EXPANSÃO DA OCUPAÇÃO HUMANA E TRANSFORMAÇÕES DOS AMBIENTES COSTEIROS NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE RAPOSA – MA
Ambiente Costeiro. Ocupação. Impactos. Ambiente.
O ambiente costeiro é caracterizado por sua dinamicidade seja por conta dos aspectos naturais e/ou de atuação da sociedade, cuja relação existente entre esses aspectos no espaço geográfico é estudada por diversos conceitos, entre eles o de ambiente, que permite perceber as categorias natureza e sociedade de maneira conjunta, abordagem pertinente no estudo do ambiente costeiro, visto que é um dos mais ocupados no cenário nacional. Diante dessa discussão, a presente pesquisa toma como objeto de estudo a área urbana do município de Raposa, que está localizado no norte do estado do Maranhão. O lócus de estudo representa a dinâmica existente no ambiente costeiro, expressando os primeiros passos ocupacionais do município no final da década de 1940 e início de 1950 por migrantes cearenses, e o direcionamento ocupacional seguinte para o interior, estabelecendo bases para a configuração atual do ambiente. Diante disso, a pesquisa possui como objetivo geral analisar a expansão da ocupação humana e suas relações com as transformações dos ambientes costeiros na área urbana do município de Raposa – MA. Para alcançar tal objetivo fez-se uso de pesquisa bibliográfica e documental; imagens de satélites dos anos de 1984, 1999 e 2018; mapeamento de: uso e ocupação do solo; geomorfológico; de variáveis censitárias; identificação de impactos ambientais; elaboração de matriz de impacto, além de trabalhos de campo; imagens de drone e atividade de gabinete. De maneira geral, identificou-se que houve acréscimo ocupacional na área de estudo, que se configura em sua maioria em planície de maré, com a presença de manguezais e áreas dunares. Nesses espaços foi identificado o crescimento de ocupação humana no intervalo de 1984 a 2018, com destaque para processos recentes de ocupação de áreas referentes às Áreas de Proteção Permanente (APP), datando da segunda década do século XXI. Em relação aos impactos, a pesquisa evidenciou a inter-relação entre sociedade e natureza no ambiente como elo de entendimento, apontando para a presença de impactos com causas derivadas da ação da sociedade na natureza; da natureza na sociedade e entre ambas. Os impactos em sua maioria foram classificados como de ordem negativa, entretanto, havendo também os de ordem positiva, relacionados em maioria a medidas mitigadoras. Quanto aos impactos negativos, os mais presentes relacionam-se com a deposição de resíduos sólidos e esgotamento in natura na área de planície de maré, que apresentaram relação com a situação econômica e social dos residentes, quando comparado o local dos impactos e variáveis por setor censitário, no caso de renda e lançamento de esgoto diretamente no mar. Entretanto os impactos negativos não se limitam à direção sociedade/natureza, mas também no sentido natureza/sociedade, como no caso dos processos de inundação costeira, que atingem os residentes que ocupam de maneira indevida áreas de planície de maré, ratificando a complexidade do ambiente estudado, em constante transformação.