DO BATER DOS PANOS À SIRENE ESCOLAR: Uma análise do bairro Anil à luz do lugar como tecido sociocultural
São Luís. Fábrica de Tecidos. Bairro Anil. Refuncionalização. Lugar.
No contexto de atividades econômicas ligadas à industrialização brasileira no final do século XIX, São Luís passava por transformações espaciais relevantes, sobretudo pela instalação de fábricas têxteis nos arredores de sua área urbana. Um destes empreendimentos diz respeito à Companhia de Fiação e Tecidos Rio Anil, localizada nas proximidades do rio Anil, surgindo dai o primeiro grande bairro suburbano da cidade. A saber, a Companhia de Fiação e Tecidos Rio Anil não resistiu aos entraves econômicos e pediu falência em 1961. Sem uso por cerca de trinta e dois anos, em 1993 o prédio foi refuncionalizado por razões educacionais, dando margem ao Centro Integrado do Rio Anil – CINTRA. Neste sentido, este trabalho dissertativo tem o objetivo de analisar o bairro Anil como um lugar tecido sócio culturalmente por esta dinâmica espacial relatada, entendendo a centralidade simbólica do espaço da Fábrica-Escola. De tal modo, a inquietação de cunho geográfico da pesquisa sobre o bairro Anil está em compreender, pelo menos em parte, os processos e contextos que ocasionaram a refuncionalização da forma da antiga Fábrica Rio Anil, o que, por ventura, ressignificou a ideia de lugar dos agentes constituidores daquele quadro espacial. Uma vez tendo adotado os procedimentos metodológicos de estudo bibliográficos e realização de atividade de campo, apostamos, em aproximações fenomenológicas ao entrevistarmos trabalhadores fabris, antigos moradores, representantes da escola em tela, da comunidade e do setor industrial do Estado. Dos resultados obtidos, pode-se dizer que do bater dos panos à sirene escolar o Anil é um espaço e tempo desafiador às próprias pessoas daquele lugar-bairro que, por meio de suas memórias, desvelam geografias imaginadas e concretas.