PESQUISA DE PROTOZOÁRIOS DO FILO APICOMPLEXA EM OSTRAS (Crassostrea sp.) DE CULTIVO E ESTOQUE NATURAL NO ESTADO DO MARANHÃO
Biologia molecular. Molusco bivalve. Criptosporidiose. Toxoplasmose
Protozoários do Filo Aplicomplexa como Cryptosporidium spp. e Toxoplasma gondii apresentam grande importância zoonótica. Pesquisas científicas comprovam que oocistos desses dois protozoários são eliminados nas fezes de animais domésticos e silvestres e contaminam os ambientes aquáticos em decorrência do escoamento de esgotos e águas da chuva. A forma de infecção mais comum para ambas as protozoonoses é a via oral por ingestão de água ou alimento contaminado com oocistos dos parasitas presentes no ambiente. Nesse contexto, objetivou-se com o estudo pesquisar protozoários do Filo Apicomplexa em ostras (Crassostrea sp.) em cultivo e estoque natural no estado do Maranhão. Para a realização do estudo foram adquiridas 200 ostras de cultivo do município de Raposa e 100 de Paço do Lumiar; além de 100 ostras extraídas de estoque natural do município de Primeira Cruz. Do total de 400 ostras amostradas, formaram-se 80 pools em que cada pool foi constituído por cinco animais. De cada ostra foi procedida à retirada das brânquias e massa visceral, com a formação de grupos amostrais das brânquias e da massa visceral, cada um constituído por 80 pools. Na sequência procedeu-se à extração de DNA de cada pool de ostras com a utilização de kit comercial. Posteriormente, realizou-se a detecção do DNA de Cryptosporidium spp. por meio da técnica de nested-PCR (primers SHP1, SHP2, SHP3 e SSU-R3) e do T. gondii com a utilização da técnica de semi nested-PCR (primer SAG-1). Com a técnica utilizada, foi detectado o DNA do Cryptosporidium spp. em 2,5% (n=2/80) pools de ostras, sendo 1,25% pools (n=1/80) oriundo de cultivo e os outros 1,25% (n=1/80) de estoque natural. Para o T. gondii foram detectadas 2,5% (n=2/80) de pools de amostras positivas oriundas exclusivamente de cultivo. Com os resultados obtidos nesse estudo, conclui-se que ostras do gênero Crassostrea sp. cutivadas e extraídas de banco natural no estado do Maranhão são capazes de filtrar e manter nos seus tecidos oocistos de protozoários do Filo Apicomplexa, como Cryptosporidium spp. e T. gondii se revertendo em fontes potenciais de contaminação para seres humanos e outros animais