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"ASPESCTOS DA DINÂMICA POPULACIONAL DE DUAS ESPÉCIES DE TELEÓSTEOS"
Biologia reprodutiva; Golfão maranhense; Micropogonias furnieri. Sciades proops; Ordenamento da pesca.
Os recursos pesqueiros na região marinha e estuarina na costa maranhense são abundantemente explorados sem qualquer preocupação com a depleção dos estoques, em um ritmo acelerado que aponta a diminuição a curto prazo das principais espécies de importância econômica capturadas. Considerando várias lacunas existentes no conhecimento sobre a pesca artesanal no Maranhão, este estudo objetiva analisar aspectos da dinâmica populacional das espécies Micropogonias furnieri e Sciades proops capturadas pela frota pesqueira do município de Raposa, Maranhão visando a elaboração de medidas de manejo para a conservação dessas espécies no litoral maranhense. Para cada espécie sob estudo, foi determinado o tamanho de primeira maturação sexual, a proporção sexual das espécies por mês e tamanho, a época de reprodução e tipo de desova. Os dados foram coletados através de amostragens mensais durante o período de janeiro de 2021 a dezembro de 2021, junto a frota pesqueira do município de Raposa, MA. Foram analisados 360 exemplares de Micropogonias furnieri e 360 espécimes de Sciades proops. Os indivíduos analisados de M. furnieri variaram de 20,2 a 50,8 cm de comprimento total (CT), apresenta alometria negativa, com proporção sexual de 1,1 fêmeas para cada macho e com tamanho de 1a maturidade de 25,98 cm, estando apta a se reproduzir o ano todo. Os indivíduos analisados de S. proops variaram de 24,7 a 62,6 cm de CT, com alometria negativa, proporção sexual de 1,2 fêmeas para cada macho, o L50 para a população de Sciades proops foi de 37,87 cm e também está apta a se reproduzir por todo ano. O presente estudo mostrou que a área do golfão maranhense é um importante local de reprodução, crescimento e alimentação para M. furnieri e S. proos. E apesar de não se ter indícios de grandes impactos da pesca sobre o estoque dessas espécies, é plausível a aplicação de medidas de manejo para a área estudada, tais como: determinação e fiscalização por parte IBAMA do tamanho mínimo de captura de 25 cm para M. furnieri, e de 37 cm para S. proops, principalmente nos meses de Janeiro a maio, onde os pico reprodutivos para essas espécies, foram mais expressivos, bem como um trabalho de educação ambiental, para as pessoas envolvidas com a atividade pesqueira.