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MERGULHANDO NOS LABIRINTOS DO INSÓLITO: uma análise do duplo e da morte no conto “A Caçada”, de Lygia Fagundes Telles
Insólito Ficcional; Morte; Duplo; A Caçada; Lygia Fagundes Telles.
O presente trabalho investiga o insólito ficcional em “A Caçada” (1999), de Lygia Fagundes Telles, com foco nos temas do duplo e da morte. A pesquisa explora como elementos insólitos desafiam a realidade e o senso comum, subvertendo a percepção do leitor e criando uma tensão entre o real e o sobrenatural. A partir dos conceitos de
insólito, enquanto modo literário (Bessière, 2011), a obra é analisada em seu papel de desestabilizar as certezas do protagonista e do leitor. O trabalho também se vale das contribuições psicanalíticas de Carl Jung (2008) sobre o inconsciente coletivo e arquétipos, assim como de Rollo May (1974) sobre o medo existencial e a crise da identidade, para compreender como o insólito reflete conflitos identitários e a fragilidade humana diante do desconhecido. Ao explorar o duplo como uma figura simbólica da psique fragmentada e a morte como uma presença constante e ameaçadora, a pesquisa revela camadas profundas do imaginário humano, especialmente no que tange à percepção da finitude, da transição entre o real e o imaginário, e do confronto com a morte. Por fim, a obra de Telles é interpretada como uma reflexão sobre a condição humana, onde o insólito e o sobrenatural não são apenas elementos narrativos, mas estratégias que acessam os recessos mais profundos da psique humana, revelando suas angústias e incertezas mais intrínsecas.