ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA PESCA ARTESANAL DESENVOLVIDA NO POVOADO DO MUNICÍPIO DE PINDARÉ - MIRIM - MA
Pesca Artesanal. Impactos. Sociais. Econômicos. Lages.
A presente pesquisa consistiu em compreender a rentabilidade da atividade pesqueira e organização social dos pescadores do povoado Lages, do município de Pindaré-Mirim/MA, por meio dos aspectos envolvidos na cadeia produtiva da pesca. De modo mais específico pretendeu-se traçar um perfil sociodemográfico dos pescadores artesanais localizados no povoado de Lages, no município Pindaré-Mirim/MA; identificar os principais aspectos envolvidos na comercialização do pescado e verificar os principais impactos sociais e econômicos causados pela rentabilidade da atividade pesqueira. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com abordagem qualitativa, estudo de caso descritivo, tendo o questionário semiestruturado como instrumento de coleta de dados, que foi aplicado com dezesseis pescadores artesanais do povoado de Lages, no município de Pindaré-Mirim/MA. Os resultados da pesquisa evidenciaram que o perfil sociodemográfico dos pescadores artesanais é composto na sua maioria por indivíduos do sexo masculino, com idade entre 46 e 54 anos, baixo nível de escolaridade, apenas o ensino médio incompleto e residem no povoado de Lages há mais de dez anos. As principais espécies de peixe capturadas e comercializadas são o curimatá e a branquinha. Além disso, foi observado que os atravessadores são os principais agentes envolvidos na comercialização do pescado, pois compram grandes quantidades de peixes nas mãos dos pescadores artesanais de Lages por um baixo preço e revendem nos mercados e feiras livres com um valor bem maior. A grande presença de atravessadores é apontada como o principal desafio enfrentado na comercialização dos peixes porque diminui consideravelmente a rentabilidade dos pescadores artesanais. Com relação aos principais impactos sociais e econômicos causados pela rentabilidade da atividade pesqueira, constatou-se que a renda média mensal dos pescadores artesanais do povoado de Lages varia entre R$ 500,00 (quinhentos reais) a 1 salário mínimo. Geralmente entre 1 e 3 pessoas (mulheres e filhos) dependem da renda do pescador. A maior parte avalia positivamente a pesca artesanal na comunidade, principalmente porque atende aspectos de subsistência e relacionado a comercialização. A geração de emprego e renda foi apontada como o principal benefício social da pesca artesanal, que possui como principal desafio os riscos no exercício da atividade. Muitos pescadores relataram que recebem outros benefícios pagos pelo governo como o seguro-defeso, bolsa família, dentre outros. A organização dos pescadores em associação ou cooperativas é uma forma de agregar valor ao produto e não ficar refém dos atravessadores, aumentando assim, os lucros.