TRAJETÓRIA, TERRITÓRIO E RELIGIOSIDADE: sem terra não tem babaçu
Trajetória e religiosidade: a presença dos encantados na construção da territorialidade de Camaputiua.
Este trabalho analisa a relação de trajetórias sociais com dimensões referidas às territorialidades, religiosidades de agentes sociais com múltiplas formas de auto classificação e afirmação identitária. A análise reflexiva considera as diferentes posições ocupadas, ao longo da pesquisa, pela pesquisadora e a principal agente social considerada na análise, a senhora Maria Antônia dos Santos, autodefinida como quebradeira de coco e quilombola. Pretende-se mapear as formas de organizações nas quais essa agente está inserida, no sentido de perceber essas articulações como forma de resistência na luta do território de Camaputiua. A agente está à frente de dois grandes movimentos de caráter interestadual e atuação em associação local. Assim, a partir das narrativas da principal interlocutora da pesquisa foi possível identificar elementos do passado e do presente, que possibilitam afirmar um pertencimento associado a uma identidade coletiva. Com base em trabalhos de campo no território de Camaputiua, Cajari-MA, busco demonstrar os aspectos dessa trajetória e a construção de um processo de reivindicação pelo território e de uma territorialidade específica do Quilombo Camaputiua.