ANÁLISE ESPACIAL E EPIDEMIOLÓGICA DA INFECÇÃO LATENTE POR MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA DE CAXIAS-MA
Perfil Epidemiológico. Teste Tuberculínico. Geoprocessamento. Atenção Primária a Saúde. Tuberculose Latente.
Apesar de ser uma doença tratável e curável, a tuberculose ainda constitui um grave problema de saúde pública e continua sendo a principal causa de morte por doença infecciosa entre adultos em todo mundo. Entre os grupos de risco para essa infecção estão os profissionais da área da saúde, um dos grupos mais vulneráveis, pois mesmo que não apresentem sintomas podem estar infectados pela forma latente. Deste modo o estudo tem como objetivos: avaliar a distribuição espacial e epidemiológica da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis entre profissionais de saúde da atenção básica da cidade de Caxias-MA; identificar a prevalência da infecção latente da tuberculose nos profissionais de saúde da atenção básica através da prova tuberculínica; caracterizar o perfil epidemiológico dos profissionais de saúde com infecção latente da tuberculose; mapear a distribuição da infecção latente da tuberculose entre os profissionais de saúde da atenção básica da zona urbana da cidade Caxias-MA; associar as características sociodemográficas com a infecção latente da tuberculose nos participantes do estudo. Assim, desenvolveu-se uma pesquisa transversal, exploratório-descritiva de abordagem quantitativa em vinte e cinco Unidades Básicas de Saúde da cidade de Caxias-MA em 2021, com uma amostra de 287 profissionais de saúde da atenção básica. A coleta de dados foi realizada, através de um questionário adaptado com perguntas relativas ao perfil sociodemográfico, condições de trabalho, clínicas e de saúde dos participantes. Para identificação da tuberculose latente, realizou-se a Prova Tuberculínica (PT), cujo resultado foi determinado pela leitura do endurado maior ou igual a 5mm em 48 horas após aplicação. A análise dos dados ocorreu no software estatístico SPSS versão 22.0. De acordo com os resultados, a prevalência da tuberculose latente na população estudada foi de 30,7%. De acordo com a distribuição dos profissionais de saúde segundo o ponto de corte da PT (≥ 5 mm), observou-se que 36,1% (48), 30,4% (21) e 19,4% (6) daqueles que apresentaram resultado positivo eram ACS, técnicos/auxiliares de enfermagem e enfermeiros, respectivamente. Ter recebido algum treinamento ou capacitação sobre tuberculose foi a única característica associada ao resultado positivo da PT (p=0,008) em comparação aos que não receberam. Para cerca de 30,4 % dos casos reatores, este foi o primeiro contato com o exame. Ademais, ser portador de alguma doença crônica (p=0,713) e hábitos como etilismo (p=0,858) ou tabagismo (p=0,521) não representaram fatores de risco estatisticamente significativos para resultados de prova tuberculínica positiva. Os achados da presente pesquisa, fornecem informações relevantes para as equipes especializadas em medicina do trabalho, o que pode estimular o uso da PT como uma ferramenta de biossegurança, voltada a instituição de medidas e identificação de infecções ligadas a questão ocupacional.