ECONOMIA DE FRONTEIRA E A TERRITORIALIZAÇÃO DO CAPITAL AGROFLORESTAL EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO GEOGRÁFICA IMEDIATA DE AÇAILÂNDIA, MARANHÃO, BRASIL
Territorialização. Capital agroflorestal. Silvicultura do eucalipto. Região Geográfica Imediata de Açailândia.
O objetivo geral desta pesquisa é compreender o processo de territorialização do capital agroflorestal sobre o uso da terra, em municípios produtores de eucalipto, na Região Geográfica Imediata de Açailândia (RGIA). Metodologicamente, a pesquisa está sendo realizada em duas etapas. Na primeira etapa, anterior a entrega do relatório de qualificação, são realizadas a pesquisa bibliográfica e a fundamentação teórica, buscando construir uma base sólida para a análise dos dados obtidos. Também foram coletados dados secundários de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) e dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A segunda etapa, após a entrega do relatório de qualificação, tem-se a continuação da pesquisa bibliográfica e da fundamentação teórica, focando na discussão do processo de territorialização do capital. Nessa etapa, também são realizados trabalhos estatísticos, tabulando os dados coletados, elaborando gráficos, tabelas e quadros, além de análises e correlações das variáveis da pesquisa. Para isso, são utilizadas fontes como o IBGE, relatórios da empresa Suzano Papel e Celulose S/A e o INCRA. Além disso, a segunda etapa inclui trabalhos de campo em fazendas de eucalipto e comunidades locais próximas a essas fazendas, onde serão coletados dados por meio de acervo fotográficos e entrevistas semiestruturadas. Os resultados parciais obtidos apontam que, o controle ou apropriação de terras, nos últimos anos, vai além da compra de estabelecimentos rurais, ou seja, outros processos inerentes a esse processo de aquisição de terras podem ser vistos, como arrendamento, parcerias, compra de empresas agrícolas proprietárias de terras com eucalipto já cultivado, até mesmo compras desses estabelecimentos via negociação na Bolsa de Valores. Nesse sentido, o Maranhão, nas últimas décadas, intensificou seu papel na divisão internacional do trabalho (DIT), agora com o mercado global de ativos florestais, no qual teve como participação a Vale Florestar, com seus diversos investidores, como fundos de pensão, estatais, fundos patrimoniais, entre outros investidores financeiros, e que, em 2009, negociou boa parte desses ativos, dentro do estado, com a Suzano Papel e Celulose. A partir disso, é constatada a influência direta do avanço do capital agroflorestal, fomentado pelo capital financeiro com participação direta do Estado, na territorialização do eucalipto e nas transformações do território, dentro do estado do Maranhão.