COMO SE CONSTRÓI UM BAIRRO VIOLENTO? Um estudo sobre o estigma da violência urbana em territórios periféricos por meio de estudo de caso no bairro de Fátima, São Luís – Ma.
Produção do espaço, território, território violento, violência, cartografia da violência, bairro de Fátima, São Luís.
Este trabalho de dissertação encontra-se em processo de concepção no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional da Universidade Estadual do Maranhão (PPDSR-UEMA) e pretende compreender “como se produz um bairro violento(?)” visando as dinâmicas da produção de espaços periféricos partindo dos entendimentos conceituais da produção do espaço, território violento e cartografia da violência. Os estudos desbravam o território do Bairro de Fátima, localizado em São Luís- MA, e seus microterritórios como campo empírico, por meio de análises das distintas formas de produção do espaço que influenciaram na formação do bairro, e nas implicações que coligam a violência à produção deste território. Territórios como o bairro de Fátima são comuns à cidade de São Luís e refletem muito o que acontece nas cidades do país, onde bairros periféricos se consolidam nas malhas urbanas e seguem estigmatizados como “violentos” e/ou ligados à criminalidade. Para além do acaso ou de coincidências essas realidades se cruzam e demonstram que assim como o espaço segue lógicas de produção a violência também possuem lógicas próprias de produção onde essas lógicas são inerentes à própria produção do espaço. Dessa forma, a pesquisa segue uma orientação metodológica que usa a pesquisa exploratória sob uma abordagem qualitativa, utilizando a pesquisa bibliográfica prévia e o estudo de campo no território do Bairro de Fátima, sob a luz dos conceitos de produção do espaço de Lefebvre (2006) acrescido das ideias de Edward Soja (1996) sobre a dimensão imaginária na produção do espaço e Doreen Massey (2008) que traz a ideia do espaço ser relacional e que a análise espacial deve levar em consideração as interações entre lugares e pessoas. Sobre território da violência e cartografia da violência temos Alba Zaluar (1996) abordando dinâmicas da violência em áreas urbanas, especialmente em favelas e comunidades pobres e Teresa Caldeira (2000) com estudos sobre a produção do espaço urbano e as dinâmicas da violência em cidades brasileiras onde argumenta que a violência é produzida socialmente e está ligada a processos de exclusão e desigualdade.