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Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDRESSA SILVA SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDRESSA SILVA SOUSA
DATA: 18/06/2018
HORA: 09:30
LOCAL: UEMA
TÍTULO:

CAMINHE! VJEA! ... E SINTA! A POÉTICA DA DESACELERAÇÃO NA FICCÇÃO DISPÓTICA FAHRENHETE 451, DE RAY BRADBURY


PALAVRAS-CHAVES:

Utopia. Aceleração. Literatura distópica. Poética da Desaceleração.


PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Teoria Literária
RESUMO:

Tique-taque! Tique-taque! Vroomm! Tique-taque! Tique-taque! Não pare! Tique-taque! Tique-taque! Acelere! Tique-taque! Mais rápido! Tique - (...) Tum! Desde que se iniciou o processo de modernização, especialmente a partir da Revolução Industrial, o ritmo das experiências humanas foi alterado de modo significativo. Sentindo-se piamente capaz de conquistar a utopia mais longínqua, o homem moderno, com todo o seu aparato técnico,
dominando a velocidade, acelerou o movimento em direção à realização de seu futuro melhor, rumo à felicidade. Para este homem, acelerar era progredir. Todavia, ao torná-lo presente, o porvir sonhado mostrou-se degradante. Frente à realidade caricata, obra de suas mãos, o homem não a mirou nos olhos a fim de ver a si mesmo e entender quem era aquele que a idealizou. Deveria retardar a partida, andar por ela, compreendê-la e modificar a si antes de empreender um novo projeto. Ao invés disso, deu-lhe as costas numa fuga desgovernada. Foi assim que brotou no campo literário do século XX – período em que julgaram ter sepultado o
cadáver do pensamento utópico –, a distopia (ou a utopia negativa): que é a projeção de um futuro decadente; um aviso na estrada indicando o abismo logo adiante. Da vasta ceara disponível, esta dissertação objetiva estudar o universo distópico da obra Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury, em que se acentuam os aspectos sombrios de uma sociedade refém da velocidade excessiva, cujos indivíduos, em sua maioria, são seres míopes, irracionais, insensíveis, solitários, infelizes e, acima de tudo, inconscientes de tal estado. Indissociáveis, propomos analisar o distopismo, nessa obra, como uma denúncia ao ideal utópico progressista
do homem moderno, para quem a velocidade seria um meio de libertação e de revolução, mas que no mundo atual, em seu abuso, converteu-se em um mecanismo ideológico de manutenção do sistema capitalista, por isso, de alienação e de morte. Para tal, adotamos a pesquisa de caráter bibliográfico fundamentada nos estudos sobre os gêneros utopia e distopia de Russel Jacoby (2017), Claeys (2013); em trabalhos crítico-literários de Perrone- Moisés (2016), Compagnon (2014); em textos sobre a construção social no capitalismo moderno e pós-moderno à luz de Bauman (2007), Berman (1987); em estudos reflexivos sobre ideologia de Žižek (2013), Marx e Engels (2009) e Manheim (1968); e sobre a concepção da arte em Adorno (2003), Benjamin (1987), além de teses, dissertações e artigos. Em seguida, efetivamos uma análise detalhada da obra Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury, em seu caráter distópico, de modo a revelar a presença do que chamamos de a poética da desaceleração. Nesse sentido, pretendemos construir um arcabouço teórico-crítico em torno do potencial literário enquanto movimento de resistência capaz de conscientizar o homem contemporâneo, filho da Era da Aceleração, sobre os efeitos da tirania da efemeridade. Desacelerar é, nesse contexto, libertar-se e viver.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2500569 - EMANOEL CESAR PIRES DE ASSIS
Interno - 8043 - JOSEANE MAIA SANTOS SILVA
Externo à Instituição - SAULO CUNHA DE SERPA BRANDAO - UFPI
Notícia cadastrada em: 22/05/2018 16:14
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