Agricultura familiar e atividades agrícolas: uma análise sobre a adoção de práticas de manejo por agricultores da comunidade São José dos Costa, São Benedito do Rio Preto-MA
Produção familiar; conservação; sustentabilidade agrícola; práticas sustentáveis.
A agricultura familiar carrega as singularidades de grupos que superam as adversidades dos campos econômicos e sociais, estabelecendo elos que permitem sua permanência e relevância na conjuntura atual. Dessa forma, a valorização do conhecimento local dos agricultores é essencial na gestão das atividades agrícolas, pois a associação de suas práticas e vivências pode promover o manejo sustentável. A implementação de práticas de manejo pelos agricultores familiares desencadeia uma série de benefícios sociais, como a segurança alimentar e geração de emprego e renda. No entanto, a carência dessas práticas inviabiliza a sustentabilidade ambiental, a preservação do planeta, melhores condições de vida para os agricultores e para os povoamentos rurais e urbanos. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo analisar a adoção de práticas de manejo por agricultores familiares do povoado São José dos Costa, São Benedito do Rio Preto-MA. O estudo foi desenvolvido na comunidade São José dos Costa, situada a 18km da sede do município de São Benedito do Rio Preto-MA, onde foram realizadas entrevistas com trinta e oito agricultores familiares da comunidade, sendo cinco do sexo feminino e trinta e três do masculino. A natureza do trabalho é de caráter qualitativo com tipologia explicativa, baseado no método fenomenológico. Os dados obtidos foram analisados com auxílio do Microsoft Excel 2011 para que fossem apresentados e discutidos. Os dados apresentados evidenciam que maioria dos entrevistados 79%, desenvolvem práticas de manejo, as práticas de manejo e conservação mais implementadas nas propriedades dos agricultores foram: proteção e/ou conservação de encostas, pousio ou descanso de solos, e pousio ou descanso dos solos, seguido de proteção ou conservação de encostas, que para 63% são implementadas, todo ano, aplicadas a cada quatro ou cinco anos por 10%, realizadas no período entressafra por 3%, e para outros 3% não apresentam uma periodicidade definida. A dificuldade na implantação de práticas de manejo ocorre para 55% dos entrevistados e a falta de acesso a políticas públicas foi comum a 97% dos agricultores. Este mostra que apesar dos agricultores conhecerem a relevância das práticas de manejo e às adotarem em suas atividades agrícolas, o desenvolvimento dessas práticas é realizado de maneira incipiente, devido às instabilidades na frequência de implementação e dificuldade de inserção dessas práticas reforçando a necessidade de investimentos em educação, informação e políticas públicas que incentivem o agricultor a implementá-las em seu cotidiano, potencializando seus benefícios.