ESTUDOS SOBRE A DINÂMICA DA PAISAGEM NAS COMUNIDADES DE MOJÓ E TENDAL EM PAÇO DO LUMIAR-MA
Paisagem. Paço do Lumiar. Comunidades. Manguezais
Esta pesquisa abordou a dinâmica da paisagem das comunidades Mojó e Tendal, em Paço do Lumiar/MA, composta por elementos naturais e culturais que sofreram transformações ao longo do tempo. O estudo destacou o ecossistema manguezal, afetado pela expansão urbana, buscando compreender a evolução específica das paisagens das comunidades e as consequências dessas transformações, configurando-se como o estado da arte deste trabalho de pesquisa. A pesquisa utilizou abordagens participativas e tecnologias geoespaciais, além de software de geoprocessamento para obtenção e análise dos dados. Os resultados revelaram mudanças na paisagem dos manguezais devido ao adensamento urbano que se estende da capital para os demais municípios da ilha de Upaon-Açu. Foi identificada a ausência de políticas efetivas de proteção das áreas de manguezais, especialmente em relação às políticas habitacionais, levando à localização de empreendimentos imobiliários em áreas inadequadas e causando desgaste nos sistemas naturais, especialmente no rico ecossistema de manguezal da ilha de Upaon-Açu. Esses ambientes frágeis, formados principalmente por depósitos do Cenozoico, estão sujeitos a alterações por fatores naturais e antrópicos. As comunidades de Mojó e Tendal, que vivem próximas a esses locais, têm suas vidas ligadas ao fluxo e dinâmica desse ecossistema, utilizando-o como fonte de sustento e comercialização de mariscos e peixes, além de cultivarem pequenas plantações e criarem animais. No entanto, as alterações no solo do município afetaram essas atividades devido ao acúmulo de lixo no mangue, possivelmente relacionado ao adensamento urbano, que está promovendo uma nova dinâmica. Diante dessa questão, a ONG Arte Mojó está desempenhando um papel importante na sensibilização sobre a conservação da fauna e flora frente à rápida expansão urbana, proporciona atividades como rodas de conversa e ações de retirada de lixo no manguezal. A aproximação com a ONG facilitou a realização de outras atividades no campo da pesquisa, como a prospecção dos locais de pesca no rio Santo Antônio e uma oficina de cartografia social na Unidade de Ensino Básico João Galberto Souza Reis. A Conservarção desses ecossistemas está além da manutenção dos serviços oferecidos, envolvendo também a valorização da história. Na região, foi possível reavivar o passado ancestral das comunidades por meio dos vestígios arqueológicos e dos caminhos usados pelos povos originários. Esses sítios arqueológicos pertencem a civilizações pré-históricas e aos povos que tiveram o primeiro contato com os europeus. Apesar dos vestígios estarem impactados, foi possível resgatar um pouco da história do município, que foi um aldeamento Tupi. Dessa forma, a preservação do ecossistema de manguezal e o reconhecimento dos valores históricos e culturais das comunidades são essenciais para garantir a sustentabilidade e a continuidade das tradições. As ações de conscientização e conservação, aliadas ao uso de tecnologias geoespaciais e à participação comunitária, demonstram a importância de um esforço conjunto para mitigar os impactos da urbanização e preservar a rica biodiversidade e herança cultural da região. O fortalecimento das políticas públicas de proteção ambiental é fundamental para assegurar a integridade desses ecossistemas e garantindo a qualidade de vida das comunidades.