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A POÉTICA AFRO-FEMININA COMO VEÍCULO DE FORMAÇÃO
IDENTITÁRIA DA MULHER AFRICANA DIASPÓRICA NO BRASIL: Uma
apreciação crítica dos escritos de Cristiane Sobral em Não vou mais lavar os pratos.
literatura negra; poética afro-feminina; identidade
A poética afro-feminina nos possibilita fortes discussões acerca de linguagem, criação literária, identidade, história e sociedade. A partir de um olhar que reconhece a escrita afro-feminina como veículo na formação identitária dessas mulheres afrodiaspóricas em território brasileiro, é que conduziremos esta pesquisa. Inicialmente apresentaremos a literatura afrodiaspórica no Brasil e
como esta literatura acontece mediante os aspectos históricos e sociais da comunidade negra no país, tomando como base estudos feitos na obra Literatura afro-brasileira, organizado por LIMA e SOUZA (2006). A partir do olhar de Hall (2000) (2003) e de Munanga (2009), abordaremos teorias acerca de identidade, para compreender a identidade africana diaspórica fraturada que se manifesta no Brasil. Em seguida discorremos sobre a condição do negro no Brasil, seguindo as discussões propostas por Moura (1992) (1994) e Nascimento (1978), para compreender sua participação na literatura. Para só então atemos especificamente à participação da mulher negra na literatura.
Para tal, discutimos acerca dessa mulher na sociedade brasileira, partindo de sua ancestralidade, na intenção de reconhecer não só o continente africano como berço da humanidade, mas também reconhecer a mulher africana como centro desse berço. Apresentando em seguida suas marcas históricas de lutas, métodos de resistência e reorganização em território brasileiro. Por fim, partimos para o reconhecimento de todos esses aspectos históricos, sociais e identitários na poética afro-feminina. Reconhecendo essa produção como uma contra-voz à uma literatura falocêntrica e racista, produção marcada pela escrevivência, tomando para si a autonomia da escrita e do poder que esta
possui, quando se fala em consciência identitária. Para isso contamos com estudos de Bonfim (2009), Gonzáles (1982) (1984), Santiago (2012), Evaristo (2005) e outras mulheres negras. De modo que apresentamos, preliminarmente, a poética afro-feminina como resgate e perpetuação ancestral e introduzimos acerca da apreciação crítica da obra Não vou mais lavar os pratos, de Cristiane Sobral.