PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE HOMENS COM CÂNCER UROLÓGICO ATENDIDOS NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE CAXIAS, MARANHÃO
Epidemiologia. Homens. Neoplasias Urológicas. Perfil de saúde.
Os cânceres urológicos representam um grupo distinto de doenças, sendo causas de morbimortalidade no Brasil. Fatores socioambientais, hábitos de vida, antecedentes mórbidos pessoais e familiares estão relacionados ao desenvolvimento desses tipos de câncer. Este trabalho teve como objetivo verificar a ocorrência, o perfil clínico e epidemiológico de homens acometidos por diferentes tipos de câncer urológico atendidos em instituições de saúde públicas do município de Caxias, Maranhão. Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal e quantitativa, realizada em três instituições públicas de saúde, do referido município, por meio da consulta a prontuários, livro de admissão e pela realização de entrevistas. O questionário utilizado para esta terceira fase do estudo, continha perguntas a respeito dos aspectos clínicos e sociodemográficos dos portadores de neoplasias urológicas. Homens com idade acima de 18 anos, diagnosticados com câncer urológico e atendidos nas instituições de saúde públicas envolvidas na pesquisa foram incluídos na amostragem. Um total de 357 pacientes registrados no livro de admissão entre os anos de 2008 a 2017 e 35 pacientes entrevistados no período de 2017 e 2018 fizeram parte do estudo. O câncer de próstata foi o mais representativo dentre as neoplasias urológicas tanto em relação ao total de ocorrências na rede pública de saúde (p<0,0001), como para os casos dos residentes no município (p<0,0001), nos referidos anos dos registros. Este tipo de câncer também foi o de maior frequência entre os pacientes entrevistados (88,6%). Entre os anos de 2008 e 2017, aquele que apresentou o maior número de casos no município foi 2011 (18,48%). Quanto às associações das variáveis obtidas por entrevistas, observou-se que o risco de haver o desenvolvimento de hipertensão foi maior quando não houve uma alimentação saudável ou quando o indivíduo apresentou idade superior a 59 anos (p = 0,02). Entre os pacientes entrevistados, o risco de uma pessoa não alfabetizada nunca ter usado preservativo nas relações sexuais, foi 2,10 vezes maior do que aquele alfabetizado (p = 0,04). A falta de conhecimento sobre fatores de risco, aspectos clínicos e epidemiológicos relacionados aos cânceres urológicos gera dificuldade na prevenção e diminui a qualidade de vida. A partir da verificação da ocorrência e do perfil clínico e sociodemográfico de pacientes acometidos por essas patologias será possível lançar propostas que visem a melhoria do trabalho preventivo.