O PROCESSO DE CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL CÂNION DO RIO POTI E FLORÍSTICA DE ANGIOSPERMAS, BRIÓFITAS E SAMAMBAIAS
Afloramentos rochosos. Caatinga. Diveridade vegetal. Unidade de conservação.
O Brasil é megadiverso, apresenta e abriga a maior biodiversidade do planeta, em especial da flora. Nesse sentido, os estudos sobre a composição e diversidade florística são extremamente importantes, principalmente para as angiospermas, briófitas e samambaias, para o conhecimento e compreensão da estrutura e da dinâmica da vegetação. Esses estudos possibilitam informações qualitativas e quantitativas (abundancia, diversidade, riqueza e distribuição) das espécies, que visam a priore subsidiar a tomada de decisões sobre o manejo, modelos de conservação e preservação sobre as áreas pesquisadas. Nesse contexto, as áreas de proteção ambiental, áreas de relevante interesse ecológico, estações e reservas ecológicas/biológicas, funcionam como aliado e parceiro com objetivos de proteção dos biomas e da biodiversidade. Diante disso, esse estudo objetivou compreender o processo de criação, implantação do Parque Estadual Cânion do rio Poti, Buriti dos Montes, Piauí e listar a sua flora das angiospermas, briófitas e samambaias. Para tanto, o material botânico foi coletado provenientes de trechos de áreas de afloramentos rochosos presentes sobre a influência do Cânion do Rio Poti. As plantas coletadas foram herborizadas, identificadas e classificadas, seguindo a literatura usual especializada para cada um dos grupos supracitados. As espécies encontram-se depositadas no Herbário do Centro de Estudos Superiores de Caxias/CESC, da Universidade Estadual do Maranhão/UEMA. A composição florística do Parque é composta por 76 espécies, distribuídas em 60 gêneros e 33 famílias de angiospermas, briófitas e samambaias, respectivamente. Destas, 56 espécies (73,7%), 48 gêneros e 25 famílias são de angiospermas. Para briófitas são registradas 14 espécies (18,4%), distribuídas em seis famílias e oito gêneros, enquanto as samambaias são compostas por seis espécies (7,9%), distribuídas em quatro gêneros e duas famílias. Em relação a distribuição das espécies dos respectivos taxa nos domínios fitogeográficos, seis (6 spp., 7,9%) estão presentes em todos, em cinco (18 spp., 23,7%), quatro (4 spp., 22,3%), três (12 spp., 15,8%), dois (14 spp., 18,8%) e em um (9 spp., 1,3%). Das espécies registradas 19,7% (15 spp.) espécies são novos registros para o Piauí; destas 11,8% (9 spp.) são briófitas (C. fragilis, D. hilariana, F. intromarginatus, F. leptophyllus, F. pellucidus, F. zollingeri, P. cernua, P. cellulare e S. obtusum) e 7,9% (6 spp.) angiospermas (A. peduncularis, C. oncocalyx, M. ganglinosa, S. guianensis, V. gardneriana e W. operculata). Para a Caatinga 13,2% (10 spp.) são novos registros; 9,2% (7 spp.) são de angiospermas e 3,9% (3 spp.) para briófitas. A pesquisa é a primeira listagem florística de angiospermas, briófitas e samambaias para o município de Buriti dos Montes e o Parque, com as samambaias, como primeiros resultados para o Piauí. O estudo contribui com informações importantes do registro das espécies vegetais na área de afloramento rochoso da Caatinga, que amplia a ocorrência e a distribuição geográfica das espécies. Os resultados não se dão por encerrado, sendo necessários novos estudos e levantamentos florísticos dos grupos em todos ambientes e em outras fitofisionomias nas áreas de delimitação do Parque para amostrar a real diversidade.