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LEITURA DISTANTE E LITERATURA: ANÁLISE DOS PERFIS FEMININOS DAS OBRAS CANÔNICAS E FOLHETINESCAS DE ALUÍSIO AZEVEDO
Aluísio Azevedo. Humanidades Digitais. Linguateca. Literatura. Personagem.
Considerando que nos últimos anos a utilização de bancos de dados literários digitais vem ganhando cada vez mais destaque e importância nas pesquisas literárias, o presente trabalho, inserido nas ações do grupo de pesquisa Literatura, Artes e outras Mídias — LAMID, apresenta uma análise quanti-qualitativa das obras do escritor maranhense Aluísio Azevedo, com o auxílio da ferramenta computacional, Linguateca. Onde se encontra nossa base de dados, o corpus Literateca, que em agosto de 2024 contabilizou 949 obras lusófonas inseridas que já alcançaram o domínio público, criado em uma colaboração entre a Linguateca, a Universidade de Oslo, a PUC-Rio, a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Anya Campos. Para a realização desse trabalho foram selecionados alguns romances azevedianos, dividindo-os em canônicos e folhetinescos sob a ótica de Mérian (2014). Assim, a categoria canônica é composta pelas seguintes obras: Mulato (1881); Casa de Pensão (1884); e O Cortiço (1890). Já na categoria folhetinesca destacam-se: A Condessa Vésper (1882), Girândola de Amores (1900) e A Mortalha de Alzira. A partir dessa divisão de romances canônicos e folhetinescos, a presente proposta de pesquisa tem em vista analisar e comparar, através da Leitura Distante, as distintas caracterizações das personagens azevedianas nas obras citadas com a utilização de bancos de dados literários digitais e um sistema de codificação de corpora. Nessa perspectiva, cabe ressaltar que a abordagem usada é quanti- qualitativa, ou seja, combina técnicas de pesquisas quantitativas — tais como dados numéricos, análises estatísticas — e qualitativas — como dados textuais, análises interpretativas. Enquanto para o embasamento teórico para a análise, aborda-se as ideias de Susan Hockey (2004) acerca de Humanidades Digitais; Franco Moretti (2013) sobre Leitura Distante; Philippe Hamon (1972), que considera a personagem um signo; Diana Santos (2009), criadora da Linguateca e que possui uma gama de estudos sobre a plataforma; entre outros. Por fim, este estudo destaca-se por aproximar a literatura das ferramentas computacionais, concebendo um aprofundamento nos estudos acerca das personagens. articulando estudos em corpora, literatura e análise do discurso, além de incrementar a produção crítica sobre criações maranhenses, ampliar as perspectivas de pesquisa e fortalecer parcerias com outras instituições de ensino, nacionais e internacionais.