Modelos de distribuição potencial de espécies de hepáticas (Marchantiophyta) endêmicas do Brasil diante de cenários de mudanças climáticas como ferramenta para a conservação.
Alteração do clima, Hepáticas, Modelagem.
As mudanças climáticas representam uma grande ameaça à biodiversidade, especialmente quando associada a outros fatores de mudança global, como a destruição de habitats, a fragmentação e a invasão de espécies exóticas. Esse estudo propõe-se em apresentar uma modelagem distribuição preditiva de três espécies da família Lejeuneaceae endêmicas do Brasil, com o objetivo de avaliar os efeitos das mudanças climáticas na distribuição dessas espécies. A modelagem de distribuição potencial das três espécies baseou-se em modelos climáticos e os resultados foram projetados para todo o Brasil, considerando dois períodos de tempo (presente e futuro). As espécies analisadas foram Ceratolejeunea atlântica Alvarenga & Ilkiu-Borges, Harpalejeunea schiffneri S.W. Arnell e Vitalianthus bischlerianus (Porto & Grolle) R.M.Schust. & Giancotti. Utilizando o software MaxEnt, os modelos de distribuição preditiva (presente e futuro) foram elaborados e analisados. As variáveis ambientais utilizadas foram obtidas a partir do projeto Worldclim (resolução 30 segundos) com aproximadamente 1 km2 de resolução espacial. Como resultado da modelagem do cenário atual, a projeção indicou uma sobrepredição de áreas adequadas para C. atlântica. Considerando o cenário futuro de aumento de temperatura, os modelos gerados prever que poderá ocorrer uma redução dos locais ambientalmente adequados para H. schiffneri e V. bischlerianus, mas que essa diminuição nas áreas não afetará radicalmente na distribuição dessas espécies.