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DOIS TEMPOS, UMA MEMÓRIA: a relação entre o tempo e a memória na reconstrução da identidade nacional angolana em Lueji, o nascimento de um império.
Angola; Identidade; Memória; Decolonialidade; Pepetela.
aproximadamente cinco séculos de exploração contínua. Ao ingressar no novo século, o continente carrega os legados negativos acumulados ao longo desse período, embora também permeados por aspectos positivos. Sob essa perspectiva, suas possibilidades de desenvolvimento no contexto do novo milênio e da globalização são moldadas tanto por esses legados, positivos e negativos, quanto por processos de continuidade e ruptura histórica. Partindo dessa contextualização mais geral, este trabalho direciona seus olhares para Angola, um país independente há 49 anos que preserva narrativas fundamentais para a humanidade, mas que ainda tem suas literatura e cultura pouco investigadas. A obra de Pepetela Lueji, o nascimento de um império, objeto de análise desta pesquisa, destaca-se por sua singularidade e esta investigação analisa como ela pode atuar como um instrumento literário de revisão histórica e crítica social, refletindo o compromisso do autor com a reconstrução da memória coletiva angolana. Os direcionamentos teóricos desta pesquisa apoiam-se nos conceitos de Identidade, à luz de Paul Ricoeur (2007), de Memória, à luz de Maurice Halbwachs (2003), e uma perspectiva Decolonial sob o Tempo, à luz de Frantz Fanon (2008), Homi Bhabha (1998) e Henri Bergson (1999). Serão examinadas as estratégias discursivas utilizadas pelo Pepetela para desconstruir perspectivas coloniais e propor uma leitura crítica do tempo histórico, articulando passado, presente e futuro na obra Lueji: O Nascimento de um Império. A análise fundamenta-se em referenciais durkheimianos de metodologia qualitativa- narrativa a fim de compreender como a obra desafia paradigmas hegemônicos e contribui para a construção de novas epistemologias no contexto pós-colonial africano.