SOCIEDADE E NATUREZA: UMA ANÁLISE SOBRE O ESPAÇO SOCIOAMBIENTAL DO PORTO DO ITAQUI – SÃO LUIS – MA, NO PERÍODO DE 1970-2017.
Porto do Itaqui – meio ambiente – espaço
O Porto do Itaqui é um agente social de produção de notório potencial estratégico regional e mundial, e consequentemente materializa a produção do espaço urbano, uma vez que está localizado, desde 1970, em áreas urbanas, apesar das mudanças geográficas no decorrer de sua história. Entretanto, as configurações socioambientais locais existentes não refletiram as benesses capitalistas da expansão portuária maranhense, em decorrência da inserção contínua dos projetos desenvolvimentistas. Então, nesse estudo buscou-se, a priori, expor sobre a relação entre a natureza, meio ambiente e espaço, no sentido de subsidiar as discussões sobre os impactos socioambientais portuários, pautados em Neil Smith (1988), Milton Santos (1994), Foster (2015), entre outros. Em seguida, abordou-se a relação porto-cidade, a fim de compreender como o porto está se articula dentro da conjuntura urbana e ambiental, por meio de Maricato (2008), Lefebvre (2001) e Becker (2011). E como uma amostra da realidade ambiental portuária, delimitou-se a pesquisa na região poligonal do Porto do Itaqui- São Luís, MA, no período de 1970-2016, com apresentação de dados primários e secundários sobre os impactos sociais e ambientais existentes, como, por exemplo, os danos diretos causados à biota aquática, poluição do ar e água, dentre outros apresentados pela própria gestão portuária maranhense, e os indiretos como os danos sociais à comunidade do Cajueiro, por conta da expansão do Complexo Portuário do Maranhão, gerando assim um desenvolvimento regional, porém desigual. A metodologia aplicada nesta pesquisa foi baseada no materialismo histórico dialético, e com análise documental e bibliográfica, além da apresentação de dados que reforçam a problemática socioambiental portuária, como, por exemplo, a redução do pescado, manguezais, lixo portuário, conflitos territoriais, dentre outros danos apontados pela própria gestão portuária do Itaqui. Tais resultados não representam um desenvolvimento regional sustentável, no que tange à integração entre as dimensões econômica, política, social, ambiental e cultural, apenas reforçam a hegemonia econômica e acumulação do capital.