|
Descrição |
|
|
-
ALICIA CAROLINE MELO LIMA
-
Achatina fulica Bowdich, 1822 no estado do Maranhão: aspectos geográficos, ambientais e parasitológicos com ênfase na Microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís
-
Data: 29/01/2025
-
Mostrar Resumo
-
O molusco Achatina fulica é uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo. Atualmente, A. fulica encontra-se presente em todo o território brasileiro. Considerando a ausência de dados específicos sobre a ocorrência de A. fulica no estado do Maranhão e os impactos causados por A. fulica, essa pesquisa buscou investigar a ocorrência de A. fulica infectado por larvas de nematódeos, sua distribuição e os impactos que essa espécie vem causando no Maranhão. Foram utilizados dados secundários sobre locais de ocorrência de A. fulica no Maranhão, disponibilizados pela SEMUS e pelo acervo da CoFauMA. Utilizou-se como estratégia adicional o “projeto Ciência Cidadã: a procura do caramujo africano no Maranhão”. Após a coleta de dados, foram elaborados sete produtos cartográficos relacionados a presença de A. fulica no Maranhão. Além disso, foram realizadas coletas de exemplares vivos de A. fulica em 8 pontos da Microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís. Os moluscos coletados foram mensurados e classificados quanto ao comprimento total da concha. Posteriormente, 40 exemplares de cada ponto de coleta foram submetidos à técnica de digestão artificial para recuperação das larvas de nematódeos. Foi realizado o cálculo dos descritores parasitológicos dos nematódeos e o teste de correlação de Spearman para avaliar a relação entre o comprimento total de A. fulica e a quantidade de parasitos presentes no hospedeiro. A presença do molusco foi verificada em 82 biótopos totalizando o registro dessa espécie em 22 municípios do Maranhão. Além disso, o estudo revelou a ocorrência desse molusco invasor em 11 Unidades de Conservação. Verificou-se também que A. fulica estará distribuída em toda a faixa do sistema costeiro do Maranhão nos próximos dez anos. Portanto, o risco de ampla dispersão de A. fulica poderá gerar potenciais impactos negativos à saúde pública e ao meio ambiente. Quanto aos aspectos parasitológicos, foram examinados 320 espécimes de A. fulica provenientes da microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís e 40 moluscos foram depositados na CoFauMA. Cerca de 91,88% moluscos foram classificados como adultos jovens. Observou-se uma correlação positiva fraca entre o comprimento total de A. fulica e a quantidade de parasitos (r = 0,4119) e estatisticamente significativa (p = 0,046), indicando que, em média, moluscos maiores tendem a apresentar a maior quantidade de parasitos. Em todos os pontos de coleta foi detectado infecção por nematódeos em A. fulica. Dos 320 moluscos analisados, 30,6% estavam infectados por Rhabditis, 26% por parasitos da superfamília Metastrongyloidea e 15,4% por Cruzia tentaculata. Todos os locais apresentaram condições favoráveis a proliferação do molusco invasor. Além da presença de A. fulica, foi detectada em alguns pontos de coleta a ocorrência de outras espécies de gastrópodes terrestres como Subulina octona, Bradybaena similares, lesmas, Bulimulus tenuissimus, Cyclodontina fasciata. Reforçamos a importância de conduzir mais estudos em ambientes terrestres no estado do Maranhão para avaliar a ocorrência e monitorar a presença de A. fulica, a fim de minimizar os possíveis impactos negativos que essa espécie pode causar na conservação da biodiversidade local, competindo com outros gastrópodes terrestres nativos por recursos e alterando os ecossistemas.
|
|
|
-
ANDERSON FRANZONI MARQUES MELO
-
Estrutura da comunidade de primatas em áreas de remanescentes florestais em São Luís – MA
-
Data: 27/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os primatas agregam um dos grupos ecológicos vitais para as florestas, influenciando na dinâmica dessas áreas por meio da dispersão de sementes, juntamente a sua dieta e nicho ecológico, contribuindo para a preservação de florestas nativas. Além disso, servem como indicadores de qualidade ambiental e, dentre as ameaças que os afetam, entram em destaque a destruição de habitats, comércio ilegal, doenças infecciosas e as mudanças climáticas. Dessa forma, o Maranhão comporta um número variado de espécies de primatas, como o Cebus kaapori (macaco caiarara), Aotus infulatus (macaco-da-noite), Chiropotes satanas (cuxiú), Sapajus spp. (macaco-prego), Saimiri sciureus (capijuba), Saguinus midas niger (sagui-preto), Callithrix jacchus (sagui-de-tufo-branco), sendo estes distribuídos na Ilha de Upaon-Açu. No que se refere a São Luís, poucos trabalhos citam as espécies ocorrentes no município. Além disso, a descrição e levantamento da composição da primatofauna é escasso, levando em consideração as áreas onde estão inseridos. Das 15 Unidades de Conservação existentes no Maranhão, seis delas estão presentes em São Luís e duas delas foram a área de estudo da pesquisa. A finalidade deste trabalho inclui o estudo da estrutura de comunidade dos primatas em remanescentes florestais de São Luís, Maranhão, investigando sua densidade, tamanho populacional, padrões de distribuição espacial e os principais fatores de ameaça encontrados nas áreas de estudo. Para isso, a pesquisa está sendo feita em duas áreas de fragmentos de São Luís, o Parque Estadual do Sítio do Rangedor e a Área de Proteção Ambiental do Itapiracó, onde ambas estão envoltas em áreas de circulação humana intensa. Para isso, foram realizados transectos lineares, em meses intercalados (agosto de 2023 e abril de 2024), que originou 24 rotas para seis trilhas divididas entre as duas áreas de estudo, utilizando o protocolo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, onde os indivíduos avistados foram descritos por gênero/espécie, número de indivíduos, atividade principal, distância perpendicular, ângulo, altura, hora, coordenadas, fitofisionomia e condição de tempo. Foram identificados dois gêneros de primatas nas áreas estudadas, sendo o gênero Saimiri para o Rangedor e os gêneros Saimiri e Sapajus no Itapiracó. Durante a realização do estudo, foram observados os seguintes impactos ambientais nas áreas de estudo: a poluição sonora, descarte de resíduos sólidos, contaminantes de corpos d’água, pontos de calor, contato com animais de rua e urbanização.
|
|
|
-
BIANCA DOS SANTOS COSTA
-
DIVERSIDADE DAS LINHAGENS DE SIRIS DO GÊNERO Callinectes (STIMPSON, 1860) NO GOLFÃO MARANHENSE A PARTIR DE MARCADORES DE DNA MITOCONDRIAL E NUCLEAR
-
Data: 27/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os siris do gênero Callinectes Stimpson, 1860 são um grupo da fauna bentônica de importância ecológica e socioeconômica. O conhecimento das relações filogenéticas e da diversidade das suas linhagens é parâmetro importante para sua conservação e manejo. Assim, o objetivo deste trabalho foi descrever a diversidade de linhagens de siris do gênero Callinectes presentes no limite leste da costa amazônica brasileira. A dissertação foi estruturada em três capítulos, sendo o capítulo I voltado diretamente à investigação do objetivo principal deste trabalho, e os demais capítulos contribuem com informações complementares e inéditas sobre canibalismo e primeira ocorrência de táxon na região. O capítulo I aborda sobre diversidade críptica em espécies de siris do gênero Callinectes na costa amazônica brasileira utilizando análises filogenéticas baseadas em quatro marcadores mitocondriais (Citocromo c oxidase subunidade I: COI; 12S rRNA: 12S; 16S rRNA: 16S; e Citocromo b: Cyt b) e um nuclear (ATP/ADP translocase). Foram também utilizados diferentes métodos de delimitação de espécies (ABGD, ASAP, PTP e GMYC) e redes de haplótipos para análises populacionais. Foram capturados e identificados um total de 117 espécimes, dos quais 50 foram incluídos nas análises: 25 identificados como Callinectes bocourti Milne-Edwards, 10 como Callinectes danae Smith, 1869, seis como Callinectes exasperatus Gerstaecker, 1856, três como Callinectes ornatus Ordway, 1863, e três identificados como Callinectes marginatus A. Milne-Edwards, 1861. Foram produzidas 43 sequências para o DNA mitocondrial e quatro para o DNA nuclear, sendo algumas delas inéditas para o Brasil e a costa amazônica brasileira. A maioria dos marcadores analisados conseguiu recuperar em maior ou menor precisão grupos monofiléticos para cada espécie, exceto para C. marginatus e Callinectes larvatus Ordway, 1863 que agruparam juntas em um único clado, sugerindo que estas espécies são irmãs e oriundas de um processo recente de especiação. Os modelos de delimitação conseguiram recuperar MOTUs, na maioria dos casos, correspondentes às espécies e à identificação atribuída para as sequências extraídas dos bancos de dados. Embora em alguns casos os modelos de delimitação tenham apresentado inconsistências, eles conseguiram detectar padrões de divergência genética que podem indicar a presença de espécies crípticas. Em termos populacionais, as únicas espécies que apresentaram divergência foram C. bocourti e C. ornatus, sugerindo a possível existência de diversidade críptica nessas espécies. O capítulo II apresenta o primeiro registro de C. marginatus no litoral amazônico brasileiro, ampliando o mapa de ocorrência dessa espécie na costa brasileira. O capítulo III, descreve, pela primeira vez, um registro de canibalismo em C. ornatus em condições naturais, contribuindo com informações inéditas sobre o comportamento dessa espécie e sugerindo um possível mecanismo de regulação populacional. De modo geral, este estudo é o primeiro a abordar um número expressivo de marcadores, integrando diferentes métodos de análise na investigação filogenética das espécies do gênero Callinectes da costa norte brasileira. Esses achados ampliam o conhecimento sobre a biodiversidade aquática da costa amazônica brasileira, servindo de subsídio para medidas de manejo e conservação eficazes para este importante recurso pesqueiro.
|
|
|
-
CÁSSIA REGINA DA SILVA GALVÃO
-
Diversidade de abelhas e seus comportamentos de nidificação em fragmentos florestais sob impacto antrópico
-
Orientador : LIGIA TCHAICKA
-
Data: 30/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
As abelhas desempenham um papel significativo na flora nativa, e alarmantemente, muitas populações de abelhas estão em declínio, especialmente devido aos efeitos negativos da fragmentação, urbanização e consequentemente, a perda de habitat. Para comunidades de abelhas, as mudanças na paisagem resultam na redução da diversidade de flores para forrageamento e locais de nidificação adequados. Neste contexto, estudos sobre a influência da configuração da paisagem sobre a fauna polinizadora estão se tornando cada vez mais importantes, especialmente aqueles com análises de múltiplas escalas. Assim, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos das ações antrópicas sobre abelhas de fragmentos florestais. O trabalho é realizado em fragmentos florestais de dois municípios, Arari, município da Baixada Maranhense, onde a área que sofre forte influência da ferrovia e da rodovia e São Luís, a capital maranhense, em um fragmento que sofre com a presença de um antigo aterro sanitário e com a urbanização. Para alcançar os objetivos propostos no trabalho, foram utilizadas várias metodologias, tanto de percepção ambiental, por meio de entrevistas feitas com moradores da Comunidade Cinturão verde, como para amostragem das abelhas. Essa amostragem foi feita por meio da busca ativa com rede entomológica, feita por 2 coletores em coletas mensais com esforço amostral de 12 horas, pratos coloridos, ninhos-armadilhas para abelhas solitárias, e busca ativa e mapeamento de ninhos de abelhas sociais, sendo que a cada ninho encontrado foi medido o DAP (diâmetro à altura do peito) da árvore onde foi encontrado e a altura em relação ao solo do ninho. Para instalação dos ninhos-armadilhas e mapeamentos dos ninhos de abelhas sociais foram demarcadas parcelas de 1 hectare com distância de 50 metros entre elas, sendo 4 parcelas em Arari e 6 em São Luís. Ao todo, foram instalados 576 ninhos-armadilha com diâmetro de abertura variáveis (6 mm a 16 mm) agrupados em grupos de 6 unidades. Para determinar a riqueza e diversidade foi calculado o índice de Shannon-Wiener (H’). Foram entrevistados 15 moradores da comunidade, foi perguntado sobre a importância das abelhas, as abelhas existentes na região, as plantas que as abelhas visitam e os usos do mel. A partir das respostas desses moradores foi possível ter um conhecimento prévio da área de estudo e das abelhas presente na região. Foram coletas 312 espécimes, utilizando a busca ativa, foram encontrados 2 ninhos de abelhas sociais em São Luís, já em Arari não foi encontrado ninho de abelhas sociais e até o momento apenas 2 ninhos-armadilha foram nidificados, sendo que apenas um emergiu sendo um ninho de abelhas do gênero Euglossa sp. Os índices de diversidade apresentam que com poucas coletas realizadas, a riqueza de espécies de abelhas possui um valor elevado. Porém, a curva de acumulação de espécies não se estabilizou, sendo necessário uma maior quantidade de coletas.
|
|
|
-
DALTON COSTA MACIEL
-
Colonização de organismos incrustantes em painéis de recrutamento sob diferentes gradientes ambientais no Complexo Estuarino de São Marcos, Maranhão -Brasil.
-
Data: 24/02/2025
-
Mostrar Resumo
-
A bioincrustação marinha (ou biofouling) é vista atualmente como um processo resultante da colonização ou do crescimento de bactérias, algas e/ou invertebrados sésseis sobre superfícies submersas, sejam elas naturais ou artificiais. Poucos são os estudos sobre comunidades incrustantes no Nordeste brasileiro, principalmente em áreas portuárias onde existe o perigo das bioinvasões ou colonização por espécies exóticas trazidas no transporte de água e sedimento de lastro ou aderidas em cascos de navios. Este trabalho tem como objetivo avaliar a dinâmica de colonização por organismos da fauna incrustante em diferentes gradientes ambientais e em distintos materiais (substratos) em um estuário pertencente ao Complexo Estuarino de São Marcos, costa amazônica maranhense. O estudo foi realizado em 4 (quatro) estações de amostragem, em cada uma dessas estações foram instalados painéis de incrustação que serviram de corpos-de-assentamento e recrutamento para assembleias sésseis (ou incrustantes) e vágeis associadas, sendo cada painel compostos por 6 (seis) lâminas (10 cm de comp, 10 cm de largura e 8 mm de espessura), intercaladas horizontalmente na coluna d´água, representando materiais que compõe as estruturas portuárias e o meio próximo (madeira, metal, borracha, concreto, pvc e acrílico). Foram testados dois diferentes intervalos de amostragem: experimento 1 – série trimestral e experimento 2 – série semestral, cada qual com reposição de novos painéis a cada coleta (método destrutivo). Os parâmetros abióticos da água, aferidos concomitantemente à retirada das placas, não revelaram grandes flutuações para as diferentes estações de amostragem durante o período estudado. Os resultados obtidos até o momento são referentes a duas campanhas de amostragem realizadas nos meses de setembro e dezembro de 2023, sendo duas coletas trimestrais (experimento 1) e uma semestral (experimento 2). Foi analisado um total de 72 placas, que equivale a uma área de 7.200 cm² de superfície amostrada. Nas coletas trimestrais foi registrado um total de 10.681 indivíduos, distribuídos em 6 filos/subfilo, 8 classes, 25 famílias, 28 gêneros e 23 espécies. Já na coleta semestral (dez/2023) foram inventariados 11.152 indivíduos distribuídos em 8 filos/subfilo, 10 classes, 37 famílias, 39 gêneros e 28 espécies. Dentre as estações amostrais estudadas, o P.03 (Porto Grande) foi o que apresentou maior abundância biológica, com 6.712 indivíduos na série trimestral e 5.613 na série semestral, correspondendo a um percentual de 62,84% e 50,33% respectivamente. O segundo ponto mais abundante para ambos os intervalos de amostragem foi o P.04 (Berço 101 do porto), com 3.245 (30,38%) e 3.588 (32,17%) indivíduos, respectivamente nas campanhas trimestrais e semestral. O subfilo Crustacea obteve a maior abundância de indivíduos, sendo representado principalmente pelas espécies A. amphitrite, C, bumbumiensis, A. venustus, E. affinis e G. crinicornis, que foram dominantes na amostragem. Adicionalmente, serão realizadas análises de correlações lineares para explicar a influência das variáveis ambientais preditivas sobre os padrões de colonização dos diferentes grupos faunísticos. Os indicadores ecológicos de diversidade, riqueza e equitabilidade também serão avaliados, tanto em ralação as estações de coleta quanto em relação aos tipos de substratos.
|
|
|
-
DANIELLE STEPHANE CAMPOS SOUZA
-
GRUPOS FUNCIONAIS DO FITOPLÂNCTON EM UM ESTUÁRIO TROPICAL EUTROFIZADO
-
Data: 26/02/2025
-
Mostrar Resumo
-
O fitoplâncton ocupa uma posição importante na teia trófica dos estuários e seu estudo permite compreender as respostas aos fatores ambientais, absorção de nutrientes e dinâmica do ambiente. Desta forma, esse estudo busca avaliar a estrutura e a dinâmica de grupos funcionais do fitoplâncton em uma área tropical eutrofizada, pois o conhecimento dos grupos desses fotossintetizantes é fundamental para obter um diagnóstico e compreensão dentro do ecossistema estuarino. Para tanto, as amostragens foram realizadas nos anos de 2022-2024, em dois setores: SI (P1, P2 e P3 a jusante do rio Anil) e SII (P4, P5 e P6 a montante, mais eutrofizado). Para o estudo quantitativo, as amostras foram coletadas na coluna d’água, e em laboratório, a contagem das células ocorreu através da técnica de Utermöhl. A partir do resultado destas amostras os traços e grupos funcionais, biovolume celular, estimativa de carbono, espécies descritoras, diversidade e equitabilidade funcional foram determinados. Como resultados, foram registrados 21 grupos funcionais (A, C, D, F, G, H1, J, K, Lo, M, MP, NA, P, S1, S2, Tb, Tc, X1, XPh, W1, W2), destes, sete associações foram de cianobactérias (S2, M, Tc, S1, Lo, K, H1), cinco de diatomáceas (A, Tb, C, D, MP), cinco para clorofíceas (F, G, J, X1, XpH), duas para as euglenas (W1, W2), uma dos dinoflagelados e carófitas (Lo; NA), respectivamente. Os grupos funcionais identificado são típicos de massas de água eutróficas a hipertróficas, indicando que os táxons presentes no ambiente são tolerantes as altas concentrações de nutrientes e ambientes ricos em matéria orgânica de pecuária ou de esgoto. O biovolume celular variou entre os setores de 0,003 a 2,66 mm3.L-1. Sete espécies foram consideradas descritoras, sendo elas a Euglena sp., Coscinodiscus oculus-iridis, Cyclotella stylorum, Navicula sp., Tabularia tabulata, Ulnaria ulna e Cosmarium phaseolus. As espécies indicadoras do estuário apresentam alta diversidade em diferentes condições ambientais, sendo tolerantes a poluição e podem estar associadas a produção de odores. Portanto, a utilização dos grupos funcionais e do biovolume demonstram que são ferramentas válidas e eficientes para serem utilizadas em estuários tropicais, para seja possível a elaboração de projetos para revitalizar o ecossistema impactado.
|
|
|
-
FERNANDO MARCELO LEMOS FERREIRA
-
RIQUEZA, ABUNDÂNCIA E DIVERSIDADE DE AVES DEPENDENTES DE ÁREAS ÚMIDAS: SERÁ QUE O AMBIENTE É IMPORTANTE?
-
Orientador : FLOR MARIA GUEDES LAS CASAS
-
Data: 16/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
A abundância, riqueza e diversidade taxonômica de espécies são diretamente influenciadas por fatores locais, como a variedade de micro-habitats disponíveis, a sazonalidade, as variáveis ambientais e as interações entre diferentes espécies. Dessa forma, o presente estudo pretendeu-se analisar a estrutura das assembleias de aves dependentes de áreas úmidas em duas lagoas nos Pequenos Lençóis Maranhenses, Maranhão, Brasil, considerando fatores ambientais como área e perímetro, salinidade e profundidade. Durante 15 meses de monitoramento, foram registrados 1.588 indivíduos, distribuídos em 40 espécies e 16 famílias. A maior lagoa apresentou maior complexidade ambiental e maior abundância, riqueza e diversidade de aves em comparação à menor lagoa. Fatores como maior área e menor profundidade foram determinantes na estruturação da avifauna. Além disso, foram registradas sete espécies de aves migratórias, como o maçarico-rasteirinho Calidris pusilla quase ameaçada de extinção a nível mundial, reforçando a importância das lagoas como ponto de parada para estas aves. O estudo destaca a necessidade de medidas de conservação para garantir a manutenção dessas áreas essenciais para a biodiversidade local.
|
|
|
-
JALISSON DE SOUSA ALVES
-
CARACTERIZAÇÃO E CRIOPRESERVAÇÃO DE ESPERMA DA OSTRA Crassostrea rhizophorae (BIVALVE; OSTREIDAE) (Guilding, 1828)
-
Orientador : ICARO GOMES ANTONIO
-
Data: 27/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A Crassostrea rhizophorae é uma espécie de ostra nativa que é conhecida como ostra do mangue por ser encontrada presa em raízes de mangue, possui ampla distribuição no litoral brasileiro, sendo uma das espécies de molusco bivalve de maior interesse pesqueiro e com forte potencial para aquicultura, por esse motivo o estabelecimento de bancos de germoplasma visando sua produção e a conservação se tornou uma alternativa para a manejo populacional dessa espécie. Objetivou-se com esse trabalho descrever as características seminais e adaptar um protocolo de criopreservação do sêmen de ostras do mangue a C. rhizophoare. As ostras foram coletadas vivas e transferidas ao Laboratório de Fisioecologia, Reprodução, Cultivo de Organismos Marinhos (FISIOMAR/UEMA), até o início do experimento. De cada animal, foram aferidas as variáveis biométricas: comprimento, largura, volume e peso total. Em seguida, os animais foram abertos e sexados. Um total de 15 machos foram utilizados para descrever a motilidade (%), duração da motilidade (s), concentração espermática (spmz/mL) e pH e então foi submetido ao experimento de teste de toxicidade utilizando três dos crioprotetores mais utilizados para criopreservação em molusco, Etilenoglicol (EG), Polietilenoglicol (PEG) e Dimetilsulfóxido (DMSO), distribuídos em três concentrações 5%, 10% e 15% e analisados em cinco tempos diferentes 0, 10, 15, 30 e 60 minutos após a diluição, tendo como parâmetros avaliativos a taxa de motilidade e viabilidade dos espermatozoides. Os resultados revelaram que a C. rhizophorae possui valores médios de 7,1±0,62 (altura), 5,06±0,6 (comprimento), 2,48±0,47 (largura) e 50,12±9,78 (peso). A taxa de motilidade espermática média foi de 100%, com uma duração média de 82,5% (min), a concentração foi de 1 x 1010 spmz/mL e o pH foi de 6,91. Quanto ao tempo de motilidade, os espermatozoides se mantiveram móveis até 3 horas após o início do experimento (180 min), já em relação a viabilidade espermática, foi observado que os mesmos permaneceram vivos por 4 horas (240 min), mesmo estando imóveis, sugerindo que as variáveis são independentes entre si, em que a taxa de motilidade não determina o tempo de vida das células espermáticas. O teste de toxicidade revelou que o uso de DMSO como crioprotetor teve efeito bastante positivo na refrigeração de sêmen de C. rhizophorae, independente da concentração testada, para ambos parâmetros avaliativos, motilidade e toxicidade. O EG se apresentou como o segundo melhor crioprotetor, com elevadas taxas de motilidade e viabilidade nos tempos iniciais, decrescendo maneira homogênea, já o PEG foi o crioprotetor menos eficiente, mostrando um significa redução na motilidade e na viabilidade dos espermatozoides quando comparado aos demais crioprotetores. No presente estudo foi possível descrever as características seminais da ostra do mangue C. rhizophorae, além de comparar os efeios dos crioprotetores sobre os espermatozóides nos diferentes tempos, além da ligação da motilidade com a viabilidade, tornando-se possível indicar o crioprotetor DMSO como menos tóxico, seguidos de EG e PEG, necessitando de analises mais profundas e detalhadas para determinar a natureza tóxica de cada crioprotetor e o mais indicado para estudos com moluscos bivalves, estudos estes que antecedem os experimentos de criopreservação espermática.
|
|
|
-
KAIO DA SILVA BANDEIRA
-
USO DE ÓLEOS ESSENCIAIS AMAZONENSES NA CONSERVAÇÃO DE SÊMEN DE PEIXES
-
Orientador : ERIVANIA GOMES TEIXEIRA
-
Data: 27/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
A conservação do sêmen de peixes é uma técnica que contribui para a preservação das espécies. Com a evolução dos protocolos, o estudo das características seminais e sua contribuição para conservação de espécies de peixes, tem se destacado com aprimoramento de técnicas realizadas com uso de diluidores e crioprotetores, geralmente combinados a antioxidantes e antibióticos, na busca de se manter a máxima qualidade seminal tornando-se menos agressivo. Como alternativa, os óleos essenciais podem agir tanto como antioxidantes como também antibióticos oferecendo a qualidade esperada para as células preservadas. O objetivo desta pesquisa é investigar o efeito dos óleos essenciais de copaíba e de buriti na conservação de sêmen de peixes. O Pangasianodon hypophthalmus está sendo utilizado Como espécie modelo. foram coletadas amostras de sêmen de 10 animais, armazenadas em microtubo tipo eppendorf sob refrigeração. As amostras foram analisadas quanto à cor, volume, pH, taxa de motilidade, concentração espermática e identificação de alterações morfológicas. Para o teste de refrigeração, foram utilizadas cinco amostras de sêmen, que foram diluídas em HBSS, NaCl, Glicose, Sacarose e amostra controle in natura. As amostras foram mantidas à 4°C por 10 horas e avaliadas em intervalos de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 hrs. O sêmen do P. hypophthalmus apresentou coloração branca e aspecto leitoso, enquanto que o volume apresentou média de 1,3 ± 0,3 mL. A taxa de motilidade foi de 97,5 ± 0,02 % e a concentração de 6,1 ± 6,4.106 células mL-1. O sêmen do P. hypophthalmus apresentou um percentual de 87,97% de espermatozoides normais, e 12,03%. Quanto às alterações morfológicas, as maiores médias estavam associadas às anormalidades de cabeça isolada normal (12,6 ± 0,86%), cauda fortemente enrolada (5,1 ± 0,60%), cauda dobrada (3,4% ± 0,41%) e cauda fraturada (3,4% ±1,71%). Durante a refrigeração, foi verificada boa qualidade e viabilidade de dois diluidores Glicose e HBSS durante as 10 hrs, para o diluidor Glicose obteve tempo de motilidade final com 13 ± 2,2 s e valor na motilidade 14,0 ± 4% e em destaque HBSS em tempo de motilidade 37 ± 2,8 s e motilidade 66,3± 5,1%. A caracterização do sêmen possibilita um parâmetro para avaliação dos melhores diluidores que para esse estudo foi o HBSS. Os próximos experimentos combinarão esse diluidor aos óleos essenciais selecionados para investigar as propriedades antibacterianas dos óleos essenciais sobre a flora bacteriana presente no sêmen colhido além de seus efeitos tóxicos.
|
|
|
-
NATACHA BIANCA ARAUJO DA SILVA
-
“Dinâmica ovocitária associada as estratégias reprodutivas de Mugil curema (Mugilidae, Teleostei) na costa maranhense como medidas de gestão pesqueira
-
Orientador : MARINA BEZERRA FIGUEIREDO
-
Data: 05/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os estudos sobre os processos reprodutivos de teleósteos possibilitam o entendimento dos mecanismos que envolvem a perpetuação e modificação das espécies, além de fornecer subsídios para a compreensão do uso que os indivíduos fazem de um sistema ou área. O presente estudo visa avaliar a dinâmica ovocitária e a fecundidade da espécie de peixe Mugil curema como ferramenta para gerar medidas de conservação e uso sustentável ao longo da costa maranhense. A área de estudo compreende ao munícipio de Raposa onde os organismos foram adquiridos por meio da pesca comercial. Durante o período de 1 ano (maio/2023 a maio/2024) foram analisados exemplares mensalmente de M. curema. Os organismos foram levados ao Laboratório de Biologia Pesqueira da Universidade Estadual do Maranhão para processamento do material biológico e a identificação da espécie com literatura especializada. Em laboratório foram obtidos dados de comprimento e peso dos organismos com a utilização de ictiômetro e balança digital. Em seguida, foi feita a remoção das gônadas e identificação macroscópica do estádio de maturação gonadal e o sexo. Para análise microscópica foram confeccionadas lâminas histológicas feitas com um corte transversal da parte central de cada gônada feminina desidratada, incluída em parafina para posterior corte em micrótomo com 5 μm de espessura. As análises estatísticas estão sendo realizadas usando Statistica 10.0 e Past 4.03. Até o presente momento foram coletadas 360 exemplares, sendo 165 fêmeas e 104 machos. No entanto, 91 exemplares não foram sexados pela dificuldade de classificação macroscópica das gônadas, porém não poderiam ser excluídos e continuam sendo confirmados na classificação microscópica. A relação entre peso e comprimento total dos indivíduos apresentou alometria negativa, pois o coeficiente foi menor que 3. O pico observado do indíce gonodossomático no mês de julho/2023 para as fêmeas, com a maioria das gônadas analisadas no estágio C, sugere um período de alta atividade reprodutiva nesse momento do ano. Com os resultados apresentados, foi possível perceber um número menor de fêmeas ovadas, também foram constatados grande número de juvenis, o que pode indicar que não há tanta seletividade na arte utilizada, o que de certa forma a torna menos sustentável. Os estudos de ovogênese estão sendo realizados com análise microscópica das lâminas e por conseguinte será feita a fecundidade por meio da contagem dos ovócitos das fêmeas maduras.
|
|
|
-
NÍVIA SANDIELE DE MELO SOUSA
-
Diversidade de microrganismos em ostras Crassostrea Sp. (Ostreida, Ostreidae) capturadas em pontos distintos do Golfão Maranhense
-
Data: 19/02/2025
-
Mostrar Resumo
-
As ostras possuem grande importância comercial e são amplamente utilizadas como bioindicadores da qualidade ambiental devido à sua tolerância a ambientes impactados e ao seu ciclo de vida relativamente curto. Diante disso, este estudo teve como objetivo investigar a presença de microrganismos em ostras do gênero Crassostrea, bem como em amostras de água e sedimentos, coletadas em diferentes pontos do Golfão Maranhense. Foram realizadas 4 coletas, no período seco nos meses de julho e outubro de 2023 e no período seco nos meses de janeiro e março, em duas áreas do Golfão Maranhense, nas Baías de São Marcos e de São José, com pontos de coleta nas comunidades Rio dos Cachorros, Porto Grande, estuário Pau Deitado e no píer de São José de Ribamar. Em cada coleta, foram obtidos 30 exemplares de ostras, 2 amostras de água e 2 de sedimento, uma para análise de elementos traços e outra para DNA ambiental. Em laboratório, foram medidos a altura, comprimento e largura em milímetros, e o peso total e peso úmido da carne em gramas de cada ostra. Para as análises histológicas, foi realizado um corte transversal das brânquias, gônadas, glândulas digestivas e intestino. O material foi fixado em solução de Davidson durante 24 h e as lâminas foram coradas com hematoxilina e eosina (H&E) e analisadas em microscópios ópticos. Para as análises de DNA ambiental, o DNA genômico foi extraído e foram amplificados fragmentos dos genes rRNA 18S e COI. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa Past versão 4.16c. Nas análises histológicas e biométricas foram analisados 80 espécimes de ostras. Onde a altura para o período seco variou de 45, 1 mm a 64.6 mm e o peso de 12,7 g a 31,0 g. No período chuvoso, as alturas variaram de 46,6 mm a 61,9 mm e os pesos totais de 10,7 g a 31,2 g. A análise dos resultados de correlação entre o peso e as outras medidas biométricas apresentou um coeficiente de correlação (r) maior que 0,6, indicando uma relação forte com significância estatística (p < 0,001). A análise histológica das amostras coletadas nas diferentes regiões revelou a presença de diversos microrganismos associados aos tecidos das ostras. Foram identificados protozoários, como Nematopsis sp., observados principalmente nos tecidos branquiais, glândulas digestivas, gônadas e tecidos conjuntivos das ostras. Além disso, foram identificadas algumas bactérias nos tecidos do intestino e glândulas digestivas. As análises realizadas proporcionaram uma compreensão ampla das variações biométricas das ostras em diferentes estações do ano e a identificação de microrganismos, sejam parasitas ou patógenos, presentes nas ostras da região do Golfão Maranhense.
|
|
|
-
RAQUEL SOARES MARTINS
-
SANIDADE DE OSTRAS E PARÂMETROS AMBIENTAIS; DIVERSIDADE MICROBIOLÓGICA E QUALIDADE DA ÁGUA EM REGIÕES PORTUÁRIAS
-
Orientador : ILKA MÁRCIA RIBEIRO DE SOUZA SERRA
-
Data: 05/02/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os estuários são caracterizados como ecossistemas de grande importância devido aos serviços ecológicos que fornecem, de modo que seus recursos lhes confere a função de berçário para muitas espécies de peixes e invertebrados. Porém, os ambientes estuarinos apresentam suscetibilidade à pressão antrópica, resultando na destruição e perda de habitats. Em áreas de intensas atividades econômicas como o complexo portuário de São Luís (Maranhão), o crescimento nas últimas décadas tem aumentado a probabilidade de ocorrer poluição de águas costeiras degradação de manguezais e acidentes ambientais. Poucos se sabe sobre a diversidade microbiológica dessas regiões e como esses microrganismos alteram a saúde e o ambiente em que as ostras se encontram, a microbiota da maioria dos moluscos bivalves é bastante diversa, podendo incluir fungos, vírus e bactérias. Dessa forma, dada importância, e tanbém o aumento do consumo dessas ostras in natura e face à escassez de registros que estudam a presença desses microrganismos que acometem ostras, a presente pesquisa objetiva realizar um estudo microbiológico em ostras provenientes da área do porto São Luís- MA. Para metodologia fúngica foi realizado diluição seriada e plaqueamento em BDA de toda parte mole da ostra para obter culturas fúngicas puras para extração de DNA e posterior sequenciamento. Para metodologia de analise bacteriológica foi feito diluições seriadas e as amostras foram repassadas para os caldos, placas e tubos seletivos para cada bactéria para verificar presença ou ausência. Como resultado fúngico obteve-se um total de 68 amostras puras, dentre as amostras existem o grupo das leveduras e dos fungos filamentosos com diferentes morofologias ressaltando que existe uma diversidade fungica nesse organismo aquático, essas amostras passarão na próxima etapa, pela extração de DNA e sequenciamento. Sobre os resultados bacteriológicos das amostras, todas se encontram dentro dos padrões e valores aceitáveis pela Legislação vigentes para os padrões microbiológicos em alimentos (ANVISA), que também não limita a quantidade de Coliformes Totais e Coliformes termotolerantes em moluscos bivalves in natura, o que dificulta a avaliação da qualidade microbiológica desse alimento. É necessário a continuação da presente pesquisa para cumprir o objetivo de bioprospectar as amostras de isolados fúngicos e compreender a presença dos microrganismos encontrados nas ostra.
|
|
|
-
RÔMULO NUNES SOUSA
-
Diversidade de meliponíneos (Apidae: Meliponini) utilizando técnicas moleculares e suas interações florísticas na microrregião dos Lençóis Maranhenses
-
Data: 30/04/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os meliponineos são abelhas que desempenham um papel fundamental na polinização de planas nativas no Brasil, sendo amplamente distribuídos pelos biomas do país. Além da polinização, realizam também a manutenção da vegetação, e interações com outros organismos que utilizam seus recursos ou estão associadas as abelhas sem ferrão. Ao longo do tempo tem-se notado um declínio significativo das abelhas, devido a perda de vegetação, incêndios não naturais, e destruição de ninhos destas abelhas. A meliponicultura é o manejo de abelhas sem ferrão que tem sido bastante incentivado por pequenos e grandes produtores como forma de conservação e também de complemento da renda. O levantamento das espécies de plantas e de meliponíneos que visitam e polinizam a vegetação local, contribuem significativamente, na recuperação de áreas degradadas, por meio do plantio e também na conservação das espécies de abelhas que vivem naquele local. A pesquisa tem como objetivo identificar as espécies de abelha sem ferrão utilizando técnicas moleculares e de espécies de plantas, por meio da melissopalinologia. As coletas estão sendo realizadas no município de Tutóia – MA, na microrregião dos Lençóis Maranhenses. As abelhas coletadas estão tendo seu DNA genômico extraído, quantificados e submetidos a técnica de PCR, sendo em seguida corrido em gel de agarose 1% para obtenção da comprovação da região amplificada COI; material em seguida é diluído e enviado para o sequenciamento no laboratório ACTGene Análises Moleculares. Após o sequenciamento o arquivo gerado, segue para as análises no software Mega11, pois possui ferramentas que possibilitam as edições, alinhamento, similaridade e dendrograma de similaridade, e no software DnaSP e Network são feitas as análises de haplótipos. Nas análises melissopalinológicas são coletas 15ml de mel de
uma colmeia em cada localidade durante 12 meses, onde são submetidas ao processo de acetólise que consiste na obtenção de romper a exina do pólen contido no mel, e possibilitando a identificação da espécie de planta, em cada amostra são feitas a preparação de 3 lâminas, em seguida o pólen é visualizado e quantificado sendo possível obter a frequência durante os 12 meses. Foram encontrados 37 ninhos de meliponíneos, sendo 12 tipos morfologicamente diferentes, e 4 espécies do gênero Melipona foram encontrados nos meliponários sendo: M. fasciculata com 98,46% de similaridade em comparação com a depositada no NCBI; M. fuliginosa com 99,03% de similaridade; M. subnitida com 99,10% de similaridade; M. flavolineata com 98,38% de similaridade. Por meio da melissopalinologia foram identificadas 5 famílias de plantas sendo: Fabaceae, Anacardiaceae, Loranthaceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae, onde grande parte das espécies são da família Fabaceae, corroborando com a pesquisas de Grüter (2020), onde foi possível concluir que a maioria dos meliponíneos visitam plantas desta família. Na presente pesquisa é possível notar uma ampla distribuição dos ninhos mesmo em áreas parcialmente degradas, também sendo eficiente a melissopalinologia na identificação da vegetação local.
|
|
|
-
TAMIRES COSTA SILVA
-
Influência de múltiplas variáveis ambientais na estruturação de comunidades macroinfaunais de áreas portuárias da Costa Amazônica Maranhense
-
Data: 26/02/2025
-
Mostrar Resumo
-
A faixa costeira, rica em ecossistemas como manguezais e estuários, enfrenta tanto processos naturais quanto pressões humanas, ela abriga uma vasta gama de espécies como a macrofauna bêntica, que são excelentes bioindicadores de qualidade ambientais. Analisar a macrofauna bentônica em áreas portuárias da Costa Amazônica é crucial para o monitoramento e conservação ambiental, revelando os impactos das variáveis ambientais nesses ecossistemas sensíveis. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é analisar a influência de múltiplas variáveis ambientais na estruturação das comunidades de invertebrados macroinfaunais nativas e exóticas em áreas de influência direta e indireta de terminais portuários da Costa Amazônica, na região do Golfão Maranhense, Brasil. A metodologia envolveu a coleta de dados durante uma campanha de amostragem, no período de estiagem, em sete pontos ao longo do Golfão Maranhense: quatro próximos aos portos e três em áreas de menor impacto humano. Foram coletadas 70 amostras de sedimento no total, sendo 10 por ponto, para análise da composição faunística e uma em cada ponto para análise de granulometria e MO. Foram aferidas salinidade, pH e oxigênio dissolvido da água. Os sedimentos foram analisados para determinar granulometria, teor de matéria orgânica e concentrações de metais traços, enquanto a fauna bentônica foi identificada e quantificada para análise da estrutura das comunidades. Os resultados mostraram uma variação significativa nas condições ambientais entre os pontos de amostragem. A salinidade variou de 20,1 a 30,6, com média de 25,5; os níveis de oxigênio dissolvido variaram de 3 mg/l a 6,7 mg/l; e o pH variou de 7,7 a 8,1. O sedimento era composto predominantemente de silte, seguido por argila e areia fina. A presença de metais traços, como alumínio, cobre, cromo, ferro e manganês, foi mais alta nas áreas menos impactadas, especialmente em Alcântara. Foram identificados 3.245 espécimes de macrofauna bentônica, distribuídos em 39 táxons. A maior riqueza e densidade foram registradas em Alcântara, especialmente nos pontos 2 e 3, enquanto Rio dos Cachorros apresentou a menor diversidade. Espécies como Heteromastus sp., oligochaetas e Streblospio benedicti foram predominantes, apresentando correlação positiva com a matéria orgânica e negativa com a salinidade e o pH. A análise de correspondência canônica (CCA) revelou que a distribuição das espécies bentônicas em Alcântara e Porto Grande é significativamente influenciada por variáveis ambientais e metais traços. Em Alcântara, alumínio e ferro impactaram negativamente as comunidades, enquanto em Porto Grande, o manganês e o cromo tiveram efeitos similares. As variações na densidade e riqueza das comunidades mostram que as atividades portuárias e as condições ambientais desempenham um papel crucial na estruturação dessas espécies. O estudo sublinha a necessidade de uma gestão ambiental integrada e sustentável para equilibrar o desenvolvimento portuário com a conservação dos ecossistemas de manguezal na costa amazônica.
|
|