ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE PRIMATAS EM ÁREAS DE REMANESCENTES FLORESTAIS EM SÃO LUÍS – MA
Ecologia. Conservação. Fragmentos Urbanos. Primatas.
Os primatas agregam um dos grupos ecológicos vitais para as florestas, influenciando na dinâmica dessas áreas por meio da dispersão de sementes, juntamente a sua dieta e nicho ecológico, contribuindo para a preservação de florestas nativas. Além disso, servem como indicadores de qualidade ambiental e, dentre as ameaças que os afetam, entram em destaque a destruição de habitats, comércio ilegal, doenças infecciosas e as mudanças climáticas. Dessa forma, o Maranhão comporta um número variado de espécies de primatas, como o Cebus kaapori (macaco caiarara), Aotus infulatus (macaco-da-noite), Chiropotes satanas (cuxiú), Sapajus spp. (macaco-prego), Saimiri sciureus (capijuba), Saguinus midas niger (sagui-preto), Callithrix jacchus (sagui-de-tufo-branco), sendo estes distribuídos na Ilha de Upaon-Açu. No que se refere a São Luís, poucos trabalhos citam as espécies ocorrentes no município. Além disso, a descrição e levantamento da composição da primatofauna é escasso, levando em consideração as áreas onde estão inseridos. Das 15 Unidades de Conservação existentes no Maranhão, seis delas estão presentes em São Luís e duas delas foram a área de estudo da pesquisa. A finalidade deste trabalho inclui o estudo da estrutura de comunidade dos primatas em remanescentes florestais de São Luís, Maranhão, investigando sua densidade, tamanho populacional, padrões de distribuição espacial e os principais fatores de ameaça encontrados nas áreas de estudo. Para isso, a pesquisa está sendo feita em duas áreas de fragmentos de São Luís, o Parque Estadual do Sítio do Rangedor e a Área de Proteção Ambiental do Itapiracó, onde ambas estão envoltas em áreas de circulação humana intensa. Para isso, foram realizados transectos lineares, em meses intercalados (agosto de 2023 e abril de 2024), que originou 24 rotas para seis trilhas divididas entre as duas áreas de estudo, utilizando o protocolo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, onde os indivíduos avistados foram descritos por gênero/espécie, número de indivíduos, atividade principal, distância perpendicular, ângulo, altura, hora, coordenadas, fitofisionomia e condição de tempo. Foram identificados dois gêneros de primatas nas áreas estudadas, sendo o gênero Saimiri para o Rangedor e os gêneros Saimiri e Sapajus no Itapiracó. Durante a realização do estudo, foram observados os seguintes impactos ambientais nas áreas de estudo: a poluição sonora, descarte de resíduos sólidos, contaminantes de corpos d’água, pontos de calor, contato com animais de rua e urbanização.