Pensar a cidade de São Luís na perspectiva de gênero: uma análise do planejamento urbano nos espaços públicos requalificados pelo Programa de Revitalização do Centro Histórico de São Luís.
Gênero; inclusão de gênero; acesso a cidade; espaços públicos; planejamento urbano
Esta pesquisa parte do entendimento de que as relações de dominação de gênero, bem como as relações sociais, se materializam na formação do espaço urbano. E o resultado disso é a forma desigual em que as mulheres acessam os espaços urbanos, equipamentos, serviços e oportunidades. Nesse contexto, cabe refletir: que fatores qualificam os espaços públicos que integram o Programa Municipal de Revitalização do Centro Histórico de São Luís para atenderem as necessidades e anseios de gênero, fomentando a presença da mulher e seu poder sobre esse espaço urbano? Utilizando a experiência da execução do programa realizado pela prefeitura de São Luís através de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, como recorte espacial do território da área central entre os anos de 2016 a 2022 para analisar a qualidade das intervenções urbanas no centro histórico da capital maranhense, quanto a perspectiva de gênero. Neste sentido, é apresentada uma reflexão crítica sobre o impacto do sistema patriarcal na formação das cidades e no cotidiano das mulheres e seu acesso aos espaços urbanos contemporâneos. Compreendendo a perspectiva de gênero dentro do recorte espacial estabelecido, avaliando os instrumentos de planejamento urbano utilizados pelo programa como ferramentas inclusivas no território. E da análise das intervenções realizadas nos espaços públicos pela perspectiva de equidade de gênero, funcionalidade e empoderamento das mulheres afetadas diretamente através da percepção das mulheres que utilizam esses espaços. Considerando o debate de gênero na perspectiva materialista, buscando nas premissas marxistas o aporte necessário para a discussão. Utilizando autores como Henri Lefebvre, Jane Jacobs e Flávio Villaça e suas reflexões sobre espaço, cidade e estrutura territorial. E da conceitualização de gênero, patriarcado e desigualdades presentes nas análises de Judith Butler, Heleieth Saffioti, Teresa Di Lauretis e Michel Foucault.