Diversidade de meliponíneos (Apidae: meliponini) utilizando técnicas moleculares na caracterização de espécies e suas interações florísticas na microrregião dos lençóis maranhenses.
abelha-sem-ferrão; conservação; ecologia; ninhos; palinologia.
Os meliponineos são abelhas que desempenham um papel fundamental na polinização de planas nativas no Brasil, sendo amplamente distribuídos pelos biomas do país. Além da polinização, realizam também a manutenção da vegetação, e interações com outros organismos que utilizam seus recursos ou estão associadas as abelhas sem ferrão. Ao longo do tempo tem-se notado um declínio significativo das abelhas, devido a perda de vegetação, incêndios não naturais, e destruição de ninhos destas abelhas. A meliponicultura é o manejo de abelhas sem ferrão que tem sido bastante incentivado por pequenos e grandes produtores como forma de conservação e também de complemento da renda. O levantamento das espécies de plantas e de meliponíneos que visitam e polinizam a vegetação local, contribuem significativamente, na recuperação de áreas degradadas, por meio do plantio e também na conservação das espécies de abelhas que vivem naquele local. A pesquisa tem como objetivo identificar as espécies de abelha sem ferrão utilizando técnicas moleculares e de espécies de plantas, por meio da melissopalinologia. As coletas estão sendo realizadas no município de Tutóia – MA, na microrregião dos Lençóis Maranhenses. As abelhas coletadas estão tendo seu DNA genômico extraído, quantificados e submetidos a técnica de PCR, sendo em seguida corrido em gel de agarose 1% para obtenção da comprovação da região amplificada COI; material em seguida é diluído e enviado para o sequenciamento no laboratório ACTGene Análises Moleculares. Após o sequenciamento o arquivo gerado, segue para as análises no software Mega11, pois possui ferramentas que possibilitam as edições, alinhamento, similaridade e dendrograma de similaridade, e no software DnaSP e Network são feitas as análises de haplótipos. Nas análises melissopalinológicas são coletas 15ml de mel de
uma colmeia em cada localidade durante 12 meses, onde são submetidas ao processo de acetólise que consiste na obtenção de romper a exina do pólen contido no mel, e possibilitando a identificação da espécie de planta, em cada amostra são feitas a preparação de 3 lâminas, em seguida o pólen é visualizado e quantificado sendo possível obter a frequência durante os 12 meses. Foram encontrados 37 ninhos de meliponíneos, sendo 12 tipos morfologicamente diferentes, e 4 espécies do gênero Melipona foram encontrados nos meliponários sendo: M. fasciculata com 98,46% de similaridade em comparação com a depositada no NCBI; M. fuliginosa com 99,03% de similaridade; M. subnitida com 99,10% de similaridade; M. flavolineata com 98,38% de similaridade. Por meio da melissopalinologia foram identificadas 5 famílias de plantas sendo: Fabaceae, Anacardiaceae, Loranthaceae, Euphorbiaceae e Myrtaceae, onde grande parte das espécies são da família Fabaceae, corroborando com a pesquisas de Grüter (2020), onde foi possível concluir que a maioria dos meliponíneos visitam plantas desta família. Na presente pesquisa é possível notar uma ampla distribuição dos ninhos mesmo em áreas parcialmente degradas, também sendo eficiente a melissopalinologia na identificação da vegetação local.