CARACTERIZAÇÃO ESPERMÁTICA E CRIOPRESERVAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES DA OSTRA Crassostrea rhizophorae (BIVALVE; OSTREIDAE) (Guilding, 1828)
Crioprotetores; Motilidade espermática; Ostra-do-mangue; Semên; Toxicidade.
A Crassostrea rhizophorae é uma espécie de ostra nativa que é conhecida como ostra do mangue por ser encontrada presa em raízes de mangue, possui ampla distribuição no litoral brasileiro, sendo uma das espécies de molusco bivalve de maior interesse pesqueiro e com forte potencial para aquicultura, por esse motivo o estabelecimento de bancos de germoplasma visando sua produção e a conservação se tornou uma alternativa para a manejo populacional dessa espécie. Objetivou-se com esse trabalho descrever as características seminais e adaptar um protocolo de criopreservação do sêmen de ostras do mangue a C. rhizophoare. As ostras foram coletadas vivas e transferidas ao Laboratório de Fisioecologia, Reprodução, Cultivo de Organismos Marinhos (FISIOMAR/UEMA), até o início do experimento. De cada animal, foram aferidas as variáveis biométricas: comprimento, largura, volume e peso total. Em seguida, os animais foram abertos e sexados. Um total de 15 machos foram utilizados para descrever a motilidade (%), duração da motilidade (s), concentração espermática (spmz/mL) e pH e então foi submetido ao experimento de teste de toxicidade utilizando três dos crioprotetores mais utilizados para criopreservação em molusco, Etilenoglicol (EG), Polietilenoglicol (PEG) e Dimetilsulfóxido (DMSO), distribuídos em três concentrações 5%, 10% e 15% e analisados em cinco tempos diferentes 0, 10, 15, 30 e 60 minutos após a diluição, tendo como parâmetros avaliativos a taxa de motilidade e viabilidade dos espermatozoides. Os resultados revelaram que a C. rhizophorae possui valores médios de 7,1±0,62 (altura), 5,06±0,6 (comprimento), 2,48±0,47 (largura) e 50,12±9,78 (peso). A taxa de motilidade espermática média foi de 100%, com uma duração média de 82,5% (min), a concentração foi de 1 x 1010 spmz/mL e o pH foi de 6,91. Quanto ao tempo de motilidade, os espermatozoides se mantiveram móveis até 3 horas após o início do experimento (180 min), já em relação a viabilidade espermática, foi observado que os mesmos permaneceram vivos por 4 horas (240 min), mesmo estando imóveis, sugerindo que as variáveis são independentes entre si, em que a taxa de motilidade não determina o tempo de vida das células espermáticas. O teste de toxicidade revelou que o uso de DMSO como crioprotetor teve efeito bastante positivo na refrigeração de sêmen de C. rhizophorae, independente da concentração testada, para ambos parâmetros avaliativos, motilidade e toxicidade. O EG se apresentou como o segundo melhor crioprotetor, com elevadas taxas de motilidade e viabilidade nos tempos iniciais, decrescendo maneira homogênea, já o PEG foi o crioprotetor menos eficiente, mostrando um significa redução na motilidade e na viabilidade dos espermatozoides quando comparado aos demais crioprotetores. No presente estudo foi possível descrever as características seminais da ostra do mangue C. rhizophorae, além de comparar os efeios dos crioprotetores sobre os espermatozóides nos diferentes tempos, além da ligação da motilidade com a viabilidade, tornando-se possível indicar o crioprotetor DMSO como menos tóxico, seguidos de EG e PEG, necessitando de analises mais profundas e detalhadas para determinar a natureza tóxica de cada crioprotetor e o mais indicado para estudos com moluscos bivalves, estudos estes que antecedem os experimentos de criopreservação espermática.