AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICO E SUA ASSOCIAÇÃO COM O POLIMORFISMO DO GENE NOS3 EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS
Polimorfismo Glu298Asp. Gene NOS3. Risco cardiometabólico. Doença Renal Crônica.
A doença renal crônica é caracterizada pela perda gradativa da função renal, com relevante impacto para a saúde pública por estar associada a carga de fatores de risco cardiovascular e à mortalidade prematura. Por ser uma doença multifatorial, variantes genéticas podem estar envolvidas em sua patogênese e nesse contexto, existe um interesse em examinar a associação entre o polimorfismo Glu298Asp dentro da enzima óxido nítrico-sintase endotelial (eNOS) do gene NOS3 e a presença de problemas cardiometabólicos em pacientes renais. Dessa forma, o estudo teve por objetivo avaliar os fatores de risco cardiometabólico, bem como perfil bioquímico, parâmetros antropométricos e sua associação com o polimorfismo do gene NOS3 em pacientes renais crônicos. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 95 pacientes acompanhados em um centro de prevenção de Doença Renal e universitários. Foram avaliados dados sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos e hemodinâmicos. Para determinação da frequência do polimorfismo Glu298Asp, foi realizado a extração do DNA a partir de sangue total, seguido de amplificação através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com primers específicos e submetidos à reação de sequenciamento de DNA. Para a análise estatística foi utilizado o software SPPS® versão 25.0, sendo aplicado os testes t de Student e ANOVA One Way para comparação entre os grupos. A curva ROC avaliou os melhores preditores não invasivos da síndrome metabólica (SM). Os resultados no que se refere a epidemiologia foram considerados significativos quando p<0,05. Houve prevalência do sexo feminino (p<0,001) e alterações na glicemia, frações lipídicas, pressão arterial, índice de massa corporal (IMC), gordura corporal (%), circunferência da cintura e risco para SM no grupo renal. Os melhores preditores não invasivos de SM foram a relação cintura-estatura (AUCROC=0,85), IMC (AUCROC=0,80) e percentual de gordura corporal (AUCROC=0,80). E na análise polimórfica, 65 indivíduos foram considerados homozigotos normais, um indivíduo homozigoto mutado e 28 considerados heterozigotos. A presença do risco para síndrome metabólica demonstra maior risco cardiometabólico no grupo renal. Foi evidenciado a presença de um único indivíduo com o polimorfismo Glu298Asp, entretanto não foi possível associar sua presença com o risco cardiometabólico. E quanto aos melhores preditores não invasivos de SM foram destacados a relação cintura-estatura, índice de massa corporal e percentual de gordura corporal.