MULHERES NO CONTEXTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA COMUNIDADE DE ITAMATATIUA – ALCÂNTARA MA: Lutas e Resistências
Economia Solidária. Divisão Sexual do Trabalho. Igualdade. Relações de Gênero. Trabalho Feminino.
O presente trabalho tem como objetivo analisar as lutas e resistência das mulheres no contexto da Economia Solidária, na comunidade de Itamatatiua – Alcântara MA e como essa nova forma de fazer economia tem enfrentado as crises do mundo do trabalho e perpassado por diversas gerações. Discute-se sobre o processo histórico de inserção da mulher no mercado de trabalho e em meio à reestruturação produtiva dando destaque às relações de gênero e a divisão sexual do trabalho que tem exigido das trabalhadoras a busca por alternativas de geração de trabalho e renda. Frente a essa realidade, a questão central desta investigação foi desvendar as formas de organização política e econômica das mulheres da comunidade e seu processo de lutas para a construção do poder local. Para alcançar esses objetivos utilizamos como método o materialismo histórico dialético, seguido de abordagem qualitativa. Para tanto, foram adotados alguns instrumentos metodológicos como a utilização do diário de Campo (DC) para registro das histórias orais, e da observação sensível, além de serem elaborados o inventário sócio demográfico (ISD) e uma pesquisa empírica com aplicação de entrevista semiestruturada (ESE), e registro fotográfico. Utilizou-se também o levantamento bibliográfico e documental que deu base as reflexões deste trabalho. Fruto da nossa participação nas intervenções realizadas pelo Núcleo de Estudo sobre Gênero, Sexualidade e Família (NEGESF) junto à comunidade através de oficinas e palestras, tais intervenções foram adotados como estratégia multimetodológica, que articulou dados de natureza quantitativa, capaz de observar o desenvolvimento humano a partir do seu contexto. A pesquisa mostrou que, as mulheres de Itamatatiua demostraram autonomia quando assumiram o poder político e econômico na comunidade, pois com as mudanças ocorridas na cultura e no mundo do trabalho, tiveram que se reinventar e buscar novas estratégias para desenvolver suas atividades laborais com a cerâmica. Ademais, os problemas enfrentados com o transporte da matéria prima, acesso à posse da terra e com o escoamento da produção exigiu das mulheres novas estratégias de organização para reivindicar e lutar por seus direitos socioeconômicos e territoriais por meio das políticas públicas.