Adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica e rastreio de diabetes Mellitus.
Doenças não Transmissíveis; Atenção Primária à Saúde; Autocuidado.
Indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mostraram-se mais vulneráveis a graves complicações neste complexo cenário da pandemia de COVID-19, apontando para a necessidade de fortalecer as ações de rastreio, controle e tratamento desse grupo populacional. Objetivou-se analisar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica, com o uso do instrumento QATHAS, rastreando e identificando o conhecimento sobre diabetes Mellitus (DM) neste grupo de participantes. Trata-se de estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa, realizado na rede de atenção primária à saúde do município de Caxias, Maranhão. Foram instrumentos de coleta de dados, o Questionário de Adesão ao Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (QATHAS), o Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) e o Diabetes Attitude Questionnarie (ATT-19). Participaram do estudo 128 indivíduos, destes 52% apresentavam a HAS e, 48% a HAS e DM simultaneamente, desse grupo 70% das mulheres eram hipertensas, e 61% apresentavam os dois agravos concomitantemente. Já no sexo masculino 30% tinham HAS, e 39% eram hipertensos e diabéticos. A faixa etária predominante foi ≥60 anos (59%). Os níveis pressóricos mais representados foram PAS ≤130 mmHg e PAD ≤90 mmHg (53%). Os valores de glicemia variaram em < 100 mg/dl (15%) e ≥ 200 mg/dl (24%). Os anti-hipertensivos mais utilizados foram, os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA) (33%) e os diuréticos (19%). Os antidiabéticos mais usados foram das classes, das biguanidas (17%) e, das sulfonilureias (8%). A associação com tabagismo e alcoolismo foi observada em 17% e 22%, respectivamente. O índice de massa corporal (IMC), teve variações com maior representação de 25.0 - 29.9 kg/m² (36%) e ≥ 30 kg/m² (33%). A circunferência abdominal da maioria foi representada 94-102cm (34%) e >102cm (30%). Observou-se na amostra que apenas 9% alcançaram o nível 110 na escala QATHAS. O risco alto em desenvolver o DM foi observado em 42% dos entrevistados, e o risco muito alto em 19%. Os pacientes que tinham o diabetes associado a hipertensão, realizou-se uma análise do comportamento em relação a doença com o instrumento ATT-19. Uma atitude otimista em relação ao DM foi observada em 31% dos pacientes, e 16% tem uma atitude limitada em relação a doença. Os resultados desse instrumento ainda serão melhor avaliados pelos pesquisadores. Os achados apresentados apontam para a necessidade de esforço adicional das equipes da estratégia saúde da família no acolhimento, vínculo, manejo e educação e saúde com esse público que mostra potencial para alcance de melhores níveis de adesão ao tratamento.