ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E RASTREIO DE DIABETES MELLITUS
Doenças não Transmissíveis; Atenção Primária à Saúde; Autocuidado.
Introdução: as doenças cardiovasculares, o câncer, o diabetes mellitus e as doenças respiratórias crônicas representam as principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), estas são responsáveis por aproximadamente 70% das mortes no planeta. Considerando o alto risco para esses indivíduos, os atendimentos presencias nos serviços públicos de saúde foram adaptados conforme a estratificação de risco e a condição clínica do paciente. Objetivo: analisar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica, com o uso do instrumento QATHAS - Questionário de Adesão ao Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica, rastreando e identificando o conhecimento sobre diabetes mellitus neste grupo de participantes. Método: estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa, desenvolvido em parceria com 9 equipes de saúde da família, e uma amostra de 128 participantes. Os instrumentos de coleta de dados foram: o QATHAS, Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) e Diabetes Attitude Questionnarie (ATT-19). Neste estudo foi utilizado o nível de confiança usual de 5% (0,05). Para tabulação e organização dos dados foi utilizado o programa Microsoft Excel 2016, e para análise estatística o programa Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS) versão 22. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. E todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: identificou-se com o QATHAS que 38% dos participantes atingiram o nível 90 e 36% o nível 100. Observou-se nas médias de Índice de Massa Corpórea (IMC) e circunferência abdominal dos participantes sobrepeso e acúmulo de gordura abdominal (principalmente nas mulheres). Identificou-se que a mediana de glicemia se manteve acima de 150mg/dl enquanto a meta para as pessoas em tratamento, embora seja individualizada, costuma ser inferior a 150mg/dl. Foi possível correlacionar dentro do público feminino uma adesão positiva em relação ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo e o controle das taxas de glicemia. Com o uso do FINDRISC foi possível verificar uma associação estatisticamente significativa entre a escolaridade e o risco de diabetes. Com o ATT-19 foi verificada uma significância estatística para a diferença entre as proporções de atitude, sendo a atitude negativa mais predominante. Conclusão: identificou-se adesão mediana ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso para hipertensão arterial sistêmica, como também que o baixo nível de escolaridade é fator predisponente, com aumento do risco de o indivíduo com hipertensão arterial sistêmica desenvolver diabetes mellitus. Além disso, os participantes com hipertensão arterial sistêmica associada a diabetes mellitus, tem uma dificuldade em conviver com a doença, ou seja, uma atitude negativa. Os resultados apresentados apontam para um esforço adicional das equipes da estratégia saúde da família no acolhimento, manejo e vínculo com esse público.