ASSENTAMENTO SANTANA NOSSA ESPERANÇA (PI): As cadeias curtas e os mercados institucionais como novas perspectivas de desenvolvimento rural
Assentamentos rurais. Campesinato. Agricultura familiar. Herança camponesa
O assentamento Santana Nossa Esperança é considerado como um território do conflito, da esperança e da (re) criação da vida camponesa. Os agricultores familiares assentados são herdeiros de uma tradição camponesa. Assim, o objetivo principal do trabalho é analisar como as cadeias curtas e os mercados institucionais estão articulados no Assentamento Santana Nossa (Teresina-PI) e objetivos específicos são conhecer como as cadeias curtas podem contribuir para a consolidação do território da agricultura familiar; identificar os desafios da implementação das cadeias agroalimentares curtas como novas possibilidades de desenvolvimento no Assentamento Santana Nossa Esperança; viabilizar a inserção dos agricultores familiares do Assentamento Santana Nossa Esperança em mercados institucionais, como o PNAE, através da organização em cooperativa. Diante disso, constatou-se a importância das heranças camponesas na vida e na prática agrícola dos agricultores familiares assentados. O modo de plantar, colher e cuidar das criações é transmitido de geração em geração, aprendido com pais e avós. Os camponeses, muitas vezes, só tinham a deixar para seus descendentes suas crenças, tradições e conhecimentos. Com a implantação do assentamento, além do patrimônio cultural, as famílias camponesas assentadas podem deixar como herança o local de moradia e a terra, que podem se tornar fontes de renda, sobrevivência e permanência no campo. O Pronaf é uma política pública importante para a (re)criação da vida camponesa das famílias assentadas, para sua inserção nos mercados institucionais e nas cadeias curtas, pois pode permitir a ampliação da produtividade dos assentados. As dificuldades no acesso ao crédito e a descontinuidade da orientação técnica, que só é oferecida quando o crédito rural está disponível, representam desafios significativos, assim como as conflitualidades entre as associações de agricultores familiares do assentamento e a frágil organização social com ausência de cooperativas reduzem a viabilidade de inserção nos mercados institucionais e nas cadeias curtas. Desse modo, o canal de comercialização mais utilizado é a venda no próprio lote, sendo ainda baixo a quantidade de famílias que comercializam em feiras e mercados institucionais.