Banca de QUALIFICAÇÃO: BIANCA DOS SANTOS COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BIANCA DOS SANTOS COSTA
DATA: 24/07/2024
HORA: 09:00
LOCAL: WEBCONFERENCIA
TÍTULO:

DIVERSIDADE DAS LINHAGENS DE SIRIS DO GÊNERO Callinectes (STIMPSON, 1860) NO GOLFÃO MARANHENSE A PARTIR DE MARCADORES DE DNA MITOCONDRIAL E NUCLEAR

PALAVRAS-CHAVES:

siris-azuis, filogenia molecular, diversidade críptica, conservação, Maranhão

PÁGINAS: 40
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ciências Biológicas
RESUMO:

Os siris do gênero Callinectes são um grupo da fauna bentônica de importância ecológica e socioeconômica. O conhecimento das relações filogenéticas e da diversidade das suas linhagens são parâmetros importantes para sua conservação e manejo. Assim, o objetivo deste trabalho foi descrever a diversidade de linhagens de siris do gênero Callinectes presentes no Golfão Maranhense. O DNA foi extraído de indivíduos coletados em seis pontos no Golfão Maranhense (Estado do Maranhão). As análises filogenéticas foram baseadas em quatro marcadores mitocondriais (Citocromo c oxidase subunidade I: COI; 12S rRNA: 12S; 16S rRNA: 16S; e Citocromo b: Citb) e um nuclear (ATP/ADP translocase). Até o momento, foram capturados 67 espécimes, sendo que 37 tiveram suas espécies identificadas morfologicamente: 22 de C. danae (Smith, 1869), quatro de C. exasperatus (Gerstaecker, 1856), 10 de C. bocourti (Milne-Edwards, 1879) e um de C. larvatus (Ordway, 1863). Foram produzidas 36 sequências para o DNA mitocondrial e quatro para o DNA nuclear, sendo algumas delas inéditas: ATP/ADP translocase e Citb para C. danae, C. exasperatus e C. bocourti; 12S para C. exasperatus no Brasil; COI para C. larvatus na Costa Norte Brasileira e C. exasperatus no Brasil. Apesar da falta de sequências para algumas das espécies–COI e 16S são os mais representativos–foi possível observar que os marcadores possuem diferentes resoluções para os nós mais internos da filogenia; contudo, todos conseguiram separar as espécies em grupos monofiléticos distintos, exceto o COI para C. marginatus e C. larvatus. A distinção morfológica entre essas espécies é bastante sutil, mas suas distribuições geográficas são disjuntas: C. marginatus é nativa da costa atlântica africana. Assim, se esse resultado não for devido a erros de identificação em nossas amostras de C. larvatus e nas de C. marginatus do GenBank, isso pode ser explicado por dois processos mutuamente não-excludentes: retenção de polimorfismo ancestral após um processo recente de especiação ou introgressão. Em termos de diversidade das linhagens, nosso estudo revelou linhagens crípticas ocorrendo em simpatria no Golfão Maranhense em C. bocourti (Citb) e C. exasperatus (12S). No caso de C. bocourti (Citb), também foram encontradas diferenças genéticas entre as amostras do Maranhão e as do Amapá, São Paulo e países do Caribe. Os próximos passos são produzir sequências dos marcadores que ainda faltam para as espécies já coletadas (ex. C. larvatus), bem como adicionar espécies ainda não amostradas mas cuja ocorrência tem registro para a Costa Norte do Brasil (ex. C. sapidus e C. ornatus). Além disso, pretendemos incluir mais um marcador mitocondrial (NADH desidrogenase) e três nucleares (Proteína de choque térmico 70,

Trehalose 6-fosfato sintase e ATP-sintase subunidade IX) nas análises, cujos resultados não foram apresentados aqui por dificuldades técnicas no sequenciamento de DNA. Este é o primeiro estudo a empregar um número expressivo de marcadores para análise filogenética do gênero Callinectes. Compreender as relações filogenéticas e diversidade críptica nesses siris é fundamental não apenas para um entendimento amplo da biodiversidade aquática da costa amazônica brasileira, mas também para implementar medidas de manejo e conservação eficazes para este importante recurso pesqueiro.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 630.655.923-04 - LUIS FERNANDO CARVALHO COSTA - UFMA
Interno - 809664 - MARINA BEZERRA FIGUEIREDO
Interno - 814624 - SANDRA FERNANDA LOUREIRO DE CASTRO NUNES