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ANA VIRGINIA GOMES DE OLIVEIRA
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COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E DESCRITORES AMBIENTAIS EM UM ESTUÁRIO ANTROPIZADO DA ILHA DE SÃO LUÍS – MA
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Data: 27/02/2024
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O estuário do rio Anil (ERA) apresenta grande importância socioeconômica para a ilha de São Luís, mas por localizar-se em uma área predominantemente urbana, sofre intensa pressão antrópica, o que pode acelerar um processo de eutrofização. Essas alterações físicas e químicas da água podem ser observadas através do estudo do fitoplâncton, organismos que respondem rapidamente às perturbações ambientais, sobretudo, à carga excessiva de nutrientes na água, o que altera a sua distribuição e composição nos estuários. Dessa forma, neste estudo objetivouse caracterizar quali-quantitativamente a comunidade fitoplanctônica e as condições ambientais ao longo do estuário do rio Anil – MA. Quatro campanhas foram realizadas no ERA em 2022- 2023, em oito pontos amostrais, agrupados em três setores (S1, S2 e S3). Para os dados físicoquímicos da água foram utilizados sonda multiparamétrica, refratômetro e disco de Secchi. Para os dados biológicos foi utilizada a rede de fitoplâncton. A análise de biomassa (clorofila-a) foi feita pelo método espectrofotométrico e para a densidade fitoplanctônica utilizou-se microscópio invertido. O grau de trofia do ERA foi avaliado através do Índice Trófico TRIX. O setor 2 registrou maior grau de trofia, sendo caracterizado como hipereutrófico, devido à sua elevada carga de nutrientes (principalmente íon amônio e nitrato), indicando que o ERA é extremamente impactado pelas ações antrópicas. A predominância de diatomáceas foi registrada em todos os setores do estuário. A floração de Coscinodiscus centralis na estiagem reduziu a diversidade em S2. A biomassa e a densidade fitoplanctônica registraram maiores médias durante a estiagem, acompanhando a maior disponibilidade de luz nesse período. Na razão DIN:DIP, o ERA foi predominantemente limitado por fósforo. Dez espécies indicadoras foram registradas, destacando-se Coscinodiscus oculus-iridis e Ulnaria ulna em S2. A Análise dos Componentes Principais (ACP) associou de forma direta a clorofila-a e o TN com as concentrações de nitrato e TP. Diante disso, compreender a ecologia do fitoplâncton e a sua relação com as condições ambientais, incluindo o estado trófico do local, é fundamental para o manejo e o monitoramento de estuários tropicais
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CELENE SOUSA CARVALHO
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ABUNDÂNCIA RELATIVA E PADRÕES DE USO DE HABITAT DA GUARIBA DA CAATINGA (Alouatta ululata).
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Data: 04/07/2024
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Os manguezais são ecossistemas costeiros vitais, abrigando rica biodiversidade e oferecendo serviços essenciais. Os primatas, sensíveis às mudanças ambientais, são importantes indicadores de saúde ecológica. No entanto, estudos sobre sua abundância e uso de habitat em manguezais são escassos.Este estudo identificou e avaliou a abundância relativa de espécies de primatas em manguezais no município de Humberto de Campos, na porção leste do estado do Maranhão, e também modelou os padrões de uso de habitat da espécie Alouatta ululata utilizando uma variável ambiental e duas antrópicas: cobertura vegetal (CO), distância para áreas agrícolas (DAG) e distância para assentamentos humanos (DAS). Os dados foram obtidos através da metodologia adaptada de transectos embarcados no rio Mapari, durante os meses de agosto de 2023 a janeiro de 2024. Foram registradas duas espécies de macacos na área estudada, Sapajus libidinosus e Alouatta ululata. A abundância relativa das espécies A. ululata e S. libidinosus foi feita através do cálculo A=N/K, resultando em uma estimativa de 0,61/10 km e 0,40/10 km, respectivamente. A modelagem de ocupação de A. ululata mostrou que os valores de ocupação para cobertura vegetal têm um efeito potencialmente positivo na ocupação dos primatas, enquanto a proximidade de áreas agrícolas não afetou significativamente a ocupação, e que os primatas ocupam áreas mais distantes dos assentamentos humanos.Alouatta ululata, predominantemente herbívora e dispersora de sementes, sobrevive em habitats fragmentados, desde que a caça não seja intensa. A média de indivíduos por grupo é menor em manguezais. O estudo ressalta a importância da cobertura vegetal para a sobrevivência da espécie e a necessidade de estudos relacionados aos conhecimentos sobre este primata, auxiliando na conservação e continuidade de suas populações.
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CLARYCE CUNHA COSTA
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VIABILIDADE DO USO DE ESPERMATOZÓIDES CRIOPRESERVADOS DE Colossoma macropomum (CUVIER, 1816) EXPOSTOS A CIPERMETRINA
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Orientador : RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA
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Data: 18/03/2024
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Cipermetrina é um composto agrotóxico muito utilizado no combate de insetos em ambientes agrícolas e domésticos, mas seu uso indiscrimado e descartes inadequados das embalagens pode causar efeitos adversos aos animais que vivem em ambientes direta ou indiretamente afetados. Neste trabalho objetivou-se analisar a viabilidade do uso de espermatozóides de tambaqui (Colossoma macropomum) em bioensaios ecotoxicológicos com cipermetrina. Foram utilizadas amostras seminais de machos de tambaqui sexualmente maduros. O sêmen fresco foi coletado oito horas pós indução hormonal em tubos de vidro graduados. Após avaliação inicial de ausência de ativação prévia foi realizado o experimento em esquema fatorial testadando cinco concentrações de cipermetrina (2,5; 25; 125; 250 e 500 mg/L), onde a motilidade foi avaliada pelo método subjetivo e os dados expressos em porcentagem de células móveis nas amostras por tempo em segundos. Foi avaliada a dose letal (DL50) a partir da ativação dos gametas até regredir em 50% de motilidade nas amostras; o tempo total de atividade foi registrado até 10% de células móveis (em segundos) após sua ativação inicial. Como controle, foi utilizada a ativação com solução de NaCl a 0,9% e análise da motilidade da mesma forma descrita para a cipermetrina. Na etapa de criopreservação foi realizado o preparo das soluções crioprotetoras, com as concentrações 75% de glicose, 10% de DMSO, 5% de gema de ovo. Em seguida o sêmen foi colocado em micropalhetas e acondicionado em dryshipper com nitrogênio por até 20 minutos. Após a estabilização da temperatura, as amostras foram transferidas para o nitrogênio líquido a temperaratura de -196°C. Para o descongelamento, as amostras foram retiradas do nitrogênio líquido e postas em banho maria a 60°C durante 8 segundos, transferidas para tubos plásticos e analisados. As análises do sêmen foram feitas em microscópio ótico e avaliada a viabilidade espermática por meio da ativação com a solução de NaCl. Após a confirmação da viabilidade pela análise da caracterização espermática, as amostras foram ativadas pelas concentrações de cipermetrina e estabelecida a taxa de motilidade subjetiva e o tempo de motilidade em triplicatas, levando em consideração a Dose letal (DL50) para cada repetição. Resultados apontam que as amostras in natura baseadas no método subjetivo apresentaram o tempo de duração médio de 118±12 segundos (considerando até 10% de motilidade espermática) e 95±5% conforme o percentual de células móveis. A redução da motilidade espermática ocorreu de forma significativa (p<0,05), principalmente na concentração de cipermetrina de 500 mg/L. Nas amostras descongeladas o tempo médio foi de 46,9±10 segundos e sua taxa de motilidade 73,9±6% para células móveis. A redução da motilidade foi mais intensa a partir da concentração 125mg/L, indicando o seu limite celular de tolerância ao inseticida. Os testes realizados demonstram que o sêmen de tambaqui é sensível ao processo de exposição aos resíduos de cipermetrina, podendo ser utilizado em bioensaios ecotoxicológicos.
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FRANCIANY DE OLIVEIRA SOUZA
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ÓLEOS ESSENCIAIS COMO AGENTES REDUTORES DE ESTRESSE NA ESPÉCIE DE PEIXE AMAZÔNICO Colossoma macropomum (CUVIER, 1816)
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Orientador : RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA
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Data: 18/12/2024
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As atividades ligadas a aquicultura como manejo, confinamento e transporte lidam com inúmeras situações que geram estresse e consequentemente influenciam no bem-estar das espécies, sendo esse um importante fator que determina o comportamento e o sucesso da criação. Assim, ao manipular, durante ou antes do transporte, a sedação do peixe é desejável para reduzir ou prevenir o estresse. É comum o uso de substâncias sintéticas, no entanto, alguns produtos podem oferecer riscos. Por isso, o uso de anestésicos que evitam o estresse e sejam naturais é o mais ideal. Nesse estudo, tivemos como objteivo investigar o uso de óleos essenciais de lavanda (Lavandula angustifólia), cravo (Eugenia caryophyllata) e copaíba (Copaifera langsdorffii)como agentes redutores de estresse em Colossoma macropomum e os possíveis efeitos sobre as respostas fisiológicas desses organismos. Para isso, foi avaliada a ação anestésica do OEs em várias concentrações, assim como as respostas fisíológicas ligadas ao estresse como a contagem ventilatória e os níveis de glicose em cada concentração. Não hove mortalidade em nenhum dos tratamentos. Os OE de lavanda e OE de cravo foram eficazes como anestésicos induzindo até o estágio de anestésia esperado para manejo, apresentando um tempo adequado de indução e recuperação. Todas as concentrações do óleo de cravo tiveram resultados satisfatórios. Já o OE de copaíba induziu os peixes somente atá o estágio 3 de anestesia. A contagem ventilatória confirmou o efeito anti estrresse nas melhores concentrações de OE de lavanda e cravo, uma vez que os movimentos operculares diminuíram durante a indução dos peixes.
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GEANE DA SILVA CASTRO
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AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ATRAVÉS DAS RESPOSTASBIOQUÍMICAS EM OSTRAS Crassostrea sp. (BIVALVIA, OSTREIDAE) NA BAÍADE SÃO JOSÉ– MARANHÃO
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Data: 05/03/2024
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As respostas dos organismos como ferramenta de monitoramento ambiental vemsendo utilizado por meio de organismos sensíveis a alterações que ocorrem no meio.Dentre os organismos utilizados como biomonitores, destacam-se as ostras, queacumulam grandes quantidades de contaminantes nos seus tecidos. Nesse sentido,essa pesquisa teve como objetivo determinar os parâmetros físico-químicos da águado mar em três pontos na Baía de São José, Maranhão - Brasil, realizar a biometriadas ostras do gênero Crassostrea, avaliar o impacto antrópico por meio daquantificação dos nitritos (NO2) e identificar as espécies de ostras por meio deanálise molecular. Para isso, foram coletadas ostras do gêneroCrassostreanoperíodo seco em outubro de 2022 e chuvoso em março de 2023 em três pontos naBaía de São José, ponto S1 (cultivo- Raposa), S2 (extrativismo - Paço do Lumiar) eS3 (área urbana- São José de Ribamar). Durante o momento de cada coleta (marébaixa), foram registrados os parâmetros físico-químicos da água em todos os pontosde amostragem e comparados com a Resolução do CONAMA N° 357/2005, foicoletado também 2 ml da água do mar nos três pontos de amostragem para aquantificação de NO2. O nitrito presente no sobrenadante das ostras foi analisadoindiretamente através da reação de Griess, que quantifica os nitritos. Para aanálisemolecular, foi utilizado técnica de extração de DNA pelo protocolo salino e a Reação emCadeia da Polimrase. As análises dos parâmetros físico-químicos da água do mardemonstraram que o pH e a temperatura mantiveram-se dentro dos limitesestabelecidos, exceto no período chuvoso na área de extrativismo. A concentraçãodo oxigênio dissolvido manteve-se baixa nos pontos S2 e S3. Na análise biométrica,é possível observar que as ostras do extrativismo são menores em todas asdimensões, principalmente no período chuvoso. O resultado da quantificação denitrito no sobrenadante das ostras revelaram concentrações significativamentemaiores na área de extrativismo (período seco 0,41 ± 0,7 mg/L e período chuvoso0,28 ± 0,11 mg/L), mostrando que essa área é a mais impactada. Em relação aidentificação molecular, foi possível observar padrão de bandas que correspondem aCrassostrea gasar e Crassostrea rhizophorae. Sendo assim, os resultadosencontrados indicam que a quantificação de nitritos é uma ferramenta inovadora,simples, eficaz e de baixo custo que pode ser utilizada no monitoramento ambientalsomados aos parâmetros físico-qímicos da água e análise biométrica
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ITALLO CRISTIAN DA SILVA DE OLIVEIRA
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“Biomarcadores de efeito e parasitológicos em peixes nativos para avaliação ambiental de dois lagos da Baixada Maranhense, Amazônia Oriental”
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Data: 29/01/2024
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O biomonitoramento da qualidade ambiental é essencial para avaliar a relação entre poluentes, os organismos e seus efeitos. A degradação ambiental por sua vez, aumenta a atividade parasitária em peixes, afetando a tríade Hospedeiro-Parasito-Ambiente. Isso pode resultar em perdas econômicas na pesca, problemas de segurança alimentar e riscos à saúde pública devido ao potencial zoonótico de alguns parasitos e da presença de alguns poluentes. Dessa forma, avaliou-se os biomarcadores de efeito e parasitológicos em três espécies de peixes nativas dos lagos Açu e Viana da Baixada Maranhense, Amazônia Oriental em diferentes períodos sazonais. Além de aferir dados microbiológicos, físicos e químicos das águas superficiais dos lagos. Foram coletadas amostras de água, sedimento de fundo e músculo de peixes para análises microbiológicas, detecção de coliformes totais, E. coli e elementos-traço. Ainda foi mensurado as variáveis abióticas em três pontos (P1, P2 e P3). Coletaram-se 240 exemplares de Hoplias malabaricus, Pygocentrus nattereri e Prochilodus lacustris para realização de teste de micronúcleo (MNi) (expresso em frequência), histopatologia dos órgãos como brânquias e fígado (expressa em Índice de Alterações Histológicas) e coleta da fauna parasitária (expressa em Prevalência). Os parâmetros analisados pH, OD e E. coli apresentaram valores fora do recomendado pela legislação Conama 357/2005 e 430/ 2011. Em todas as amostras de água foram encontrados coliforme totais e E. coli, com valores mais elevados no Lago Açu em ambos os períodos sazonais. Foram encontrados metais Al>Fe>Cu>Mn>Pb>Hg>Se e Al>Fe>Mn>Cu>Pb>Hg>Se em água e sedimento, respectivamente. As espécies coletadas também apresentam concentrações de metais com maiores concentrações no período de estiagem. Houve diferença significativa p<0.05 para MNi, maiores no período de estiagem para os dois lagos e para as três espécies, 0.8% para Hoplias malabaricus, 0.4% Pygocentrus nattereri e 0.6% Prochilodus lacustris. As alterações nucleares eritrocíticas apresentaram mais expressivas durante o período chuvoso com destaque para entalhado. Encontrou-se alterações histológicas nas brânquias e fígados dos exemplares avaliados, com maiores IAHs para o período de estiagem. Houve diferença estatística em brânquias apenas para Pygocentrus nattereri p<0.0001 e para fígado em Prochilodus lacustris p<0.0001 no Lago Açu e Pygocentrus nattereri p=0.049 no Lago Viana. Ainda houve correlção dos metais encontrados nas amostras de água e sedimento com as alterações nucleares eritrocíticas, mostrando que concentrações de metais nesses ecossistemas podem afetar a sanidade dos peixes. Foram encontrados Contracaecum sp. e Procamallanus sp. nas cavidades internas, fígado e região da gordura dos peixes, isópode Braga patagonica nas cavidades branquiais, nadadeiras pélvicas e laterais, assim como Trypanosoma sp., Myxobolus sp e Haemogregarina sp. no sangue dos peixes. Em suma, esse estudo destaca a importância do monitoramento ambiental dos lagos e da saúde dos peixes para identificar riscos à população e ao ecossistema. As ações de conservação da biodiversidade aquática e o bem-estar da comunidade local. Os dados subsidiarão futuras pesquisas e medidas de proteção, destacando a necessidade de compreender e conservar os ambientes lacustres da Área de Proteção da Baixada Maranhense.
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JAQUELINE PEREIRA SA
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CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DE REFERÊNCIA DE DNA BARCODES DE ESPÉCIES DE PEIXES TELEÓSTEOS MARINHO-ESTUARINOS: UM SUBSÍDIO PARA ANÁLISE DE RECRUTAMENTO DE RECURSOS PESQUEIROS DO GOLFÃO MARANHENSE
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Data: 27/06/2024
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O conhecimento da ictiofauna do estado do Maranhão é incompleto e a identificação precisa das espécies é fundamental, mas para este fim usando de métodos moleculares é necessário um banco de dados públicos de sequências de referência associadas a essas espécies. Porém, ainda existem poucas sequências disponíveis em base de dados públicos, especialmente, para os peixes da costa norte do Brasil. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo produzir e disponibilizar um banco de dados com sequências de referência de DNA barcodes da fauna de peixes marinho-estuarinos do Golfão Maranhense que seja útil, por exemplo, para avaliar o recrutamento de recursos pesqueiros na região. Exemplares de várias espécies foram coletados em vários pontos ao longo do Golfão Maranhense e na Baía de Tubarão, os quais foram identificados por meio da taxonomia morfológica. As amostras tiveram seu DNA extraído, a partir do qual amplificou-se por meio de PCR (Reação em cadeia da polimerase) e sequenciouse fragmentos dos genes mitocondriais COI e 12S. Foram coletados 612 espécimes, distribuídos em 21 Ordens, 41 Famílias, 69 Gêneros e 95 Espécies. As ordens mais abundantes foram Acanturiformes (26%) e Carangiformes (21%). O presente estudo, até agora, já produziu sequências de COI para 26 espécies, quatro gêneros e duas famílias: para duas espécies, são as primeiras sequências geradas para este marcador; para 12 espécies, são as primeiras sequências geradas para o Brasil; e para 10 espécies são as primeiras sequências geradas para a costa norte brasileira. Em relação ao gene 12S, nosso trabalho produziu sequências para oito espécies, dois gêneros e uma família, sendo duas para espécies que nunca haviam tido sequências geradas para este marcador e quatro para espécies sem sequência geradas para o Brasil. Portanto, aumentar a quantidade de sequências disponíveis nos bancos de dados públicos para os genes COI e 12S é fundamental para as espécies que ainda não foram geneticamente identificadas para a costa norte brasileira, tornando possível assim, ter acesso a informações sobre o recrutamento de recursos pesqueiros, identificação de espécies e desta maneira gerar subsídios para o manejo pesqueiro.
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JESSICA PEREIRA SOUZA
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DIETA E NÍVEIS TRÓFICOS DE DUAS ESPÉCIES DE PEIXES MARINHOS COMPONENTES DA FAUNA ACOMPANHANTE DA PESCA DE CAMARÃO, NO MUNICÍPIO DE RAPOSA, MARANHÃO.
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Data: 28/06/2024
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A pesca extrativista no litoral do Maranhão vem desencadeando preocupações devido a exploração excessiva de algumas espécies de interesse comercial e devido à ausência de informações mais detalhadas sobre a biologia e ecologia da ictiofauna ocorrente na região. Desta forma, esse estudo permitiu descrever os aspectos da ecologia trófica de duas espécies de peixes marinhos no município de Raposa, Maranhão. Foram registados 120 peixes para cada espécie, Mugil curema e Bagre bagre referente ao período de estiagem e o período chuvoso. Desse total foram registardos 56 fêmeas e 64 machos, e para B. bagre, 59 peixes fêmeas e 61 machos. Para o conteúdo estomacal da M. curema fora registrados o item Diatomáceas com maior predominância (62%), seguida de parasitas (15%), clorofíceas (9%), cianobactérias (9%) e microcrustáceos (5%). Já em B. bagre crustáceos teve a maior frequência com 48%, peixes 44%, plásticos 3%, parasita 3% e ovos de peixe 1%. Quanto ao índice de repleção, para M. curema as categorias foram bem representativas, porem a categoria “vazio” e com “pouco alimento” (½) foram os mais frequentes durante todo o período de amostargem. Em relação ao B. bagre as categoria “1/2” e “vazio” foram mais frequentes. O estagio de digestaõ dos itens alimentares de M. curema, identificou que a categoria “digerido” foi a mais constante nas duas estações. Em seguida a categoria “semi-digerido”. A categoria semi-digerido foi a mais frequente para B. bagre, tanto na estação chuvosa, quanto na seca. Nas analises quanto a sazonalidade, verificou-se que tanto no período de estiagem quanto no chuvoso, diatomáceas foi o item mais frequente para M.curema, e para B. bagre crustáceos e peixes foram os mais representativos. Através do método de frequência de ocorrência (FO), Frequência Volumétrica (FV), e índice de Importância Relativa (IRI), identificamos que a espécies M. curema possui preferência alimentar por diatomáceas com 62%. A espécie ainda se alimenta de parasitas, clorofíceas, cianobactérias e microcrustaceos. Já B. bagre tem preferencia por crustáceos com 47% do IRI, seguida de peixes com 44%. Não foram observadas diferenças entre os sexos ou estagio maturacional de ambas espécies. Com base nos dados levantados no presente estudo e corroborados pela literatura atualmente disponível sobre ambas espécies, podemos concluir que M. curema apresenta comportamento alimentar dentritivoro e generalista, uma vez que sua alimentação é constituída de diferentes tipos de alimentos, tanto de origem animal quanto vegetal. Já para B. bagre, a espécies apresenta comportamento carnívoro e generalista, se alimentando principalmente de peixes e crustáceos.
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KAREN BIANCA DE MATOS SOUZA
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA E OSTRAS (Crassostrea sp.) EM ÁREA DE CULTIVO NO ESTADO DO MARANHÃO: parâmetros físicos-químicos, microbiológicos e pesquisa de Escherichia coli patogênica
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Orientador : ICARO GOMES ANTONIO
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Data: 26/02/2024
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Bactérias da Família Enterobacteriaceae apresentam grande importância em saúde pública, estando incriminadas em surtos de doenças de veiculação hídrica e alimentar, mundialmente. O monitoramento de bioindicadores de contaminação fecal, a exemplo da espécie Escherichia coli, constitui uma ferramenta auxiliar para avaliação da qualidade e segurança quanto à contaminação dos alimentos e dos locais de produção. Logo, objetivou-se com o estudo monitorar a qualidade de água e ostras em área de cultivo no estado do Maranhão, por meio de parâmetros físicos-químicos, microbiológicos e pesquisa de E. coli patogênica. A área de estudo abrangeu uma ostreicultura localizada na Ilha das Ostras, município da Raposa – MA, onde foram aferidos parâmetros abióticos in situ [temperatura (ºC), potencial hidrogeniônico (pH), salinidade e oxigênio dissolvido - OD], com a utilização de instrumento multiparâmetro. Quanto às amostras que integraram o estudo, foram realizadas doze coletas mensais, no período de agosto de 2022 à julho de 2023, com a obtenção de 24 amostras de água (duas por coleta – maré seca e cheia) e 24 pools/amostras de ostras (duas por coleta – maré seca e cheia), essas últimas constituídas, cada uma, por 15 espécimes de Crassostrea sp. Todas as amostras para análise foram acondicionadas ao abrigo de luz solar em caixas isotérmicas com gelo reciclável e transportadas ao laboratório. Em ambiente laboratorial, foi realizada a biometria das ostras (comprimento, largura e peso), quantificação de coliformes totais e E. coli para ambos os tipos de amostras sob análise e, para as ostras, adicionalmente a quantificação de coliformes termotolerantes. Dos isolados bacterianos obtidos, procedeu-se ao isolamento e identificação fenotípica e na sequência foi realizada a pesquisa de estirpes diarreiogênicas de E. coli, por reação em cadeia da polimerase (PCR). Os resultados do estudo evidenciam que as amostras de água estavam alteradas nos parâmetros abióticos (OD e salinidade) e, microbiológico (E. coli), considerando os atos normativos brasileiros vigentes. Nessas amostras, foram identificadas fenotipicamente seis espécies bacterianas: E. coli (100 %), Escherichia fergusonii (33,33 %), Citrobacter malonaticus (22,22 %), Citrobacter freundii (16,67 %), Enterobacter gergoviae (16,67 %) e Klebisiella oxytoca (16,67 %). Quanto às ostras, as seguintes espécies foram identificadas: E. coli (33,34 %), Serratia liquefaciens (11,11 %), Citrobacter koseri (11,11 %), Enterobacter aerogenes (11,11 %), Escherichia fergusonii (16,67 %), Klebisiella oxytoca (22,22 %) e Citrobacter malonaticus (27,78 %). A caracterização genotípica dos isolados identificou o gene de virulência bfpa/EPEC em 14,28 % (n= 3/21) das amostras e o gene elt/ETEC em 4,76 % (n= 1/21) das amostras analisadas, sendo os genes de virulência encontrados todos em amostras de água. Com base nos resultados obtidos conclui-se que o monitoramento da qualidade de água e ostras em área de cultivo evidenciou enterobactérias que apresentam importância higiênica e sanitária (E. coli). Adicionalmente, constata-se alteração dos níveis de oxigênio dissolvido e da salinidade. Houve a confirmação de E. coli patogênicas na área de cultivo, ressaltando um risco epidemiológico no local amostrado, comprometendo diversos usos dos recursos avaliados, inclusive a alimentação humana e continuidade da atividade produtiva se medidas sanitárias não forem implementadas. Investimentos estruturais em saneamento básico são fundamentais para minimizar a degradação ambiental resultante das atividades antrópicas e para atuar preventivamente na saúde única (saúde pública – sanidade animal – meio ambiente).
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LAIS SAMIRA VIEIRA BARBOSA
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RECURSOS GENÉTICOS ASSOCIADOS AS ABELHAS NATIVAS DO MUNICÍPIO DE ARARI- MARANHÃO, MICRORREGIÃO DA BAIXADA MARANHENSE
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Data: 05/01/2024
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Os recursos genéticos são espécies de animais, vegetais e microrganismos que agregam valor científico, econômico e social. As abelhas são consideradas recursos genéticos devido ao serviço ecossistêmico de polinização realizado por elas, são também responsáveis pela produção de mel, própolis e alguns subprodutos. As abelhas também podem ser utilizadas em atividades de apicultura e meliponicultora, que proporcionam renda familiar, bem como benefícios sociais, ambientais e econômicos. Além das abelhas como recurso genético, é importante conhecer a flora associada as abelhas, visto que fornecem recursos florais para sua alimentação. Para que ocorra a conservação das abelhas e seus recursos genéticos associados, é necessário que haja também a participação da comunidade local, visto que eles poderão auxiliar na conservação e serem multiplicadores de informações acerca da importância e benefícios que as abelhas poderão trazer para suas comunidades. Dessa maneira, essa pesquisa teve como objetivo identificar os recursos genéticos relacionados às espécies de abelhas nativas componentes da biodiversidade na região do município de Arari-MA. A área de estudo foi o município de Arari-MA, microrregião da Baixada Maranhense. Para avaliar a percepção dos moradores acerca dos recursos genéticos associados as abelhas, foi realizado uma entrevista em formato de roda de conversa com roteiro de perguntas divididas por temáticas: 1- Conhecimento e importância das abelhas; 2- Produtos e subprodutos das abelhas; 3- Flora como recurso genético associados as abelhas. Com intuito de conhecer a Apifauna e flora utilizada pelas abelhas da região, foi realizado levantamento das abelhas nativas através de coletas de busca ativa e identificação polínica das amostras dos potes de mel e pólen de colmeias de Melipona (Melikerria) fasciculata Smith, 1854. A fim de sensibilizar as comunidades acerca da conservação das abelhas e seus recursos genéticos associados, foi realizado ações de educação ambiental. De acordo com os dados obtidos das comunidades foi possível perceber que os moradores compreendem bem as temáticas abordadas. Foram identificadas 24 espécies de abelhas nativas da família Apidae, distribuídas nas subfamílias Apinae, incluindo os gêneros Centris (8 espécies), Trigona (1 espécie), Melipona (1 espécie), Xylocopa (4 espécies), Ceratina (4 espécies), Bombus (2 espécies), Exomalopsis (1 espécie), Melitoma (1 espécie), Eufriesea (1 espécie), Euglossa sp. e subfamília Halictinae com o gênero Augochlora e Pseudoaugochlora. Nas análises polínicas dos potes de mel e pólen foram identificados 40 tipos polínicos referentes às famílias: Arecaceae, Asteraceae, Amaranthaceae, Acanthaceae, Bignoniaceae, Convolvulaceae, Fabaceae, Lamiaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Ochnaceae, Pontederiaceae, Rubiaceae, Solanaceae, Sapindaceae e Passifloraceae. Em relação as ações de educação ambiental, foram realizadas trilhas ecológicas, palestras, roda de conversa, visita a meliponários. As informações obtidas através da percepção dos moradores das comunidades de Arari, se configura importante, visto que há uma necessidade de entender como a comunidade entende as abelhas e seus recursos genéticos associados, para então pensar em estratégias que irão sensibilizar a população. O município de Arari possui uma riqueza maior de abelhas do que as conhecidas pelos moradores, evidenciando a importância de levantamento da apifauna na região. Em relação a flora como recursos genéticos associados às abelhas foi possível perceber que M. fasciculata utiliza de diversas plantas para retirada de recursos florais.
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NATHÁLIA MEDEIROS GUIMARÃES
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VARIABILIDADE GENÉTICA DE LEVEDURAS ISOLADAS DE OSTRAS DO GÊNERO Crassostrea sp. EM AMBIENTE DE CULTIVO E EXTRATIVISMO NA ILHA DE SÃO LUÍS – MA
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Data: 26/02/2024
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Compreender o papel entre os fungos e os organismos aquáticos é essencial para a ecologia desses animais, bem como para sua sanidade e saúde humana, já que alguns moluscos bivalves são amplamente consumidos, como as ostras. Neste estudo, objetivou-se identificar a variabilidade genética de espécies de leveduras isoladas em ostras do gênero Crassostrea sp. em duas áreas distintas na Ilha de São Luís, Maranhão. Para tanto, foram coletados 20 espécimes de ostras Crasostrea sp. em uma área de extrativismo, definida como área 1, no Pau Deitado (Paço do Lumiar, MA) e cultivo de ostras, área 2, na região da Ilha das ostras (Raposa, MA), em janeiro e dezembro de 2023. Concomitante, foram aferidas as variáveis ambientais da água no local em relação ao potencial hidrogeniônico (pH), temperatura (°C), salinidade (ppt) e oxigênio dissolvido com auxílio do multiparâmetro. As amostras foram levadas para o Laboratório de Microbiologia, Parasitologia e Biotecnologia na Universidade Estadual do Maranhão, onde foram feitos imediatamente o processamento microbiológico. Foram pesados 25 g do tecido muscular obtidas das ostras, maceradas até sua homogeneização e distribuídas em 3 frações de 1 g em placas de Petri distintas, acrescidas de 9 ml de meio líquido Batata-Dextrose, sendo novamente homogeneizados. Para cada uma das 3 amostras, foram realizadas diluições amostrais de 10-1 a 10-3 em tubos de ensaio, totalizando 9 diluições amostrais. Após 24 horas, cada uma das diluições foram plaqueadas em triplicata no meio de cultura sólido contendo Batata-Dextrose-Ágar, totalizando 27 amostras, incubadas em temperatura ambiente. As amostras fúngicas obtidas foram depositadas na coleção da Micoteca Prof. Gilson Soares da Silva. A região ITS do rRNA das cepas fúngicas foram amplificadas com os primers ITS1 e ITS4. Nesse sentido, as variáveis ambientais aferidas apresentaram valores dentro da faixa determinada pela legislação brasileira para locais que são utilizados para atividade de pesca. Foram identificados, no total, 9 fungos proveniente das ostras Crassostrea sp. em ambas as áreas de estudo. O sequenciamento da região ITS do rRNA evidenciou uma diversidade fúngica marinha representada pelos filos Ascomycota e Basidiomycota. Dentre eles, os isolados constituíram-se de 8 gêneros e 7 espécies, sendo eles: as leveduras Meyerozyma guilliermondii e Trichosporon asahii, além dos fungos miceliais Roussoella sp., Roussoella mediterranea, Nectria sp., Peniophora meridionalis, Eutypella sp., Penicillum citrinum, e Penicillum sp. Este, portanto, se consiste no primeiro relato das espécies fúngicas associadas em ostras Crassostrea sp. em ambiente de manguezais. Além disso, se trata do primeiro registro de Roussoella sp. e Peniophora meridionalis em ambiente marinho. O presente trabalho se destaca como base para o entendimento das associações fúngicas existentes em invertebrados marinhos, que necessitam serem melhor investigadas. Portanto, aprofundar o conhecimento sobre a interação entre fungos e moluscos bivalves não apenas contribui para a preservação dos ecossistemas aquáticos, mas também fortalece os fundamentos para a gestão sustentável de locais que são utilizados para atividades de pesca, bem como diminuem riscos para saúde alimentar pública.
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RAYANE SERRA ROSAS
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VARIAÇÃO ESPAÇO–TEMPORAL DA COMUNIDADE DE ZOOPLÂNCTON E DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS NAS ÁGUAS ESTUARINAS DO RIO ANIL, SÃO LUÍS – MA
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Data: 13/03/2024
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A diversidade beta do zooplâncton e a heterogeneidade ambiental estão relacionados ao nível de degradação em um estuário de macromarés. Com isso, o estado trófico foi determinado por meio do índice multimétrico (TRIX) e associado a composição e distribuição da comunidade de zooplâncton junto as variáveis ambientais, para determinar principais características das espécies indicadoras ao longo de um estuário tropical. Nos resultados, a diversidade alfa apontou o segundo setor (SII), o mais impactado ao longo do estuário, com um declínio quando comparado ao primeiro setor (SI). Já a diversidade beta, por meio do cálculo da PERMADISP e dissimilaridade de Jaccard, evidenciaram uma heterogeneidade ambiental definida por diferenças sazonais significativas, cooperando para uma heterogeneidade biológica entre os períodos chuvoso e estiagem. A PERMANOVA apontou variações nos parâmetros ambientais como: salinidade, pH, SiO3 e NO2, apresentaram diferença significativa tanto sazonal quanto setorialmente (p<0,05). A comunidade foi composta por 74 táxons, cujo 75,7% foi representado pelo grupo dos copépodes, principalmente pelas famílias Oithonidae e Paracalanidae com o maior número de espécies. Quanto à diversidade alfa, a comunidade estudada apresentou uma média diversidade, baixa riqueza e heterogênea. Quanto ao IndVal, este determinou 15 táxons entre eles destacam-se os copépodes Euterpina acutifrons, Clytemnestra scutellata, Debilus swelli e Notodiaptomus sp. sendo nove representantes do SI (60%) e seis o SII (40%). Portanto, através da pesquisa se pode determinar os filtros ambientais e as espécies indicadoras que compõem a dinâmica do estuário, assim como o estado trófico atual para o diagnóstico do ecossistema.
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RAYSSA ADRYELLE COSTA BEZERRA
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AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE BIÓTICA DA ICTIOFAUNA DE POÇAS DE MARÉ USANDO BRUVS (BAITED REMOTE UNDERWATER VÍDEO SYSTEMS) EM PRAIAS DA ILHA DO MARANHÃO.
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Data: 04/01/2024
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Na zona intertidal de praias pode ocorrer a formação de poças de maré, depressões onde a água do mar fica represada no período de baixamar. Nesses locais, indivíduos de diferentes espécies encontram abrigo e proteção contra predadores e se desenvolvem até chegar à fase adulta, contribuindo para a manutenção da biodiversidade local. Nesses ambientes, onde o nível de estresse é elevado devido às alterações bruscas nos parâmetros ambientais, o uso de metodologias não invasivas é fundamental para garantir a permanência das assembleias. O Baited Remote Underwater Video System (BRUVS) é uma metodologia de observação de comunidades que permite uma amostragem não invasiva e não extrativa da ictiofauna, mas que ainda não foi testada em ambientes intertidais. Por essa razão, o presente estudo teve como objetivo avaliar a integridade biótica de poças de maré utilizando o BRUVS e verificar sua eficácia na determinação do estado ecológico de diferentes localidades. As observações foram realizadas entre os meses de outubro de 2022 e agosto de 2023 em ambientes intertidais das praias do Araçagy e Panaquatira, litoral amazônico maranhense. As ocorrências de espécies registradas com o BRUVS foram transformadas em um índice de integridade biótica (IIB) a fim de auxiliar na avaliação da técnica de amostragem. No total, foram observados 1585 indivíduos sendo, em sua maioria, juvenis. As espécies mais abundantes foram Lutjanus jocu e Bathygobius soporator. O IIB revelou que a qualidade ambiental das praias do Araçagy e Panaquatira, classificam-se como boa e regular, respectivamente. Parâmetros abióticos diferentes interferem na abundância de indivíduos nas praias estudadas, sendo a turbidez da água um fator limitante para a metodologia. Os resultados sugerem que deve haver uma padronização da metodologia para os ambientes estudados, assim como uma associação do BRUVS a outras metodologias para se obter resultados mais confiáveis.
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RODNEY NASCIMENTO LUCAS
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IMPACTOS DA MINERAÇÃO NA ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES DA AMAZÔNIA ORIENTAL
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Data: 16/02/2024
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A retirada de cobertura vegetal altera a complexidade estrutural e heterogeneidade do habitat afetando serviços ecossistêmicos oferecidos pelos pequenos mamíferos e também na estruturação de suas comunidades. Neste estudo testamos a influência da mineração na estruturação das comunidades de pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Floresta Ombrófila Densa na Amazônia Leste. A amostragem ocorreu durante três anos por meio de armadilhas live trap e pitfall trap em três diferentes fragmentos influenciados por mineração, sendo A1 (320m), A2 (1700m) e A3 (2800m). A alta riqueza e diversidade se concentraram nos fragmentos mais distantes da mineração, sendo composta por espécies com pouca tolerância a ambientes antropizados como Cryptonanus agricolai e Rhipidomys emiliae, já que estas são mais sensíveis a ruídos, fragmentação do habitat e disponibilidade de recursos. Em contraste, o fragmento mais próximo foi composto por espécies mais generalistas e tolerantes a perturbações como Monodelphis domestica e Didelphis marsupialis que são típicas de ambientes perturbados. O entendimento da relevância ecológica dos mamíferos indica que a sua extinção compromete a regeneração das florestas, aumenta a interação de espécies silvestres com seres humanos e eleva a disseminação de espécies invasoras. Os estudos futuros devem priorizar as consequências da perda da diversidade funcional, o que possibilitaria estimar quais funções específicas seriam perdidas pelas espécies silvestres para então entender aspectos mais complexos como diversidade filogenética que detecta de maneira mais sensível as respostas das espécies às mudanças ambientais, já que as relações de parentesco entre as espécies são levadas em consideração.
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VITOR EMANOEL CHAVES MOURA
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HABITAT USE AND TEMPORAL CHANGES IN THE ABUNDANCE OF NONFLYING MAMMALS IN COMMUNITIES IN THE AMAZON AND CERRADO IN THE MID-NORTH OF BRAZIL
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Orientador : TADEU GOMES DE OLIVEIRA
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Data: 30/03/2024
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A parte oeste do estado do Maranhão passa por um forte processo de degradação e fragmentação, resultado de diversos fatores. Na área do Cerrado, a perda de cobertura natural atingiu > 50% da área total. O estudo foi realizado em três áreas, uma área protegida privada de Reentrâncias Maranhenses no bioma Amazônia e as outras duas áreas estão dentro do Cerrado, uma na região centro-sul do Parque Estadual do Mirador e outra em área próxima a ele. Todas as regiões foram amostradas ao longo de um período de 3 anos, totalizando 12 pesquisas. Modelos lineares generalizados (GLMs) foram utilizados para testar diferenças nas relações ecológicas entre diferentes grupos e espécies. Os dados coletados foram analisados em diversas fontes e extraídos utilizando QGIS em R. Para as estimativas de abundância, utilizou-se o índice de abundância relativa. Após um esforço amostral de 13.760 armadilhas-noite, registramos 25 espécies de mamíferos de médio e grande porte, das quais 15 foram utilizadas nas análises do GLM. A composição e abundância de espécies de mamíferos de médio e grande porte variou devido aos diferentes graus de perturbações antrópicas, o que resultou em declínios populacionais em um curto espaço de tempo. A espécie tinha mais afinidade por ambientes com cobertura vegetal mais densa, mais distantes de assentamentos humanos e, diferente do que se imaginava, longe da água. Nossas descobertas demonstram que, em nível local, os locais estudados têm o potencial de salvaguardar uma parcela considerável da biodiversidade regional de mamíferos de médio e grande porte
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ZAIRON MARCEL DE MATOS GARCÊS
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HERPETOFAUNA DO MEIO-NORTE: COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DE ESPÉCIES NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS MARANHENSES
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Orientador : LIGIA TCHAICKA
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Data: 30/01/2024
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Vários estudos mostram que a herpetofauna possui alta riqueza e ainda há pouco conhecimento em escala nacional. Muitas são as dúvidas taxonômicas, informações sobre a distribuição e identificação de espécies bem como composição de comunidades. Nesse contexto, estudos em áreas pouco amostradas, especialmente em zonas de transição de biomas, adquirem importância para a melhor delimitação da riqueza de espécies. No Estado do Maranhão, além da conjuntura ecotonal, a acentuada degradação ambiental de seus principais biomas, ressaltam a urgência de catalogar e reconhecer a diversidade biológica, considerando a presença de diversas paisagens e fitofisionomias, como a vegetação de babaçu, o cerrado, a floresta amazônica, os campos inundáveis e as áreas de mangue. O desmatamento e as alterações nas paisagens naturais são históricos no Maranhão, resultando na perda de cobertura florestal e de biodiversidade. Para este estudo, foram inventariadas cinco unidades amostrais em diferentes regiões hidrográficas e fitofisionomias diferenciadas. Para tanto, foram usadas metodologias como procura visual e armadilhas de interceptação e queda para a coleta de espécimes. Como resultado, foram realizados 170 registros somados entre espécies de anfíbios e répteis, exaltando a riqueza, distribuição e composição de espécies dentre as áreas de influência. Em destaque, as áreas ecotonais obtiveram significativa riqueza de espécie para este estudo. A área de transição na Bacia do Tocantins, localizada entre os biomas do Cerrado e Amazônia foi área de composição mais rica contendo espécies endêmicas de vários biomas. As demais áreas obtiveram composição heterogênea apesar de diversos registros únicos exaltando a influência dos biomas. Também notou-se a influência da degradação ambiental e alteração das paisagens como fator importante para presença de espécies generalistas. Algumas espécies tiveram suas distribuições confirmadas para o Estado, assim como ampliação de distribuição para outras regiões, bacias e biomas.
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