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RELAÇÕES DE PODER EM A DIPLOMATA, DE G.G. DINIZ: o contradiscurso decolonial sertãopunk
A Diplomata; colonialidade do poder; discurso literário; sertãopunk.
A presente pesquisa apresenta os resultados parciais de dissertação em andamento que investiga o sertãopunk enquanto movimento decolonial dentro da literatura, a partir do romance A Diplomata, de Gabriele Diniz, doravante G. G. Diniz. Este é o primeiro livro de uma duologia sertãopunk que se desenvolve no mesmo espaço de Morte matada e O sertão não virou mar, de mesma autoria de G. G. Diniz. Nesse romance de estreia, a autora explora as relações de poder em um Nordeste distópico, por meio de contradiscursos que envolvem aspectos decoloniais concernentes à gênero, raça e classe. A Diplomata apresenta uma perspectiva para a superação dos problemas sociais impostos pelo padrão colonial por meio dos contradiscursos de Feitosa, uma sobrevivente no Nordeste pós-apocalíptico; de Matilde: uma pilota foragida que descobre as condições subumanas a que os sobreviventes foram relegados e de Eunir'ra: a diplomata que desvenda segredos na colônia lunar que estão diretamente ligados ao rapto de mulheres da Terra. Nesse sentido, temos como objetivo geral analisar discursivamente as representações de poder e de contradiscurso decolonial no romance sertãopunk. Para tanto, fez-se necessário explorar como as representações da colonialidade do poder são materializadas discursivamente no texto literário; compreender, a partir da perspectiva literária sertãopunk, que contradiscursos decoloniais são representados e, por fim, relacionar as representações de poder ao contradiscurso decolonial. Como aporte teórico, utiliza-se os Estudos Decoloniais de Quijano (2007), Ballestrin (2013), Gesco (2014) dentre outros, bem como dos Estudos Críticos do Discurso propostos por Norman Fairclough (2001, 2003, 2016), Resende e Ramalho (2011), de representações de poder (Foucault, 1979); de ficção científica e especulativa (Silva, 2021), somando a estes pesquisadores teses, dissertações e artigos que nos permitem uma visão atualizada das discussões sobre os eixos: discurso, decolonialidade e sertãopunk. A fim de explicitar e entender como se dão as representações de poder e contradiscurso decolonial foram selecionados excertos no texto literário que apresentam práticas discursivas e sociais que desvelam as colonialidades presentes. Esta pesquisa, em andamento, também justifica-se pela necessidade de abordar a literatura sertãopunk enquanto movimento decolonial dentro da literatura, além da transdisciplinaridade dos estudos críticos do discurso em textos literários que não são tão frequentes quanto em outros gêneros discursivos.