AS BORBOLETAS FRUGÍVORAS E A INTEGRIDADE ECOLÓGICA DE FLORESTAS RIPÁRIAS NA ILHA DE UPAON-AÇU, MARANHÃO.
borboletas; florestas ripárias; integridade ecológica; urbanização.
As borboletas representam um grupo de insetos diversificado nas florestas ripárias, onde encontram diferentes recursos e condições ambientais favoráveis a sua sobrevivência. Considerando que as florestas ripárias podem ser um dos únicos fragmentos florestais em paisagens dominadas por atividades antrópicas encontram nessas áreas verdes abrigo e refúgio. Não obstante serem reconhecidas por sua sensibilidade à alterações ambientais, pouco se conhece sobre os efeitos de perturbações antrópicas na comunidade de borboletas frugívoras, principalmente em florestas ripárias na Amazônia Maranhense. O objetivo desta tese foi de avaliar como os parâmetros da integridade ecológica das florestas ripárias afetam os padrões da comunidade de borboletas frugívoras (Lepidoptera: Nymphalidae) em áreas urbanas e peri-urbanas na Ilha de Upaon-Açu, no Maranhão. A pesquisa foi realizada em 20 áreas ripárias da Ilha de Upaon-Açu (Maranhão – Brasil). Em cada área foram estabelecidos dois transectos de 150 metros para a coleta de borboletas em armadilhas (12), no período de cinco dias consecutivos no final da estação chuvosa (2019 e 2021). Os parâmetros da estrutura da vegetação foram medidos em duas parcelas de 60x10m e quatro de 4x4m. Foram registradas 2.392 borboletas frugívoras (Nymphalidae), distribuídas em 62 espécies e morfoespécies. A sub-família mais representativa foi Satyrinae (26) e as espécies mais abundantes foram Taygetis laches (486), Colobura dirce (235), Cissia penelope (194), Opsiphanis invirae e Hypna clytmnestra (149). Considerando os efeitos de alterações na estrutura da vegetação ripária, a abertura do dossel promoveu um aumento da riqueza, abundância e diversidade de borboletas frugívoras, assim como a maior área basal de árvores teve efeito significativo na diversidade. Dessa maneira, os resultados confirmam a hipótese testada de que a diversidade de borboletas frugívoras é maior em áreas perturbadas. Estas se configuram por uma comunidade dominada por espécies generalistas e oportunistas, adaptadas a maior amplitude de condições ambientais e preferência por áreas mais abertas. Tal padrão se explica pela maior heterogeneidade ambiental proporcionada por uma perturbação antrópica intermediária, em que há maior disponibilidade de micro-habitats, nichos e recursos alimentares possibilitando a coexistência de maior número de espécies.