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"Ocorrência de Trypanosoma cruzi em cães na área Itaqui Bacanga, São Luís, Maranhão".
"doença de Chagas, reservatório doméstico, sorologia, PCR, São Luís".
A doença de Chagas é uma doença parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que parasita uma larga variedade de mamíferos silvestres e domésticos, tendo como vetores várias espécies de triatomíneos. Estudos realizados no Brasil têm apontado o cão doméstico como animal sentinela na epidemiologia da doença, sobretudo em áreas rurais. Ainda que o Estado do Maranhão não seja considerado, atualmente, uma área endêmica para a doença de Chagas, na capital São Luís existe comprovadamente um ciclo domiciliar associado ao rato doméstico e um ciclo silvestre mantido por didelfídeos. No entanto, não há estudos direcionados à infecção por T. cruzi em cães domiciliados no ambiente urbano. Dessa forma, objetivou-se investigar a ocorrência de Trypanosoma cruzi em cães domiciliados da área Itaqui Bacanga, São Luís, Maranhão, por meio de testes parasitológicos, sorológicos e moleculares. Foram coletadas 330 amostras sanguíneas de cães e aplicados questionários estruturados aos responsáveis, para obtenção de dados epidemiológicos e fatores de risco. A partir das amostras colhidas, foram confeccionadas lâminas de esfregaço sanguíneo a fresco, reações de imunofluorescência indireta (RIFI) para o diagnóstico sorológico e reações em cadeia da polimerase (PCR), para a detecção molecular. Os dados dos questionários foram tabulados em banco de dados, utilizando um software. Dos 330 animais amostrados, 141 (42,7%) animais foram reativos na RIFI. Na PCR, foram identificadas 55 (16,6%) amostras foram positivas e nos esfregaços sanguíneos, até o momento, não foram encontradas formas de T. cruzi. Estes resultados inferem contato dos cães com o tripansosoma. Porém, considera-se a possibilidade de co-infecção e/ou reações cruzadas com outros tripanossomatídeos, como é o caso de Leishmania spp., em virtude de a área de estudo ser endêmica para as leishmanioses. No entanto, espera-se o fechamento do diagnóstico sorológico com o teste de ELISA e a identificação de T. cruzi, por meio do sequenciamento genético, para elucidar a presença do parasita na região e animais estudados.