RESISTÊNCIA, TERRA, RAIZ E VIDA. AGRICULTURA QUILOMBOLA E OS PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO E TITULAÇÃO DE TERRITÓRIO.
Quilombos; Territórios; Certificação; Titulação; Agricultura; Juçaral dos Pretos
Os processos de desenvolvimento econômico desde o primórdio no Brasil foram responsáveis pela maioria das grandes alterações sociais que moldaram a sociedade da maneira como a conhecemos hoje. O processo de escravidão sofrido pelos povos africanos no Brasil, é uma representação real do modo como a atividade econômica pode ter influência e consequências danosas e permanentes. Os escravos, no processo de fuga das fazendas, buscavam sobreviver e se afirmar. A formação dos quilombos, era um ato de resistência e sobrevivência, e que se mantinha graças ao aspecto da terra e da produção do próprio alimento através da agricultura e criações. Mesmo após o “fim da escravidão”, os quilombos ainda permaneceram por um longo e complicado período, ao qual os quilombolas, eram invisíveis ao Estado. O processo de desigualdade social e econômica vivida também por este grupo da população brasileira, somente retrata como estão as políticas públicas voltadas ao segmento. Com o passar do tempo, os territórios quilombolas, foram ganhando aos poucos o poder para se fazer presente ao Estado. Somente após a Constituição de 1988, foram iniciadas tratativas para os processos de Certificação e Titulação de Territórios, que aos poucos vão tendo seu reconhecimento. Nesse sentido, este trabalho visa analisar o processo da atividade agrícola e pecuária em comunidade quilombola, e os processos de Certificação e Titulação de Territórios Quilombolas. O enfoque do trabalho se deu representação e análise dos dados atuais dos Processos de Certificação e Titulação de Territórios Quilombolas, assim como resultados da Comunidade Quilombola Juçaral dos Pretos em Presidente Juscelino, onde foram analisados os dados históricos, produtivos e sociais, com pesquisas entre jovens e adultos.