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POESIA LÍRICA DE GONÇALVES DIAS: MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DOS ESPAÇOS POÉTICOS
Espaço literário. Memória. Imaginação. Imagem poética. Gonçalves Dias.
Esta pesquisa tem como objeto de estudo um recorte da obra poética do escritor maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), que diz respeito aos poemas Minha Terra, Tristes recordações, A escrava, A tempestade, A tempestade (2), A mangueira e Morro do Alecrim, distribuídos entre Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Últimos Cantos (1851) e as Obras Póstumas (1868-1869) do autor. Sendo de cunho bibliográfico e de natureza qualitativa, tem como objetivo principal analisar a poesia lírica de Gonçalves Dias (1823-1864) a partir do diálogo entre memória, imaginação e espaço. Para tanto busca descrever os procedimentos que caracterizam a memória e a imaginação com base em suas especificidades e equivalências; identificar possíveis influências que a vida do autor pode ter exercido sobre a sua escrita; discutir alguns aspectos conceituais acerca do espaço literário e da forma como ele se manifesta no texto poético e analisar a lírica de Gonçalves Dias (1823-1864), tendo em vista a relação entre memória e imaginação na construção dos espaços poéticos. Como embasamento para o estudo, alguns dos autores consultados são: Paul Ricoeur (2007), com A memória, a História, o esquecimento; Aristóteles (2012; 2011), em seu tratado Da memória e da revocação, presente na obra Parva Naturalia e seu ensaio sobre a imaginação em Da Alma; Henri Bergson (2010) com Matéria e Memória; Jean-Paul Sartre (2019) e O imaginário; Gaston Bachelard (1993) em A poética do espaço; Luís Alberto Brandão (2013) e seu Teorias do Espaço Literário; e Massaud Moisés (2000) com A criação Literária: poesia. O trabalho também está fundamentado em obras como a de Antônio Henriques Leal (1864), com seu Pantheon Maranhense; Lúcia Miguel Pereira (2018), e A vida de Gonçalves Dias; Jomar Moraes (1998) com Gonçalves Dias: vida e obra e José Veríssimo (1966) em História da Literatura Brasileira, e outros. O texto se desenvolve em torno de quatro capítulos que tratam, respectivamente, de memória, imaginação e imagem poética no primeiro; sobre experiências e espaços da vida de Gonçalves Dias (1823-1864) no segundo; acerca do espaço
literário e sua relação com o texto poético, no terceiro; e, por fim, o quarto diz respeito às análises dos poemas escolhidos, os quais mesclam processos mnemônicos e imaginativos na construção de seus espaços. Dentre os resultados obtidos até o momento, podem ser mencionados a constatação de que memória e imaginação são fenômenos distintos no que diz respeito à intencionalidade, mas inegavelmente correlatos; que a imagem poética é uma “irrealidade” do campo imaginativo e, portanto, não obedece às leis do mundo empírico; e que as experiências sentimentais e intelectuais, assim como os espaços em que elas ocorreram na vida de Gonçalves Dias (1823-1864), exerceram grande influência na composição de sua obra poética, muito embora esta não dependa dele para comunicar algo à alma do leitor.