA, APESAR DAS FRATURAS: a escrita do indizível em O corpo interminável, de Claudia Lage
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Orientador : MARIA IRANILDE ALMEIDA COSTA PINHEIRO
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Data: 13/01/2023
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O corpo interminável (2019) é um romance contemporâneo escrito pela autora brasileira Claudia Lage, e seu enredo envolve indivíduos que estão inseridos no contexto de vivência ou herança da experiência da ditadura militar no Brasil. Trata-se, portanto, de uma obra literária que evidencia a necessidade de escrita de eventos catastróficos e na qual existe a busca por um passado que, embora calado, permanece vívido, pois ainda ressoa por meio de ausências, vazios e memórias lacunares. Assim, considerando os estudos de literatura de testemunho e narrativa do trauma, esta pesquisa questiona a possibilidade de, a partir da análise de O corpo interminável, identificarmos uma construção ficcional que evidencia, em suas formas estéticas e narrativas, o paradoxo da necessidade e impossibilidade de escrever sobre uma história individual e coletiva fraturada pela ditadura militar no Brasil. Partindo do paradoxo da narrativa impossível, mas necessária, buscamos enfatizar, diante do corpus literário e dessa chave de leitura, os dilemas nascidos a partir da relevância do testemunho de sujeitos impactados por uma catástrofe nacional, mas que se encontram diante de uma dificuldade de falar condicionada por suas vivências. O principal objetivo, portanto, é investigar os aspectos estéticos e narrativos mobilizados pela autora para construir um enredo que alcance as experiências traumáticas e auxilie na compreensão de eventos-limites, tais como a ditadura militar brasileira. O deslocamento aqui pretendido envolve o suporte teórico de Antonello, Avelar, Benjamin, Figueiredo, Gagnebin, Ginzburg, Levi, Schøllhammer, Seligmann-Silva, entre outros, no esforço crítico de perceber as construções de O corpo interminável enquanto obra ficcional que invoca a aporia do indizível gerada por um trauma histórico. Ao final do trabalho, esperamos contribuir para a caracterização política e literária do romance, pois, ao explorar a estética do horror produzida em O corpo interminável, acreditamos ser possível vislumbrar a relevância da impossível representação do trauma na literatura brasileira contemporânea.
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ELCIA LIANA CUTRIM DE JESUS
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TRAÇOS EXPRESSIONISTAS EM A MULHER SEM PECADO E SENHORA DOS AFOGADOS: entre o trágico e o grotesco
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Data: 09/05/2023
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Na revolução estética da década de 1940 pela qual passou o teatro brasileiro, Nelson Rodrigues teve destaque pelo diálogo que seu texto cênico estabeleceu com o Expressionismo, movimento artístico de origem alemã que compôs o ambiente da modernidade nas artes. O teatro rodriguiano fez uso de elementos expressionistas a fim de construir o drama nas suas obras, tanto pela perspectiva pessimista com que a vida é retratada, quanto pelo aniquilamento com que suas personagens estão sujeitas. O objetivo desse estudo é identificar traços expressionistas presentes nas peças da literatura dramática brasileira de Nelson Rodrigues, selecionadas para esta pesquisa – A mulher sem pecado (1941) e Senhora dos afogados (1947) – como pilar na construção dos conflitos desenvolvidos pelos protagonistas, além de fomentar discussões relevantes acerca da subjetividade na abordagem de temáticas que envolvem a incompletude humana. As dimensões trágicas e grotescas, perceptíveis tanto na composição do enredo, quanto no comportamento e nas atitudes das personagens centrais da obra também foram correlacionadas com temática central. Servem de suporte teórico, para o primeiro eixo, os estudos sobre o Expressionismo de Argan (1992), Cardinal (1984) e Elger (2003). No segundo eixo, para as percepções do trágico e do grotesco, Szondi (2001), Williams (2012), Kayser (2003) e Victor Hugo (2007). No terceiro e último eixo da pesquisa, referentes aos estudos críticos sobre Rodrigues, utilizou-se Fraga (1998), Magaldi (1993; 2004), Rosenfeld (1968; 1993). Quanto à metodologia, a pesquisa é de cunho bibliográfico, exploratório e analítico. Adota-se um modelo de análise de conteúdo. A investigação dessas obras possibilitou contribuições para estudos sobre o texto teatral, sobretudo o moderno produzido no Brasil, uma vez que pesquisas nessa área são essenciais, pois Literatura e Teatro são expressões artísticas e verdadeiros espelhos da sociedade.
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FÁBIA ELINA DOS SANTOS ARAUJO
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Esconderijos do Tempo: a poética existencialista de Mário Quintana
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Orientador : FABÍOLA DE JESUS SOARES SANTANA
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Data: 15/08/2023
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Estudar a poética de Mário Quintana constitui-se em um desbravar de emoções que sua produção suscita e que tornam a obra ímpar dentro do cenário literário brasileiro. Em busca de algumas respostas emanadas pelos quintanares, este estudo tem como objetivo geral analisar o existencialismo presente na obra Esconderijo do Tempo do poeta Mário Quintana, que se desdobram nos objetivos específicos de identificar o discurso existencialista presente na obra em analise, compreender o contexto social e filosófico no qual se configurou a corrente filosófica existencialista de Jean-Paul Sartre e apontar elementos que contribuem para a caracterização da poesia existencialista de Mário Quintana. O Existencialismo, corrente filosófica que surgiu na Europa no início do século XX, tem como foco a existência humana e suas questões fundamentais, como a liberdade, a escolha, a angústia e a morte. O aporte bibliográfico escolhido para este estudo apoia-se em Arend (2006), Becker (1996), Bornheim (2011), Moisés (2019, 2012), Penha (2017), Sartre (2011, 2015), Silva (2003) e Yokozawa (2006). Baliza-se nesta pesquisa os pressupostos teóricos da área da Teoria existencialista, Memória e Cultura literária, bem como em autores da área da filosofia. A existência, a dor, a nostalgia, o prazer e a morte norteiam o viver/ser e são temas sempre presentes e comuns na filosofia e na poesia e se encontram presente nos quintanares. Dessa maneira, pretende-se colaborar com os estudos literários e filosóficos acerca do existencialismo presente na poesia de Mário Quintana.
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HERIDAN DE JESUS GUTERRES PAVÃO
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VOZES INSUBMISSAS NAS POÉTICAS DE AUTORIA DE MULHERES NEGRAS DO QUILOMBO LIBERDADE: interseccionalidade entre raça, classe social e gênero nas batalhas de poesia
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Data: 05/08/2023
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A pesquisa ora apresentada, intitulada VOZES INSUBMISSAS NAS POÉTICAS DE AUTORIA DE MULHERES NEGRAS DO QUILOMBO LIBERDADE: interseccionalidade entre gênero, classe e raça, nas batalhas de poesia, considerou o problema da falta de espaço para publicação e publicização dos textos literários, entre estes, aqueles que fazem parte do gênero poesia, produzidos por escritoras pretas, pertencentes a classes sociais economicamente desfavorecidas, enquanto meio para disseminar as pautas do povo negro, nas periferias urbanas. Do ponto de vista metodológico, tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo, onde as poesias coletadas foram analisadas à luz dos estudos de M. Bakhtin (2003, 2011), em diálogo com a interseccionalidade, em Creenshaw (2002), os textos do Poetry Slam, produzidos por mulheres negras que dizem de si e do (a) outro (a), a partir do quilombo urbano Liberdade, localizado na periferia urbana de São Luís, capital do Maranhão. A delimitação dos corpus se deu a partir de audiências a batalhas de poesias, tendo como objetivos analisar de que forma a interseccionalidade entre raça, classe social e gênero se manifesta, por meio do discurso literário tecido pelas autoras negras, em espaços abertos, como ruas e praças, nas batalhas de poesia, elencar as tematizações presentes em eventos, denominados batalhas, a partir do lugar de fala da mulher negra; discutir as poéticas de autoria negra, do ponto de vista de sua significação e sentido, no tocante a sua redução às zonas periféricas; descrever de que forma as vozes femininas eclodem nos espaços estigmatizados, reverberando, por meio do texto literário, temas que buscam reverter a forma com que o sujeito negro é representado, em uma perspectiva decolonial, com base nos estudos de Bernardino-Costa; Maldonado-Torres e Grosfoguel (2019. Concluiu-se, pois, que o Slam, enquanto poética reverbera, o pensamento das poetas pretas que em uma perspectiva decolonial não se submetem às intempéries da necropolítica que busca subjugar corpos negros. As rimas de poesia que se realizam no Quilombo Liberdade fazem eclodir vivências, denunciando violências e estigmatizações, afirmando-se como mulheres e autoras de si e do espaço onde vivem, encontrando em espaços abertos, os locais para publicizar sua poética.
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JHONISAEL PEREIRA SILVA
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Narrar-se travesti: violência e resistência em O Parque das Irmãs Magníficas, de Camila Sosa Villada
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Orientador : DOUGLAS RODRIGUES DE SOUSA
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Data: 30/06/2023
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A literatura contemporânea tem permitido a inclusão de vozes diferentes e dissidentes nos discursos antes circunscritos e fechados pelas matrizes de poder dominante. O reconhecimento da potência dessas vozes dissidentes ganha força à medida que seus discursos, suas histórias e suas lutas são reconhecidas e legitimadas. Algumas produções de autoria de travestis tem ganhado notoriedade e reconhecimento por parte da crítica e do público, como O Parque das irmãs magníficas, da escritora argentina Camila Sosa Villada. Esta pesquisa analisou as configurações da travestilidade no romance de Villada, com enfoque fundamental em duas dimensões intrínsecas que marcam esse universo: a violência e a resistência. Para tal análise, empreendemos uma leitura de convergência entre duas perspectivas: a primeira, baseada nos estudos e ideias de diversas áreas do conhecimento a respeito dos temas tratados, tais com Kulick (2008), Silva (2007), Pelúcio (2005), Benedetti (2005), Trevisan (2018), Dalcastagnè (2012), Schøllhammer (2011), Resende (2008), e outros, a fim de dar base teórica para as proposições de análises feitas a partir do corpus da pesquisa; e a segunda, baseada no próprio corpus, de modo a examinar as ideias, o discurso e as estéticas desenvolvidas no romance no que toca a representação da travesti marcada pela violência e pelos mecanismo de resistências frente às matrizes sociais normativas e opressoras. Ademais, a análise realizada teve em vistas contribuir para os estudos da literatura de expressão travesti com mais uma cartografia social das identidades transgêneras e suas singularidades.
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KATIANA OLIVEIRA DOS SANTOS
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UMA ABORDAGEM ETNOTERMINOLÓGICA NOS CONTOS AFRICANOS: Comunidade quilombola de Santa Maria dos Pretos em Itapecuru Mirim/ MA
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Orientador : JOSÉ HENRIQUE DE PAULA BORRALHO
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Data: 09/06/2023
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Este estudo analisa uma abordagem Etnoterminológica nos contos afro- brasileiros da comunidade Quilombola de Santa Maria dos Pretos, e os contos que são narrados trazem oralmente entre seus remanescentes e repassados de geração para geração, trazendo reflexões acerca da história dos quilombolas e deste território que é formado por cinco povoados, Santa Maria dos Pretos, Piqui, Santa Joana, Morros e Mandioca, localizados na zona rural de Itapecuru Mirim, Maranhão. Parte-se do pressuposto que estas narrativas orais são uma forma de expressão bem presentes no cotidiano dos moradores, uma prática demanifestação literária necessária no processo de autoafirmação identitária, colocando em ênfase a memória que acaba contribuindo com uma história de luta que não findou, e que ainda precisa ser erradicado no meio social,tais como, o preconceito racial, discriminação, falta de apropriação legalizada deterras. Inclusive o principal motivo de conflitos entre remanescentes de quilombo e suasterras quilombolas são territórios étnico-raciais, sendo sua regularização e garantia, direitos expressos na Constituição Federal (1988). Nesta pesquisa será possível verificar através das especificidades presentes nas narrativas orais, inerentes desta comunidade, relacionando-as com os fatores semântico-conceptuais e a historicidade dos povos tradicionais remanescentes. Tendo também como objetivo o de verificar através da coleta e análise do contos, como os moradores do Território de Santa Maria dos Pretos, se reconhecem atualmente dentro de um contexto social tão desafiador. A pesquisa é de caráter descritivo, empírico, qualitativo e participativo,bibliográfico e etnográfico, a pesquisadora. Neste sentido, contará com um corpus oral composto por 15 moradores da comunidade, relatando 04 contos através de entrevista oral, em visitas períoddicas a comunidade de estudo, e então será reescrita no texto e analisada as expressões e contexto do conto.
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LEONILSON PEREIRA RODRIGUES
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“Uma flor que nasce no asfalto”: a resistência ao coletivismo no romance distópico Cântico, de Ayn Rand
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Data: 16/06/2023
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A presente pesquisa tem a finalidade de investigar a distopia (tanto na teoria literária como na prática política) como estado desumanizador por meio do coletivismo. A literatura distópica (como outros gêneros que derivam dela) é uma ferramenta útil tanto como um aviso sombrio para seus leitores sobre os perigos do totalitarismo, quanto como reflexão sobre os idealismos utópicos. Além disso, o gênero distópico, enquanto obra de ficção, é um grande propulsor da imaginação literária. Nesse sentido, o presente estudo tem como objeto literário o romance distópico da escritora russo-americana Ayn Rand; Cântico (1937). A obra é ambientada em um futuro não especificado, físico e espiritualmente desolado, com uniformidade forçada e uma linguagem desprovida de todos os pronomes singulares. Nesse sentido, o presente estudo apoia-se nos apontamentos de diferentes estudiosos que teceram comentários sobre a questão da literatura distópica e dos movimentos oriundos dela, como Claeys (2010); Sargent (2010); Ortega y Gasset (2016); Arendt (2012) e Ayn Rand (2021). Dessa maneira, a análise a ser realizada pretende colaborar com os estudos literários distópicos, além de outros que visem uma reflexão sobre os ideais de construção ou mudança da sociedade.
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LUIS CLAUDIO DOS SANTOS FERREIRA FILHO
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A perpetuação da memória coletiva de São Benedito através das festas em homenagem ao santo abordadas na obra “Um Cordel para São Benedito”, da autora Dinacy Corrêa
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Data: 27/04/2023
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Uma amostra da produção contemporânea da literatura de cordel, a obra Um Cordel para São Benedito (2017) da autora Dinacy Mendonça Corrêa, reconta o mito de São Benedito, que enquanto homem encontrou em sua fé uma razão para viver integramente diante das adversidades que lhe afligiam. Seus feitos milagrosos foram reconhecidos pela Igreja Católica após a sua morte, que o canonizou, oficializando seu culto em todo continente europeu, sendo posteriormente adotado no Brasil graças a influência dos seus colonizadores. Contudo, a figura de Benedito tornou-se popular não somente entre os membros da Igreja, mas também entre os afrodescentes escravizados no Brasil, os quais se identificaram com seu “irmão de epiderme” e suas aflições. Dessa forma, instituíram-se dois grupos distintos que têm suas próprias manifestações em homenagem ao santo, sendo eles: o grupo da Igreja e os grupos dos brincantes do tambor de crioula. Na obra em questão, essas festas têm sido celebradas no decorrer das décadas, no que se configura como uma tradição, que transcorre as gerações, mantendo a memória de São Benedito viva no interior desses grupos, e também em todo estado do Maranhão. Logo, buscou-se analisar a obra Um Cordel para São Benedito sob a perspectiva da memória coletiva, avaliando como as festas descritas cooperam para a perpetuação da memória do santo no estado do Maranhão, e discutir os aspectos dessas celebrações que cooperam para essa continuidade. Com o suporte teórico de Galvão (2000), Grillo (2015), Haurélio (2013), Melo (1994), entre outros, os quais abordam a temática da literatura de cordel, apontando sua origem, características e temáticas, assim como Cordeiro (2017, 2022), Halbwachs (2006) e Ricouer (2007) como base para a construção filosófica e sociológica dos conceitos de memória e memória coletiva, constatou-se que as festas realizadas pelos membros da Igreja e pelos brincantes do tambor de crioula cooperam de maneira ativa na perpetuação da memória coletiva do santo, pois possuem, como interesse inicial, celebrar e manter viva a memória daquilo que Benedito fez enquanto homem escravizado, como também os milagres que tem operado na atualidade na vida de seus fiéis. Essas reuniões festivas têm como propósito compartilhar entre os membros dos grupos em questão as bênçãos alcançadas, as preces atendidas e os pedidos que estão sendo feitos. Por fim, espera-se contribuir com os estudos cuja área de investigação entendem a Literatura como fenômeno histórico, estabelecendo diálogos e instaurando novas significações à identidade, cultura e memória.
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LUZILENE NUNES DE SOUSA
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UMA PERSPECTIVA DO RISO MEDIANTE A CONSTRUÇÃO DO CÔMICO NA OBRA O JUIZ DE PAZ DA ROÇA DE MARTINS PENA
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Data: 27/04/2023
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O propósito deste trabalho, é investigar uma perspectiva do riso mediante a construção do cômico na obra O Juiz de Paz da Roça de Martins Pena, do ponto de vista histórico e cômico, analisando a abordagem que é dada pelo autor na formação da literatura nacional. Nesse sentido, o gênero comédia, por excelência das elaborações dramáticas na obra são heranças diretas de um teatro popular, que possibilitam identificar os aspectos relevantes na referida obra, bem como, estarem ligados à configuração sociopolítica e econômica de uma nação recém-independente. Para delimitar esta pesquisa, fez-se um estudo em consonância com acervos bibliográficos e plataformas de informações sobre a ação dramática do autor, com a fortuna crítica de teóricos como: Bergson (2018), Propp (1992), Magaldi (2001) dentre outros, que se torna possível a elaboração deste trabalho. É importante frisar que, o riso pode ser um meio eficaz de denunciar costumes, considerados pouco aceitáveis pelas convenções sociais, moral e ética, proporcionando visibilidade das relações sociais e culturais da sociedade brasileira, que analisa a construção de sentidos. Essa possibilidade de investigar, analisar, e identificar uma construção do teatro nacional, com o rompimento das formas clássicas, é possível, mediante a referida obra, que consegue abandonar os velhos modelos, para se voltar a realidade brasileira, mostrando-a de forma cômica, engraçada, mas à luz da observação do real. Vale ressaltar que, a literatura está entrelaçada à memória e a cultura, de um movimento artístico relacionado com a realidade, na pretensão de observá-la, para correlacionar os fatores sociais, caracterizados na respectiva obra.
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MARCUS VINÍCIUS SOUSA CORREIA
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Helenismo nos trópicos: análise da presença do helenismo na literatura brasileira pelo viés da Leitura Distante
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Orientador : EMANOEL CESAR PIRES DE ASSIS
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Data: 31/07/2023
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A presente pesquisa investiga a presença do helenismo na literatura brasileira pelo viés da leitura distante, prisma de estudo da literatura popularizado por Franco Moretti (2000, 2008) em um corpus disponível no meio digital (https://linguateca.pt/acesso/corpus.php?corpus=OBRAS). Nesse sentido, houve o levantamento de termos advindos da cultura helênica, formando o campo semântico "helenismo" dentro do corpus, para que fossem realizadas as análises de frequência relativa do uso dos termos por parte dos autores selecionados. Além disso, foi realizada, também, uma análise de como a cultura helênica se presentifica na linguagem empregada pelos autores em seus escritos. A seleção dos autores foi feita com base na quantidade de termos do campo semântico "helenismo", incluindo aqueles que mostravam quatro termos ou mais e excluindo os autores que apresentaram menos de quatro termos do campo semântico, tendo em vista que tal frequência não poderia representar uma presença significativa do helenismo nas obras dos autores nos textos disponíveis no OBras, o que resulta na seguinte lista de literatos: Machado de Assis, Coelho Neto, José de Alencar, Humberto de Campos, Joaquim Manuel de Macedo, Aluísio Azevedo, Euclides da Cunha, Bernardo Guimarães, Lima Barreto e Visconde de Taunay. Diante disso, buscou-se, no início, a compreensão do helenismo ao longo da história, com base nas ideias de Droysen (2010), Delumeau (1994); Momigliano (1991); Pereira (2015), dentre outros. Após isso, a respeito do helenismo na literatura brasileira, são feitas ponderações com base em autores como Veríssimo (1904); Broca (2005); Bosi (2006); Denis (1826); Magalhães (1836); Brandão (2001); Silva (2020), dentre outros. Compreendendo a questão sobre os preceitos críticos já estabelecidos sobre o tema, na parte seguinte é realizada uma abordagem crítica a respeito do estudo da literatura com o uso de ferramentas tecnológicas, a partir do que é afirmado por Capuni (2016); Santos (2003); Kirchof (2013); Brandão (2017) entre outros autores. Nas reflexões seguintes, sobre a leitura distante, foram utilizadas as ideias de Moretti (2000, 2008), Pieri (2019); Khadem (2012, Apud PIERI 2019) e Araújo (2016). A partir de tais pressupostos, realizou-se a análise na parte seguinte do trabalho. Foi percebido que analisar o fenômeno do helenismo nas letras brasileiras através da leitura distante permite ampliar as interpretações a respeito do tema, fazendo, ao mesmo tempo, que asseverações da crítica especializada sejam reiteradas e que o helenismo em certos autores seja percebido de maneira mais pertinente, além de apontar para diferentes modos e percepções de tal fenômeno tanto a partir dos critérios estabelecidos e gêneros textuais produzidos pelos literatos.
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PRISCILA FERNANDA GOMES DA SILVA
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MEMÓRIA E PATRIMÔNIO URBANO EM QUATROCENTONA: CÓDIGO DE POSTURAS e IMPOSTURAS LÍRICAS DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO
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Orientador : SILVANA MARIA PANTOJA DOS SANTOS
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Data: 15/08/2023
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O processo de rememoração do patrimônio urbano é permeado por vivências e subjetividades. Os acontecimentos históricos e as tecelagens sociais que o compõem atrelam os sujeitos a uma rede intercambiada por suas memórias, vínculos e afetos. A escrita poética possibilita que pensemos a cidade como um espaço para essas memórias resultantes da relação que o eu poeta estabelece com a cidade. O presente estudo propõe como objetivo geral analisar o livro de poemas Quatrocentona: código de posturas e imposturas líricas da cidade de São Luís do Maranhão (2021), do poeta maranhense Luís Augusto Cassas, a partir do registro da memória citadina de São Luís e do seu patrimônio. Como objetivos específicos: discutir a importância das memórias individuais e coletivas para o avivamento da memória da cidade; compreender o acervo patrimonial da cidade como demarcação das relações sociais e culturais entre os sujeitos e a cidade e, por fim, identificar a contribuição do eu-lírico para a ressignificação dos espaços e da paisagem urbana de São Luís. Como referencial teórico, amparamo-nos nos estudos de Maurice Halbwachs; Henry Bergson; Marshall Berman, Zygmunt Bauman; Walter Benjamin; Anthony Giddens; David Harvey, Edward Soja; Renato Cordeiro Gomes, entre outros autores, que nos deram subsídios para o embasamento a respeito da modernidade e da memória da cidade. Por meio da poética de Luís Augusto Cassas, compreendemos o legado da cidade como uma ferramenta de resistência diante das transformações que os tempos e contextos pós-modernos impuseram aos indivíduos frente à fragmentação e ruptura ou manutenção do antigo. Constatamos que o patrimônio histórico possibilita uma dialética entre a memória da cidade e a paisagem urbana, mesmo com as modificações por que passa, mantendo referências anteriores que não se desfazem por completo, principalmente quando apreendidas pelo fazer poético.
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