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RELAÇÕES DE PODER EM A DIPLOMATA, DE G.G. DINIZ: o contradiscurso decolonial sertãopunk
A Diplomata; colonialidade do poder; discurso literário; sertãopunk.
A presente pesquisa discorre sobre os resultados desta dissertação que investiga o sertãopunk enquanto movimento decolonial dentro da literatura, a partir do romance A Diplomata, de Gabriele Diniz, doravante G. G. Diniz. Este é o primeiro livro de uma duologia sertãopunk que se desenvolve no mesmo espaço fictício de Morte matada e O sertão não virou mar, da referida autora. Nesse romance de estreia, a autora explora as relações de poder em um Nordeste distópico, por meio de contradiscursos que envolvem aspectos decoloniais concernentes à gênero, raça e classe. A Diplomata apresenta uma perspectiva para a ruptura dos problemas sociais impostos pelo padrão colonial por meio dos contradiscursos de Feitosa, uma sobrevivente no Nordeste pós-apocalíptico; de Matilde: uma pilota foragida que descobre as condições subumanas a que os sobreviventes foram relegados e de Eunir'ra: a diplomata que desvenda segredos na colônia lunar que estão diretamente ligados ao rapto de mulheres da Terra. Nesse sentido, temos como objetivo geral analisar discursivamente a narrativa sertãopunk A Diplomata enquanto contradiscurso decolonial. Para tanto, entendemos necessário compreender a partir de elementos decoloniais como se configura a perspectiva literária sertãopunk; investigar como as representações da colonialidade do poder e da (re)existência são materializadas discursivamente através das categorias intertextualidade e interdiscursividade; além de demonstrar como a obra A Diplomata pode ser lida baseada no conceito de contradiscurso decolonial. Como aporte teórico, utilizamos os Estudos Decoloniais de Quijano (2005), Lugones (2020), Grosfoguel (2012), Mignolo (2021), dentre outros, bem como dos Estudos Críticos do Discurso propostos por Norman Fairclough (2001, 2003, 2016), Resende e Ramalho (2011), de ficção científica e especulativa (Silva, 2021), somando a estes pesquisadores teses, dissertações e artigos que nos
permitiram uma visão atualizada das discussões sobre os eixos: discurso, decolonialidade e sertãopunk. A fim de explicitar e entender como se dão as representações de poder e contradiscurso decolonial foram selecionados excertos no texto literário que simbolizam práticas discursivas e sociais que desvelam as colonialidades presentes na narrativa. Esta pesquisa também é justificada pela necessidade de abordar o sertãopunk enquanto movimento decolonial dentro da literatura de ficção científica, além do uso transdisciplinar da Análise de Discurso
Crítica como ferramenta teórica/metodológica para investigação do discurso literário.