EMPREENDEDORISMO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: um estudo sobre a cadeia produtiva do coco babaçu na região de Itapecuru Mirim – MA.
Empreendedorismo social. Desenvolvimento sustentável. Cadeia produtiva do babaçu.
O presente estudo tem como objeto de análise a relação entre o empreendedorismo social e o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do babaçu a partir do caso específico da região de Itapecuru-Mirim. Demonstra-se que a exploração do babaçu no Maranhão se deu de forma complexa e contraditória, na qual o fruto era aproveitado de forma apenas parcial. Enquanto os setores industrial e comercial acumulavam mais valia, famílias extrativistas revendiam a amêndoa a quilo por um preço ínfimo. Com a contribuição dos movimentos sociais no campo, no início dos anos 90, abriu-se uma discussão sobre opções laborais que ultrapassavam as relações formais do trabalho assalariado. Com uma proposta mais inclusiva, empreendimentos como associações, cooperativas e clubes de mães tem se espalhado pelo interior maranhense. Na região do Vale do Itapecuru, quebradeiras de coco, produtoras e empreendedoras modificam o status quo por meio do empreendedorismo. A investigação traz como perspectiva teórica a obra de Alexander Chayanov, economista agrário russo que investigou as especificidades do tecido social no meio rural. Para o autor, o fenômeno salário não chega até a unidade produtora camponesa, que terá outra motivação para o trabalho: a satisfação de suas necessidades por meio da produção coletiva, tal como ocorre no campo empírico da presente pesquisa. Em Itapecuru Mirim, buscou-se caracterizar o papel do empreendedorismo social e a contribuição do mesmo para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do babaçu na região. Buscou-se, também, avaliar se este tipo de empreendimento promove o protagonismo e empoderamento das famílias envolvidas na atividade. Para tanto, valeu-se de pesquisa de campo e aplicação de questionários junto aos órgãos de apoio ao extrativismo e à agricultura familiar que atuam na região. Conclui-se sobre a relevância do empreendedorismo social como gerador de renda e no rompimento de algum nível de estado de risco social nas comunidades investigadas.