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ANA KARLA GOMES CAMELO
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ARRANJO PRODUTIVO LOCAL COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO: uma análise a partir da atividade produtiva da Cerâmica Vermelha em Rosário/MA
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Data: 03/08/2023
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Na atual fase de reestruturação do capitalismo, um novo modelo de desenvolvimento foi ganhando espaço nas políticas públicas brasileiras. Trata-se dos Arranjos Produtivos Locais (APL) que nas últimas duas décadas estão presentes, de forma incisiva, nas agendas de planejamento em escala nacional e estadual. No Maranhão, a perspectiva de utilizar esse modelo para fomentar o desenvolvimento manifestou-se em 2003 com o Programa de Promoção e Desenvolvimento de Arranjos e Sistemas Produtivos Locais do Maranhão – PAPL, e, desde então, faz parte dos planos de governo do estado com base no discurso de que a organização de empresas em aglomeração tem potencial para dinamizar a economia e, por consequência, promover o desenvolvimento local. Dentre os aglomerados produtivos identificados à época do PAPL, destaca-se o de Cerâmica Vermelha no eixo entorno da Região Metropolitana da Grande São Luís (RMGSL) com ênfase nos municípios de São Luís, Rosário e Itapecuru-Mirim. Nesse contexto, o objetivo desta dissertação é analisar a atividade produtiva da Cerâmica Vermelha para a construção civil no polo de Rosário sob o prisma de Arranjo Produtivo Local enquanto estratégia de desenvolvimento local. A referida análise parte da utilização do método dialético, na intenção de perceber os limites e as contradições dessa proposta, considerando a lógica do modo de produção capitalista. Os procedimentos metodológicos utilizados incluíram pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, análise, seleção e interpretação dos dados e informações obtidas. A pesquisa de campo, por sua vez, utilizou as técnicas de aplicação de entrevistas semiestruturadas, observação direta intensiva e registro fotográfico. Os resultados apontam para a incapacidade do APL Cerâmico de promover o desenvolvimento econômico e social do município de Rosário, tendo em vista o seu alinhamento às demandas do mercado que, por seu turno, valoriza o capital e seu processo de acumulação, ao passo que concorre para métodos predatórios de exploração, tais como precarização das relações de trabalho e danos ambientais, que em última instância se alinham à ausência de uma consciência sustentável entre os ceramistas e oleiros. Conclui-se, assim, pela necessidade de projetos que convirjam para alternativas que respeitem os limites ecológicos do território e que promovam a geração de empregos e a distribuição justa dos benefícios econômicos
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BRUNA FEITOSA SERRA DE ARAÚJO
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RELAÇÕES ESCRAVISTAS CONTEMPORÂNEAS: uma análise socioespacial no estado do Maranhão.
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Data: 16/08/2023
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A presente dissertação analisa as relações escravistas contemporâneas, a partir de um recorte socioespacial no estado do Maranhão, abordando o trabalho escravo contemporâneo na temporalidade histórica do capitalismo na sua fase neoliberal. A relação capital-trabalho foi objeto da primeira parte da exposição, recuperando os eixos trabalho e força de trabalho e o processo de reprodução do capital. Na sequência, buscou -se a polissemia da expressão contemporânea como designações plurais dada ao fenômeno da exploração ilícita e precária do trabalho escravo como parte integrante de uma lógica perversa. Na segunda parte, discute-se as repercussões normativas e o marco regulatório do enfrentamento do trabalho escravo na esfera internacional e nacional, atentando para a Lista Suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho. Nesse cenário, o Maranhão na representação contemporânea da escravatura, compreendendo que a vitimização para o trabalho escravo está ligada às raízes culturais de um estado periférico com forte tração oligárquico, somado à impunidade e o isolamento geográfico que favorecem este tipo de conduta em determinadas regiões do estado com maior número de trabalhadores vítimas deste crime. Por fim, analisa-se os fatores fundamentais para configuração da escravidão contemporânea no Maranhão, tendo a “precisão” como o ambiente propício para o desenvolvimentode de relações escravistas em face do modelo econômico concentrador e gerador de exclusões sociais.
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DANIELA STRASSER SANTOS
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OS DESAFIOS DOS TRABALHADORES RURAIS FRENTE A DESARTICULAÇÃO DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NO MUNICÍPIO DE MIRANDA DO NORTE-MA
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Data: 28/09/2023
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O presente trabalho que ainda está em construção, aborda a temática das políticas públicas para o desenvolvimento territorial através da ação nos chamados Programas de Territórios Rurais. O Maranhão é constituído por oito territórios, no qual o Território Vale do Itapecuru será abordado com campo empírico Miranda do Norte. Através de teóricos que discutem temas relevantes como a discussão sobre território e questão agraria e trazer a discussão sobre o desmonte das políticas públicas, seus processos de desencontros e desarticulações culminam no abandono dos trabalhadores ruais que ficam à mercê da insegurança alimentar. Tem por objetivo analisar os desafios da comunidade inserida nos projetos produtivos implantados a partir da Política de Desenvolvimento no município de Miranda do Norte no Estado do Maranhão. O trabalho em desenvolvimento analisa também os desafios dos trabalhadores rurais diante as desarticulações das políticas públicas e as consequências para a agricultura familiar no município de Miranda do Norte. A pesquisa versa sobre as resistências que a comunidade tem em relação ao desmonte da política de desenvolvimento territorial através dos projetos produtivos Agroindústria de Farinha e Fábrica de Ração e quais os processos de organização social que se desenvolveu para que suas atividades e seu modo de vida não fossem desmobilizados.
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DIOGO DINIZ RIBEIRO CABRAL
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FINCADOS NA TERRA COMO UM BACURI: a luta da comunidade Carrancas pelo direito de existir
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Data: 20/07/2023
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A presente pesquisa se propõe a analisar os impactos decorrentes da expansão do agronegócio da soja que atingiu a comunidade tradicional Carrancas, município de Buriti/MA, processo violento que ameaça as maneiras de ser, de fazer e de viver de populações tradicionais em um contexto de intensificação da violência no campo e de resistências populares diante das brutalidades. A problemática da investigação insere-se em uma realidade de intensos conflitos agrários e socioambientais, decorrentes do atual modelo econômico em curso, tendo como resultado a ampliação da fronteira agrícola denominada Matopiba, na qual o munícipio de Buriti está inserido. Analisa-se o desenvolvimento histórico do capitalismo no Maranhão e suas contradições na época neoliberal. Discute-se a história de Carrancas, contada a partir da versão dos seus moradores, a singularidade de sua organização socioeconômica e jurídica, o papel do Estado na implementação de um modelo de desenvolvimento desigual, violento, brutal e predatório do ponto de vista social e ambiental, os múltiplos impactos decorrentes da expansão do agronegócio da soja, os conflitos agrários e socioambientais e as distintas formas de resistências realizadas pela comunidade em face da territorialização do capital no campo. Para a realização desta pesquisa, tomou-se como referência a perspectiva de estudos decoloniais e pós-coloniais e a crítica marxista. Quanto aos procedimentos metodológicos desenvolvidos, foram realizadas análises de um conjunto de documentos (estudos, processos judiciais, processos administrativos, relatórios, cartas, mapas, imagens de satélite, documentários) relativos à comunidade Carrancas, bem como técnicas de observação direta, entrevistas semiestruturadas e conversas realizadas em distintos e diferentes contextos, buscando seguir as narrativas das memórias e cartografias, falas, olhares, expressões e sentimentos sobre cotidianos, festas, lamentos, direitos, tensões, conflitos e mobilizações.
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DORIAN ISABEL SANTOS AZEVEDO
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A ORGANIZAÇÃO POPULAR DO ESPAÇO PÚBLICO: uma análise a partir da experiência do Comitê da Praça das Árvores no Complexo COHAB-COHATRAC em São Luís do Maranhão
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Data: 25/10/2023
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O presente estudo buscou analisar a dinâmica constituída no espaço público livre organizado a partir da experiência do Comitê da Praça das Árvores no Complexo COHAB-COHATRAC, como os usos e apropriações coletivas no chão da praça, concebida como lugar de múltiplas significações, redesenham esse espaço urbano, posto que a praça é lugar de contradições e antagonismos. As intervenções nesse espaço público livre envolvem uma complexidade de percepções que vão para além da dimensão urbanística e perpassam pela construção de relações sociais e políticas. Desse modo, a pesquisa investigou o processo de construção do Comitê da Praça das Árvores após a qualificação urbanística, que suscitou questionamentos sobre as implicações do processo de institucionalização do referido comitê na autonomia política e comunitária, apontados na dinâmica do usufruto sociocomunitário dada as experiências no cotidiano desse cenário urbano. Nessa busca, novas perspectivas de cidade emergem e, nesse contexto, analisamos a experiência realizada pelo Comitê da Praça das Árvores no COHATRAC em São Luís do Maranhão, em meio ao desmonte neoliberal, e como práticas coletivas podem possibilitar esperança para a cidade como direito para todos os seus citadinos.
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ELOINA MARIA MOURA REIS DOS SANTOS
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PENSAR A CIDADE DE SÃO LUÍS NA PERSPECTIVA DE GÊNERO: uma análise do planejamento urbano nos espaços públicos requalificados pelo Programa Municipal de Revitalização do Centro Histórico de São Luís
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Data: 23/10/2023
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Este estudo visa compreender como se dá as relações sociais de gênero na formação do espaço urbano, na forma desigual em que as mulheres acessam os equipamentos, serviços e oportunidades. Considera-se o debate de gênero na perspectiva materialista, buscando nas premissas marxistas o aporte necessário para a discussão, utilizando-se autores como Henri Lefebvre, Jane Jacobs e Flávio Villaça e suas reflexões sobre espaço, cidade e estrutura territorial, além de conceitos de gênero, patriarcado e desigualdades presentes nas análises de Judith Butler, Heleieth Saffioti, Teresa Di Lauretis e Michel Foucault, com vistas a contribuir para o debate sobre a cidade pela perspectiva de gênero, a fim de entender o lugar e o papel da mulher nos espaços urbanos. Faz-se uso da metodologia de Auditoria de Segurança de Gênero e Caminhabilidade, para refletir sobre que fatores qualificam os espaços públicos que integram o Programa Municipal de Revitalização do Centro Histórico de São Luís, para atenderem as necessidades e anseios de gênero, fomentando a presença da mulher e seu poder sobre esse espaço urbano. Utilizando a experiência da execução do programa realizado pela prefeitura de São Luís, através de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, como recorte espacial do território da área central entre os anos de 2016 a 2022, aplicou-se questionário com perguntas abertas, para analisar a qualidade das intervenções urbanas no centro histórico da capital maranhense, quanto à perspectiva de gênero. Apresenta-se uma reflexão crítica sobre o impacto do sistema patriarcal na formação das cidades e no cotidiano das mulheres e seu acesso aos espaços urbanos contemporâneos, compreendendo a perspectiva de gênero dentro do recorte espacial estabelecido. Avaliam-se os instrumentos de planejamento urbano utilizados pelo programa como ferramentas inclusivas no território, a partir das intervenções realizadas nos espaços públicos pela perspectiva de equidade de gênero, funcionalidade e empoderamento das mulheres afetadas diretamente através da percepção retratada nas entrevistas feitas com as mulheres que utilizam esses espaços. Conclui-se que a satisfação pós-ocupacional dos espaços públicos requalificados pelo Programa atende, em parte, a presença feminina
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FRANCISCO DOMINGOS BEZERRA NOGUEIRA JÚNIOR
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URBANIZAÇÃO DA LAGOA DA JANSEN: as contradições do lazer nos diferentes segmentos
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Data: 27/02/2023
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A temática apresentada visa compreender a formação do espaço público construído na Lagoa da Jansen, em São Luís do Maranhão pelo poder público e suas contradições no campo do lazer. A divisão pública e privada ocorre por uma segmentação do lazer, que diz aonde e como se devem praticá-lo em seu tempo livre. É nessa ordem capitalista que direciona os caminhos em que o entretenimento deve seguir. Desta forma, o Maranhão está inserido em um contexto global com predomínio do modelo capitalista hegemônico, que ao longo da sua história reflete para o desenvolvimento geográfico desigual. As mudanças ocorridas pela urbanização, no espaço em estudo, se dão por meio dos agentes sociais produtores do espaço urbano representados pelo Estado, detentores do capital e proprietários imobiliários. Estes se configuram de instrumentos ideológicos beneficiando uma determinada categoria social, quando os mesmos impõem hábitos e costumes distantes dos antigos moradores e de outros que resiste às mudanças patrocinadas pela especulação imobiliária. Portanto, a cidade torna-se cenário de importantes manifestações e o lazer se evidencia como pratica social. Desta forma, os espaços públicos de lazer, quando sofrem transformações de caráter urbanístico, proporciona mudanças para determinados públicos. Como fundamentação teórica utilizará os seguintes autores por discutirem a temática em estudo: David Harvey (2005), Neil Smith (1988), Karl Marx, (2007) Zulene Barbosa (2011), Frederico Burnett (2008), Maria Socorro Cabra (1992), Henri Lefebvre (1978), Luce Gomes (2008), Marcellino, (1996), Santos (1977), Bourdieu (2013) e Maricato (2012). Desta forma a pesquisa se apoia no método qualitativo e quantitativo sobre o problema. Tem resultados parciais as contradições nos diversos segmentos do lazer, nos equipamentos e categoria social. Após ampla verificação dos dados disponibilizados, selecinaram – se os fatores que poderiam aferir a validade das hipóteses. Em seguida, por meio de analise quantitativas, avaliou-se a correlação entre esses fatores.
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HELIO ARAUJO DE LIMA
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PRECISÃO E TRABALHO ESCRAVO: uma análise das formas de trabalho análoga à escravidão no estado do Maranhão
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Data: 27/02/2023
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Nos últimos anos, o Brasil tem passado por graves crises econômicas e sociais, que impacta diretamente nas relações de trabalho e, porque não dizer na economia. Logo, tem afetado a renda do trabalhador, haja vista a queda acentuada na oferta de novos postos de trabalho no país. Nessa perspectiva, o artigo trouxe como problema de investigação um resgate histórico e contemporâneo das ocorrências relacionadas ao trabalho análogo à escravidão. O presente estuda busca demonstrar que não somente os fatores financeiros no seio familiar que incentivam a demanda por essa prática irregular. Verifica-se em alguns casos a ocorrência de trabalho em condições análogas a escravidão, inclusive em zonas urbanas. Há destaques inclusive de que atualmente são diversas as demonstrações de trabalho nestas condições, eis que a mídia digital invariavelmente nos disponibiliza notícias de pessoas que são resgatadas seja em residência, seja em empresas, seja em fazendas. A pesquisa inicia uma análise desde os primórdios, passeia pela glamourização da escravidão trazidas em nossos bancos escolares, onde repassam informações de que desde a promulgação da lei áurea não acontece no brasil mais esse tipo ofensa a dignidade da pessoa humana, o que restara demonstrado não ser a expressão da verdade. Após tais anotações, serão identificadas as possíveis causas para essa continuidade, bem como as atuais políticas públicas que evidenciam seu combate, com o foco principal de se não acabar, ao menos mitigar as ocorrências. A pesquisa demonstrou, com base nos órgãos oficiais, com a participação da sociedade que o Maranhão é atualmente um dos maiores exportadores de mão de obra de trabalho análogo a escravidão, seja pelas questões socioespaciais, tais como localização, períodos de seca e até excesso de chuvas ou ainda, pelo alto índice de analfabetismo. Todo esse arcabouço socioespacial trouxe diversas inquietações que motivaram essa pesquisa.
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JESSICA MENDONÇA DE CARVALHO
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PATRIMÔNIOS DO NOSSO CENTRO: as práticas socioespaciais insurgentes e os programas de desenvolvimento do Centro Histórico de São Luís
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Data: 12/09/2023
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Em ocasião dos vinte e seis anos do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, esta dissertação se dedicou a investigar as implicações (tensões, contradições e contribuições) das políticas de desenvolvimento urbano na reprodução socioespacial do Centro Histórico de São Luís, a partir dos grupos socioespaciais historicamente invisibilizados durante os processos tradicionais de patrimonialização. Dividido em duas partes, o presente trabalho consistiu em um levantamento socioespacial que buscou trazer em primeiro plano a forma como as políticas de desenvolvimento do Centro Histórico (CHSL) são agenciadas pelos grupos que se conectam diretamente com elas. A primeira parte consistiu em uma discussão conceitual sobre categorias de análise para subsidiar uma análise crítica decolonial, sucedida por um panorama do processo de formação da Cidade de São Luís, até chegar às políticas de desenvolvimento, desde o Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís - PPRCHSL (1979-2011) até o Programa Nosso Centro (2019). A segunda parte se destinou ao levantamento, onde apresentamos quinze práticas socioespaciais insurgentes, organizadas em seis eixos gerais, acompanhado de uma análise das conexões estabelecidas com as três instâncias do poder público. Este processo evidenciou lógicas locais de desenvolvimento, as quais se instrumentalizam em torno do conceito nativo de “patrimônio humano”, apresentado como uma estratégia para destacar e defender o elemento humano como ponto de partida para pensar uma outra patrimonialização.
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JORRIMAR CARVALHO DE SOUSA JÚNIOR
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GAMELEIRA NO MAPA: Os impactos da monocultura na comunidade de Gameleira, Brejo- MA.
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Data: 30/10/2023
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Gameleira é um povoado do município de Brejo – MA, situado no eixo do Leste Maranhense, que vem sofrendo continuamente com o avanço dos campos de soja sobre seu território secular, o que impacta diretamente no modo de vida da comunidade: na produção agrícola, na econômica, nas relações sociais, familiares e culturais, promovendo, paulatinamente a sucumbência das suas raízes históricas e pondo em risco a proteção do ecossistema e bioma, daquele território. Gameleira é uma comunidade tradicional, que por estar localizada no bioma cerrado, tem como cultura o plantio de subsistência, a criação de pequenos animais para sustento, venda e escambo, possui fortes raízes culturais tradicionais, uma logística administrativa própria, vivendo em perfeita simbiose com o bioma local, o cerrado, onde preservam as nascentes e árvores nativas da região, de onde tiram parte do seu sustento, pois praticam também o extrativismo. Diante dessa realidade, enquadra-se nos requisitos da categoria, Povos e Comunidades Tradicionais – PCT.
Em contraponto à essa dinâmica de preservação do bioma e modo de vida baseada na tradição, com o slogan “O agro é pop”, novo marketing do empreendedorismo predador, temos a agroindústria, que massivamente vem buscando, em meio ao território amazônico e o cerrado, terras para a produção mecanizada, solidificando uma cultura econômica e ideológica, que projeta o “progresso” com “desenvolvimento” do campo, através do processo de implantação de monoculturas, que por vezes é violento em seu contexto econômico, ambiental e social, representando bem a atual conjuntura vivida não apenas pela Comunidade Gameleira, mas muitas comunidades rurais do país.
Este trabalho, tem por objetivo, estudar o conflito que se estabeleceu na região, tendo como recorte principal, a implantação e expansão da sojicultura, e como a autoprodução da comunidade de Gameleira, em seu contexto multidisciplinar serve como resistência, frente ao avanço dessa prática capitalista em seu território.
Como metodologia, trabalharemos a construção de um arcabouço histórico iniciando no Brasil colônia, passando pela análise das dinâmicas desenvolvimentistas aplicadas durante a década de 70 até os dias atuais, como forma de contextualizar as raízes que sustentam as atuais relações vivenciadas pela Comunidade Gameleira.
Realizar-se-á ainda, a conceituação e aplicação de algumas categorias tais com: território e territorialidade, Povos e Comunidades Tradicionais-PCT, conflito, agronegócio etc. que corroboram com a compreensão da realidade em que o estudo foi realizado, e a fundamentação dos nossos argumentos ao analisarmos, as relações da Comunidade, com o meio em que está inserida, as relações que ali ocorrem/decorrem. Buscaremos entender ainda, a motivação e as estratégias, tanto do conflito como da resistência da Comunidade Gameleira diante da tragédia que avança sobre si.
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JOSIMAR MENDES ABREU
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MULHERES NEGRAS NA POLÍTICA: sub-representação na Câmara Legislativa Municipal de Pinheiro/MA
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Data: 30/10/2023
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Este trabalho investigou os fatores que determinam a sub-representação de mulheres negras na Câmara Legislativa Municipal de Pinheiro, município localizado na Baixada Maranhense. O objeto problematizado é um fenômeno que se repete em vários lugares no mundo e, embora apresente índices satisfatórios em alguns países latino-americanos, com a adoção do sistema de cotas concomitante ao Brasil, o resultado obtido na conjuntura brasileira não tem sido bemsucedido. Desse modo, buscou-se analisar a persistência do déficit, alternado com períodos de ausência de representação de vereadoras negras câmara municipal em foco. Como sujeitos da pesquisa, foram selecionadas mulheres candidatas, eleitas e não eleitas, ao cargo de vereadora, na eleição de 2020, e o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pinheiro, único partido com sede no município. Quanto à abordagem metodológica da pesquisa, classifica-se como qualitativa e quantitativa; no tocante aos fins e objetivos, exploratória e descritiva; no que tange aos procedimentos, bibliográfica e documental, que subsidiaram e se constituíram referencial teórico da investigação. A coleta de dados empíricos foi realizada por meio de banco de dados pré-existentes e informações buscadas em sites e documentos oficiais institucionais. O percurso temporal da investigação compreende o período de maio de 2021 a março de 2023. Todo o contexto da pesquisa requereu como método de análise e orientação o materialismo histórico e dialético, intentando melhor apreender a realidade, construir conhecimento, considerando as contradições e os antagonismos do sistema de exploração-dominação, e alcançar a essência do objeto. Para melhor sistematização do estudo, foram detalhados os tipos de pesquisa e método adotados, o perfil dos participantes, o processo de coleta e tratamento dos dados. Em seguida, discorreu-se acerca da desigualdade de gênero e política, com ênfase na desigualdade e na subrepresentação da mulher negra na Câmara Legislativa de Pinheiro, destacando as contradições entre a ausência ou a baixa presença no Legislativo e a superioridade quantitativa feminina na população e eleitorado do município. Ademais, fez-se uma análise dos impactos da associação racismo-capitalismo na existência de mulheres negras, com ênfase nas lutas e resistências antirracistas e anticapitalistas do feminismo negro diante das opressões interseccionadas pela desigualdade de gênero, classe, raça e etnia. Também se traçou um breve histórico de Pinheiro, no tocante aos aspectos físicos, sociais e políticos, e foram salientadas as razões de escolhê-lo como lócus de pesquisa. Debruçou-se, ainda, sobre a questão da representação, perspectivas e ocupação de espaços de poder por mulheres negras, frisando incoerências dessa representação e a relevância da representatividade para a organização da cultura e a contra-hegemonia, além de apresentar, à luz do aporte teórico, os resultados obtidos com as entrevistas. Dessa forma, constatou-se que a cultura patriarcal, a falta de recurso financeiro e de apoio partidário, a violência política de gênero e raça, o descumprimento de leis e normas eleitorais, a divisão sexual do trabalho atrelada ao capitalismo, ao patriarcado e ao racismo e o pouco/inexistente incentivo partidário à capacitação de candidatas são fatores que contribuem para o fenômeno da sub-representação legislativa de mulheres negras no município em questão.
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JULIANA GONÇALVES CASTRO
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A LUTA DOS TRABALHADORES RURAIS PELA TERRA E A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA EM FACE DOS GRANDES EMPREENDIMENTOS: uma análise do acampamento Marielle Franco .
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Data: 03/01/2023
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EEste trabalho expõe uma análise sobre a luta dos trabalhadores rurais pela terra e a organização politica em face da implantação de grandes empreendimentos no Maranhão, tendo como realidade empírica o acampamento Marielle Franco. Evidenciando as expressões históricas da questão agrária sob a égide da política neoliberal, que se assenta em uma relação desigual de disputa territorial e política. Analisando essa problemática que se expressa na disputa entre as classes sociais, numa relação desigual, através do confronto entre trabalhadores rurais e o grande capital. Compreendendo esse contexto desfavorável por meio de expressões organizativas dos trabalhadores rurais no decorrer da história, através de estratégias de luta e formação de alianças com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão – FETAEMA, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, dentre outras organizações. Argumentamos sobre a identidade e consciência de classe na construção dessa luta politica em oposição ao poder hegemônico. Concluímos que o processo da luta pela terra não é homogêneo se faz parte de um processo de emancipação e consciência de classe, em que a busca pela sobrevivência dessas famílias, as conduz para se organizarem e se reorganizarem para enfrentar a ótica vigente.
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LARA SERRA PINTO DE ALENCAR
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POLÍTICA HABITACIONAL E A ESCALA URBANA LOCAL: uma análise da Política da Companhia de Habitação Popular do Maranhão em São Luís entre 1967 à 1975
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Data: 28/02/2023
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O presente trabalho analisa a Companhia de Habitação Popular do Maranhão com vistas a identificar as estratégias urbanas e arquitetônicas utilizadas nos conjuntos habitacionais Cohab-Anil I, II, III e IV e suas consequências na escala urbana local e na vida do morador desses conjuntos habitacionais. Aborda-se a problemática da habitação no Brasil, sendo essa presente no ideário das cidades brasileiras até os dias atuais. Historicamente e de forma sintetizada, a abolição da escravatura e o início da industrialização, dentre outros fatores e variantes, levaram a massa de trabalhadores a se aglomerar em sub habitações. Diante da sociedade capitalista, fica claro que a demanda habitacional é uma pauta que apenas o mercado não é capaz de resolver, necessitando do Estado na tentativa de solucionar essa questão. O Estado, por sua vez, encontra na habitação, aqui compreendida como mercadoria, uma possibilidade de ganho populista e de movimentação do capital na economia nacional e local. Voltando-se para a cidade de São Luís, essa produção de moradia por parte do Estado exemplifica as contradições do capitalismo. Essa pesquisa destaca o trabalho da Companhia de Habitação Popular do Maranhão (COHAB-MA) na cidade de São Luís como política habitacional da ditadura militar. A COHAB-MA trabalhou ativamente junto ao Banco Nacional da Habitação (BNH), entregando 16.474 unidades habitacionais, iniciando seus trabalhos em 1964 e findando-os em 1986. Além da necessidade de compreender a COHAB-MA como política habitacional e espelho das ações estatais que são realizadas no cenário da habitação social até a atualidade, o trabalho também se justifica perante a incansável busca por lucro e promoção do governo em detrimento da qualidade das unidades habitacionais e do espaço urbano construído pela COHAB-MA. Essa pesquisa tem como objetivo principal analisar a Companhia de Habitação do Maranhão com vistas em identificar as estratégias urbanas e arquitetônicas utilizadas nos conjuntos habitacionais Cohab-Anil I, II, III e IV e suas consequências na escala urbana local e na vida do morador desses conjuntos habitacionais. O procedimento metodológico basear-se-á no método materialista-histórico-dialético como explicação da realidade social e, para tanto, utilizará pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Outrossim, como procedimentos e técnicas de pesquisa, adotou-se a pesquisa bibliográfica em autores como Maricato, Santos, Rolnik, Burnett e Bonduki, além da pesquisa documental e a pesquisa de campo.
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MAIRA CARVALHO DE SOUSA
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TERRITORIALIDADE NEGRA URBANA EM ANÁLISE: produção do espaço no Quilombo Urbano da Liberdade e nos bairros da Madre Deus e Coroadinho em São Luís
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Data: 26/07/2023
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Esta dissertação foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional da Universidade Estadual do Maranhão (PPDSR-UEMA) e visa compreender as implicações da territorialidade negra na produção do espaço de territórios e bairros negros, estabelecendo como campo empírico o quilombo urbano da Liberdade e os bairros da Madre Deus e Coroadinho, territórios negros localizados na cidade de São Luís-MA. Tais espaços exemplificam os conceitos de territorialidade negra, partindo inicialmente do histórico de formação para os aspectos identitários e específicos do lugar. Considerando o contexto da diáspora africana são firmados a partir de conceitos próprios e se colocam como exemplares fundamentais para se pensar o urbanismo criado e produzido no Brasil. Para além de toda a imposição de lógicas de degradação dos territórios negros no decorrer dos anos, os espaços se concebem e se perpetuam a partir de lógicas próprias e distintas das formulações urbanísticas hegemônicas, sendo desconsiderado nas rotas de desenvolvimento urbano e na própria história do urbanismo brasileiro. A metodologia utilizada nesta pesquisa parte de uma orientação decolonial somada às perspectivas do pan-africanismo e da afrodescendência para formular o campo epistemológico, a partir de estudo bibliográfico conceitual das teorias de produção do espaço e território negro, revisão histórica da formação dos territórios e bairros negros brasileiros, para assim adentrar à pesquisa de campo nos bairros estudados, com utilização de fotos, mapas e entrevistas com moradores locais. As conceituações e levantamentos bibliográficos somados às informações colhidas in loco nas comunidades proporcionaram discussões sobre a percepção dos territórios indo além das carências, sendo concebido e mantido através de lógicas próprias de produção do território negro, ainda que distintas pontualmente, relacionadas a partir da origem em comum
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MÁRCIA FERNANDA PEREIRA
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO À AGRICULTURA FAMILIAR: Uma análise nos Povoados de Pindoba e Iguaíba em Paço do Lumiar-MA
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Data: 30/10/2023
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A presente dissertação tem como finalidade destacar a relevância da agricultura familiar ao longo do tempo e seu papel na redução da insegurança alimentar, bem como a importância de políticas públicas de incentivo à agricultura familiar. O trabalho promove uma análise das políticas públicas de fomento à agricultura familiar nos povoados de Pindoba e Iguaíba, localizados no município de Paço do Lumiar-MA. A pesquisa partiu da seguinte problematização: qual o papel das políticas públicas de fomento à agricultura familiar no desenvolvimento socioeconômico do município de Paço do Lumiar-MA? A investigação cobriu os programas de incentivo à agricultura familiar foram executados no município no período de 2017 a 2022. Foram levantados quais benefícios de apoio e inclusão social produtivo os agricultores familiares tiveram acesso e quais projetos foram executados. Durante a condução dos trabalhos, recorreu-se ao método dialético e a coleta de dados aconteceu através de técnicas de pesquisa envolvendo entrevistas conduzidas com aplicação de questionário com questões abertas e fechadas. Os programas executados em Paço do Lumiar aos quais os agricultores tiveram acesso são o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa de Fortalecimento Agricultura Familiar (PRONAF) e Programa de Compras da Agricultura Familiar (PROCAF). Estes programas têm ajudado os produtores locais na subsistência, no sustento de suas famílias e na produção, comercialização e geração de renda. Pois 80% dos entrevistados têm acesso a programas como PRONAF e PROCAF, enquanto 43% têm acesso a linhas de crédito. Portanto, uma ampla maioria subsiste dos valores que recebem de programas onde participam pelo fornecimento de produtos e feiras. Na percepção da totalidade dos entrevistados, os programas de fomento à agricultura familiar têm impactado de forma positiva na sua vida, tanto econômica quanto socialmente. Com a conclusão da pesquisa, pôde-se constatar que as políticas de fortalecimento à agricultura familiar têm contribuído para o incentivo aos produtores locais na produção e comercialização de insumos agrícolas, assim como a garantia da segurança alimentar.
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MARILENE OLIVEIRA PEREIRA
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ALCÂNTARA, TERRA DE INTERESSES: Desafios e Perspectivas da identidade da agricultura familiar na comunidade quilombola de Mamuna no munícipio de Alcântara.
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Data: 10/10/2023
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No presente trabalho buscou-se explanar a situação de Alcântara-MA, especificamente a comunidade remanescente de quilombo Mamuna, campo empírico do referido texto dissertativo, o qual tratamos de evidenciar a situação vivenciada pelas comunidades mediante a uma nova ameaça de expulsão de seus territórios o que poderá comprometer seus trabalhos de subsistência e a erradicação de sua identidade étnica. Com uma territorialidade comprometida devido ao avanço de um grande arcabouço tecnológico, a comunidade Mamuna junto as demais comunidades se articularam e através de suas representatividades mantém a resistência mediante a luta pelo seu direito ao território de pertencimento ancestral. Vale ressaltar que essa luta contra essa nova ordem territorial e o racismo estrutural, esse último considerado um entrave na resolução da titulação das terras que até os dias de hoje nunca foram expedidas. Todo esse emaranhado de contrastes sociais comprometem o cotidiano das comunidades que temem uma nova expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), uma vez que expandido novamente as consequências serão catastróficas, pois impactará todos os sistemas de produção da agricultura familiar, pesca e moradia dessa população. Esse estudo foi norteado pelo do método materialista histórico e dialético afim de compreendermos a construção histórica e interpretar essa realidade onde o homem está inserido
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MARINA AZEVEDO FEITOSA
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RESISTÊNCIAS LOCAIS AO DESENVOLVIMENTO GLOBAL: CAJUEIRO E MARUDÁ NA LUTA PELO DIREITO ÀS SUAS TERRITORIALIDADES
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Data: 30/10/2023
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O presente trabalho coloca em questão o desenvolvimento, a partir das disputas territoriais entre mega empreendimentos “versus” comunidades tradicionais, sendo estas, especificamente, a implantação e a expansão do CLA “versus” Marudá (Alcântara-MA); e a implantação do Porto São Luís “versus” Cajueiro (São Luís-MA). A disputa se apresenta a partir do momento em que agentes institucionalizados na figura do capital e do Estado declaram interesses em um território e desapropriam compulsoriamente comunidades locais já certificados pelo próprio Estado. As análises de casos serão feitas na perspectiva da decolonialidade à luz de Mignolo (2020), privilegiando as narrativas dos agentes subalternizados às estruturas hegemônicas do capital e os seus efeitos sociais. As entrevistas feitas para esta pesquisa, outras coletadas em outros trabalhos acadêmicos e de falas observadas em algumas audiências públicas da/na comunidade são apresentadas neste trabalho, na intenção da apresentação exata dos interesses individuais e coletivos dos agentes da pesquisa. “O método de desenvolvimento e da explicitação dos fenômenos culturais, parte da atividade prática objetiva do homem histórico”. (KOSIK, 1926, p. 39). Entendemos aqui que o indivíduo está inserido na totalidade social e histórica, portanto, inseparado da natureza e da realidade. De entendimento dessa práxis humana de organização, à luz de Kosik e Mignolo, é que percebemos que os sujeitos são produtores de sua própria realidade, tentando transformá-la mesmo que frente às tramas jurídicas que se rogam numa tentativa de etnocídio. Este estudo verificou que o processo de enfrentamento das comunidades tradicionais em questão ainda se encontra ativo e através de mobilizações sociais, estes povos resistem pelo seu território e pelo direito de existir. Dessa forma, as entidades e agentes em análise se encontram em constante movimento trazidas aqui em seus interesses coletivos e individuais que somam e somarão não mais para uma reformulação do conceito de desenvolvimento (pois este paradoxo sistema capitalista não tem mais salvação e tange para o seu fim), mas na aplicabilidade de um modelo existente e eficiente, dado a sua existência há milhares de anos: o bem viver ou viver bem.
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MILENA BARROS DE MIRANDA SALES
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PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO, SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO EM SÃO LUÍS (MA): a formação do bairro Vila Isabel Cafeteira
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Data: 28/02/2023
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Este trabalho objetiva investigar a formação do bairro Vila Isabel Cafeteira, originado através de um processo de ocupação espontânea, estando em parte situado em “áreas de risco”. O foco é tentar perceber as relações entre os aspectos socioeconômicos (renda familiar, escolaridade, trajetória ocupacional etc.) dos moradores, com as suas motivações em ocupar esta localidade. Considerando características candentes da urbanização brasileira consolidadas nas últimas décadas, como a desigualdade de acesso ao espaço e à moradia, denotando o processo de segregação como intrínseco ao crescimento das cidades, buscou-se explicar como a produção do espaço urbano de São Luís, a partir do bairro destacado, reproduz estes aspectos mais amplos. A pesquisa fundamentou-se em dois tipos de dados: os primários, obtidos através da realização de entrevistas com os moradores do bairro e pela obsevação direta da realidade pesquisada; e os secundários, adquiridos por meio de informações sobre a expansão urbana brasileira e da cidade de São Luís produzidas pelo IBGE, além da análise de matérias públicadas em portais de notícias sobre o bairro, em geral evidenciando a situação de área de risco - ocasionada por inundações e deslizamentos – de ruas da localidade. O foco foi compreender como as características do processo mais amplo de expansão urbana e segregação socioespacial do município de São Luís, se evidenciaram através das vivências individuais/familiares e pelas representações dos moradores entrevistados.
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SANCLEY ESTANY DA SILVA LIMA
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REGIÃO DA CHAPADA DAS MESAS: crescimento econômico e perspectivas do município de Estreito – MA, no período de 2000 a 2022
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Data: 28/02/2023
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Estudos voltados ao crescimento econômico têm recebido bastante atenção na literatura e por mais que haja debates controversos, em geral, a maior parte considera que tal incremento tem efeito positivo sobre o desenvolvimento econômico. Porém, é necessário verificar se esse desenvolvimento foi suficiente para extinguir a maior parte das demandas sociais, pois do contrário emergem malefícios como desproporção na distribuição de riqueza, manutenção da desigualdade regional, comprometimento do meio ambiente, entre outros que dificultam o acesso ao bem-estar social de forma ampla. A pesquisa tem por objetivo analisar o crescimento econômico do município de Estreito – MA, utilizando como base o período de 2000 a 2022. O método de estudo utilizado foi o materialismo histórico, que possibilita a análise de elementos essenciais para a compreensão do processo de formação socioespacial da Região da Chapada das Mesas, cujo estudo empírico é centrado na citada unidade subnacional. Para tanto, procedeu-se ao levantamento bibliográfico, cartográfico e documental, seleção de dados primários e secundários, aplicação de questionários, bem como análise e interpretação dos dados e informações obtidas. Apesar de ter registrado crescimento econômico no período de 2000 a 2022 e se destacar na Região Chapada das Mesas, o município de Estreito ainda se depara com uma gama de problemas sociais e ambientais que ficaram mais evidentes com o recrudescimento de investimentos e cuja referência é a Usina Hidrelétrica
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SÉRGIO ANTONIO COSTA RIBEIRO
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ACESSIBILIDADE URBANA NO ESPAÇO PÚBLICO DA CIDADE DE SÃO LUÍS - MA: obstáculos e possibiidades: Estudo de caso no bairro do João Paulo
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Data: 24/02/2023
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O presente estudo teve como objetivo observar e analisar a acessibilidade urbana e como esta se coloca enquanto direito fundamental e indispensável no tocante ao direito à cidade. O método utilizado nesta pesquisa teve um viés marxista, na compreensão de como a lógica do capital burguês apropria-se do espaço urbano do bairro do João Paulo, de maneira específica na Avenida São Marçal. Neste cenário de conflitos acontece a reprodução do valor e da riqueza de maneira bem presente na cidade de São Luís. O bairro do João Paulo, desde o começo do século XX, contribuiu no processo de expansão da cidade de São Luís, antiga rota chamada de “Caminho Grande.” Nota-se a presença do poder no bairro do João Paulo através do Quartel do 24 BIS e também pelo enorme valor cultural que acontece pelas festividades do Bumba-meu-boi na grande Festa de São Marçal. A abordagem da pesquisa foi do tipo bibliográfica, pois trabalha-se um recorte teórico a partir de Santos (1977,2007,2013), Lefebvre (2001), Garcia (2012), Jacobs (2000), Gehl (2013), Speck (2016), Burnett (2008,2011), Pfluger (2012,2020), Lopes (2013,2016), Cunha (2012) entre outros autores, e também qualitativa, aquela que se faz por meio da observação não participante da prática cotidiana das pessoas ao se deslocarem dentro do espaço urbano do João Paulo, de como usam os espaços destinados a pedestres, e de que forma a acessibilidade urbana se torna um indicador na qualidade de vida de todos aqueles que buscam bens, serviços, trabalho e lazer no bairro do João Paulo. O diálogo com atores sociais que participaram da pesquisa, e que vivenciam acessibilidade em seus cotidianos, ajudou a contribuir na construção da reflexão sobre uma política urbana que assegure acessibilidade no espaço urbano do João Paulo como direito humano e fundamental. Concluiu-se, portanto, que o atendimento aos critérios de acessibilidade não deve visar apenas o cumprimento da Legislação vigente, uma vez que é um instrumento de promoção da cidadania, possibilitando a criação de espaços que acolham e reconheçam todas as pessoas de maneira democrática e inclusiva.
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