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DIÁLOGOS DECOLONIAIS NA LITERATURA FEMININA
DE AUTORIA NEGRA: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA NA
OBRA ESTRELAS NO DEDO, DE MIRIAM ALVES.
Literatura Negra Feminina. Decolonialidade. Identidade Coletiva. Miriam Alves.
O presente trabalho visa analisar, a literatura de autoria feminina negra sob a perspectiva decolonial, destacando a construção de identidades coletivas, na obra Estrelas no dedo, da escritora negra Miriam Alves. Dentre as muitas contribuições de Alves para a literatura de autoria feminina negra, partimos da categoria decolonialidade por entendermos que representa a voz de muitas mulheres que foram subalternizadas, perdendo até suas identidades, no caso desta pesquisa, a identidade coletiva. Ao se pensar nessa tônica, acentuamos os seguintes
questionamentos: Como a literatura feminina de autoria negra é manifestada no livro de poesias Estrelas no dedo, de Miriam Alves? Como os estudos decoloniais contribuem para a análise da literatura feminina de autoria negra e a (re)construção das identidades individuais, na obra Estrelas no dedo, Miriam Alves? Como a decolonialidade se manifesta na produção poética de Estrelas no dedo, de Miriam Alves? Como as identidades individuais são ressignificadas e corroboram para a construção da identidade coletiva? A partir desses apontamentos, foram elencados os seguintes objetivos específicos: (i) conhecer a literatura acadêmica disponível na biblioteca digital da Capes de dissertações e teses brasileiras referentes à produção poética de Miriam Alves; (ii) aprofundar a discussão sobre colonialidade e decolonialidade, apontando como os estudos decoloniais oportunizam análises literárias produzidas por mulheres negras, evidenciando as vozes subjugadas; (iii) identificar como a literatura negra feminina de Miriam Alves contribui para a representação das vozes de mulheres negras na obra Estrelas no dedo; e (iv) compreender a criação de identidades individuais e como ela dialoga nos poemas para a (re)construção da identidade coletiva. Nesse sentido, a pesquisa segue uma abordagem bibliográfica e documental, fundamentada em um método qualitativo, com caráter interpretativo e investigativo. Para organizar de forma mais eficaz as informações encontradas, optamos pela Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Quanto ao aporte teórico, partimos das discussões de Cunha (2024), Bernardino-Costa e Grosfoguel (2016), Baltar (2020), Quijano (2000), Hall (2006), Segato (2010), Carneiro (2003),
Spivak (2010), Alves (2011), Naujorks (2021), entre outros intelectuais. Portanto, essa pesquisa busca potencializar o debate acerca da colonialidade e da decolonialidade, enfatizando como os estudos decoloniais contribuem para a produção literária feita por mulheres negras, bem como entender, dentro dessa literatura feminina de autoria negra, a (re)construção da identidadedessas mulheres negras. Dessa forma, os resultados parciais indicam que as vozes de mulheres negras e a ressignificação da identidade coletiva podem ser observadas em alguns poemas, justificando assim a relevância do nosso trabalho, visto que, para Miriam Alves, as mulheres negras até hoje carregam estereótipos do passado escravocrata.