Banca de QUALIFICAÇÃO: BEATRIZ MOURÃO PEREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BEATRIZ MOURÃO PEREIRA
DATA: 21/12/2018
HORA: 09:00
LOCAL: CESC/UEMA sala C1
TÍTULO:

ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS

PALAVRAS-CHAVES:

Condições de Saúde; População Negra; Acesso aos serviços de saúde.

PÁGINAS: 124
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
RESUMO:

Os reflexos de pobreza afligem de maneira mais intensa as comunidades negras, que, independentemente de suas vontades coletivas, problemas de infraestrutura, saneamento e saúde são uma constante. As consequências históricas do processo de escravidão e a maneira de libertação têm influenciado o acesso diferenciado a bens e serviços, constituindo-se como fatores condicionantes para a existência das iniquidades em saúde associadas à questão étnico-racial. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar as condições de vida, a situação de saúde, o acesso aos serviços de saúde pela população residente nos quilombos do município de Caxias – MA. Trata-se de um estudo epidemiológico, censitário, com abordagem quantitativa, que está sendo realizado no período de fevereiro de 2018 a julho de 2019 em 3 comunidades quilombolas: Jenipapo, Soledade e Cana Brava das Moças. O instrumento utilizado foi o questionário semiestruturado Inquérito Região Integrada do Distrito Federal (RIDE) da Pesquisa Nacional de Saúde adaptado para comunidades quilombolas. Ao final, 207 pessoas (30 crianças e 177 adultos) foram entrevistadas nas 3 comunidades quilombolas e fizeram parte da pesquisa. No momento, a análise estatística para qualificação foi a frequência simples com 99 domicílios, 99 adultos e 30 crianças, para elaboração das tabelas, descrição e discussão dos resultados. Dentre os 99 domicílios estudados, 59,60% (n=59) não possuíam banheiro, 50,50% (n=50) das casas eram de taipa ou de palha e apenas 31,31% (n=31) utilizavam a fossa rudimentar como escoamento dos sanitários. Observou-se cobertura da Estratégia e Saúde da Família de 86,87% (n=86). Referente ao sexo, 68,69% (n=68) são do sexo feminino, 22,22% (n=22) pessoas tem idade entre 18-29 anos, 77,78% (n=77) são casados, 59,60% (n=59) se autodeclararam negros, 41,12% (n=41) declararam não terem nenhum grau de instrução e 77,78 % (n=77) dos quilombolas começaram a trabalhar antes dos 18 anos de idade. Observou-se que 58,59% (n=58) avaliaram como regular sua condição de saúde e que a base alimentar predominante nessas comunidades foi o consumo de feijão e baixo consumo de salada, verdura, legume, carne vermelha, frango e frutas e leite. Sobre o perfil de morbidade, identificou-se que prevalência de hipertensão, diabetes, colesterol alto, anemia, problemas na coluna e depressão. Registrou-se que 68,96% (n=40) das mulheres engravidaram com idade inferior ou igual a 18 anos e 58,62% (n=34) declararam já ter vivenciado 4 ou mais gestações. Em relação aos idosos quilombolas, 60%(n=12) já chegaram a passar fome quando crianças. Ao todo, 90,91% (n=90) dos quilombolas costumam procurar o mesmo serviço de saúde quando precisam de assistência à saúde (Unidade Básica de Saúde). Registrou-se que 84,32% (n=43) dos serviços estavam localizados no mesmo município e os indivíduos gastavam até 4 horas com o deslocamento (média = 48; mediana = 30 minutos), sendo o carro e motocicleta o meio mais usado para chegar até o serviço de saúde. Para conseguir o atendimento, 52,94% (n=27) dos entrevistados agendou a consulta previamente e esperavam até 9 horas para serem atendidos (média=120,8 minutos; mediana = 2 horas). Após compreender este cenário, é possível identificar que a assistência e as condições de saúde entre os quilombolas estão a quem do nível ideal, apontando um desafio para a superação das desigualdades étnico-raciais e de gênero no território quilombola.

MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1533769 - ANA CARLA MARQUES DA COSTA
Presidente - 1533819 - JOSENEIDE TEIXEIRA CÂMARA
Externo ao Programa - 1533751 - MAGNÓLIA DE JESUS SOUSA MAGALHÃES