O trabalho tem como área-objeto a bacia hidrográfica do rio Preto a qual localiza-se na região nordeste do estado do Maranhão, ocupa uma área de 5.235,63 km2, sendo afluente da bacia do rio Munim. Esta pesquisa pauta-se na categoria paisagem e tem por objetivo geral analisar a vulnerabilidade ambiental ao processo erosivo da bacia hidrográfica do rio Preto - MA como subsídio a gestão dos recursos hídricos e por objetivos específicos: determinar as unidades de planejamento e gestão da bacia; identificar a vulnerabilidade dos parâmetros físicos da bacia hidrográfica do rio Preto e avaliar o grau de vulnerabilidade a partir do uso e cobertura da terra da bacia do rio Preto. Para atingir os objetivos realizou-se pesquisa bibliográfica e eletrônica sobre a temática da vulnerabilidade, paisagem como categoria de análise na Geografia, método Analítico Hierárquico Processual (AHP), Geoprocessamento aplicado ao estudo da vulnerabilidade; efetuou-se seleção de bases cartográficas (INPE, CPRM, USGS, ZEE-MA, IBGE); aplicação de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto para mapeamento das unidades geológicas, classes de solos, unidades geomorfológicas, declividade, hipsometria, precipitação acumulada anual; uso e cobertura da terra. Toda a produção cartográfica foi realizada nos Sistemas de Informação Geográfica, QGIS, SPRING e ArcGIS. Realizou-se trabalho de campo tendo como objetivos principais o reconhecimento da área-objeto, registro fotográfico e averiguar com maior critério a produção cartográfica. Foi usado o método de Crepani et al. (2001), a qual baseia-se na Ecodinâmica de Tricart (1977), para alcançar o segundo e terceiro objetivo especifico. Os resultados sinalizam que 52,63% dos solos da bacia estão estáveis, ou seja, predomínio da pedogênese, ao passo que 31,94% mantêm-se em equilíbrio morfodinâmico, e apenas 15,43% encontram-se vulneráveis. Quanto ao aspecto geológico 57,80% está moderadamente vulnerável e 42,20% vulnerável. Desta forma, a bacia encontra-se naturalmente instável, prevalecendo a morfogênese. Os relevos planos (0-3%) ocupam 46,26% da bacia e são responsáveis por sua estabilidade, já a classe moderadamente estável associa-se a uma morfologia suave-ondulada (3-8%) abrangendo 43,49%, enquanto, a classe medianamente estável/vulnerável ocupa 9,88% sendo formada por relevos ondulados (8-20%) e os relevos forte-ondulados (20-45%) abrangendo 0,37% encontram-se moderadamente vulneráveis aos processos erosivos. Portanto, a bacia no contexto clinográfico está associada a uma condição de estabilidade. No contexto do uso e cobertura da terra a bacia tem 64,61% de sua área numa situação de estabilidade morfodinâmica, ao passo que a classe medianamente estável/vulnerável abrange 9,76%, já no caso da classe vulnerável, ela corresponde a 25,63%, tendo como principal responsável as atividades antrópicas relacionadas a agricultura, silvicultura e sua consequente vegetação secundária e as pastagens. Identifica-se que problemas ambientais como desmatamento, ocupação de APP, compactação de solos por máquinas pesadas, desertificação dos solos, uso de agrotóxicos e queimadas, ambas relacionadas as monoculturas, têm acarretado impactos a bacia, assim como agravado a vulnerabilidade. Neste contexto, através do mapeamento das áreas de vulnerabilidade as medidas de prevenção e mitigação se tornam mais fáceis de serem vislumbradas devido à espacialização destes riscos, consequentemente, tem-se subsídios essenciais para o poder público atuar no sentido realizar uma gestão ambiental e, por conseguinte conservar a bacia do rio Preto - MA.