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"Papel dos carnívoros domésticos como risco à saúde e à conservação de carnívoros silvestres do Parque Estadual do Mirador, Maranhão"
Medicina da conservação, Fauna silvestre, Epidemiologia.
A fauna silvestre sofre ameaças antrópicas constantemente por meio da expansão agrícola e pecuária, construções de represas e hidrelétricas, crescimento urbano, caça, entre outras. A degradação e fragmentação do habitat são aspectos que levam consequentemente a ocorrência da aproximação de populações humanas e espécies invasoras como cães e gatos em áreas de mata, predispondo assim a transmissão de enfermidades infecciosas entre diferentes espécies. Objetiva-se analisar o perfil sanitário dos cães domiciliados e residentes no Parque Estadual do Mirador-Maranhão, a fim de avaliar e relatar o potencial risco de transmissão das doenças infecciosas para os carnívoros silvestres. Foram aplicados 45 questionários, contendo informações referentes a presença de animais domésticos e ao manejo sanitário empregado pelos proprietários. Foi registrado um número amostral de 96 cães, dos quais 54 passaram por exame físico. Foram coletadas amostras de sangue periférico para a detectação do vírus da cinomose canina e leishmaniose por meio da técnica PCR qualitativo. Coletou-se amostras de carrapatos para identificação e descrição. Constatou-se que todas as localidades pesquisadas possuem cães positivos para Leishmania spp., sendo Posto Zé Miguel com 25,9% (12/18), Posto Mel 22,2% (14/18), Posto Cágados 1,9% (1/2) e o Povoado Mato Grosso com 20,4% (11/16). Os ectoparasitas encontrados foram: Amblyomma ovale (15%), Amblyomma parvum (12,4%), Amblyomma tigrinum (1,3%), Amblyomma cajanense (0,4%) e Rhipicephalus sanguineus (70,9%). A leishmaniose e a cinomose são patógenos presentes no PEM, colocando em risco a relação entre o ser humano, animais domésticos e silvestres. Conclui-se que a leishmaniose e o vírus da cinomose são agentes patogênicos circulantes no Parque Estadual do Mirador (PEM) e que os cães domiciliados nesta região se encontram em situações de manejo sanitário inadequado, colocando assim em risco à conservação de carnívoros silvestres.