ANÁLISE MICROBIOLÓGICA, FÍSICO- QUÍMICA E POR METAIS PESADOS DO RIO ITAPECURU NO LESTE MARANHENSE
Rio Itapecuru. Qualidade da Água. Coliformes. Físico-químico. Metais pesados.
No Leste Maranhense perpassa a bacia do rio Itapecuru, um dos principais rios que percorrem o estado do Maranhão. Nota-se que com o passar dos anos, houve um aumento da poluição dos mananciais decorrente de ações antrópicas, diminuição da vegetação ripária, dentre outras ações que estão causando danos ao meio ambiente e a saúde da população que utiliza essa água. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar a qualidade da água em termos de parâmetros microbiológicos, físico-químicos e por metais pesados do rio Itapecuru no Leste Maranhense. Trata-se de um estudo de natureza experimental, com abordagem quanti-qualitativa, realizado no período de junho de 2021 até março de 2022. Inicialmente ocorreu um levantamento dos locais a serem realizadas as coletas, que em seguida, foram identificados e registrados para controle. Foram selecionados dez pontos ao longo do curso do rio Itapecuru que perpassa a cidade de Caxias-Ma. As análises dos parâmetros físicos, químicos foram realizadas no período seco para evitar efeitos de diluição. Para execução dos testes, as aferições dos parâmetros foram realizadas in situ, os parâmetros físico-químicos analisados foram: temperatura da água, condutividade elétrica, potencial hidrogeniônico (pH) e oxigênio dissolvido. As amostras para a análise de metais pesados foram coletadas no mesmo período das físico-químicas, seguindo regulamentação padronizada contidas no Manual de controle da qualidade da água para técnicos que trabalham em ETAS, e foram encaminhadas ao o Laboratório de Espectroscopia (LabEspec) do Instituto Federal do Piauí, Campus Teresina Central e foram analisadas pela técnica de fluorescência de raios X dispersivos de energia (EDXRF) na máquina Episilon 3-XL PANalytical. As coletas para a avaliação microbiológica foram realizadas de setembro de 2021 a fevereiro de 2022, seguindo as normas contidas no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater e as análises ocorreram no Laboratório de Microbiologia e Imunologia das doenças infecciosas do CESC/UEMA. Em relação aos parâmetros físico-químicos: a temperatura média dos pontos foi de 26,8 ºC. Na condutividade a maior média encontrada foi de 60,57 μS/cm, e a menor média foi de 32,47 μS/cm. No potencial hidrogeniônico a média mais elevada foi de 7,6 e a menor apresentou 6,7. No que se refere ao oxigênio dissolvido, à maior média foi de 10,47 mg/L e a menor média de 5,23 mg/L. Quanto a analise microbiológica, no resultado do teste presuntivo as leituras alternaram entre 240 e >1.600 NMP/100 ml, no teste confirmativo para coliformes totais e no teste complementar (Escherichia coli- EC), para coliformes termotolerantes houve uma variação entre 14 e 1600 NMP/100 ml para ambos os testes. Na análise estatística dos elementos químicos potencialmente tóxicos (metais pesados) nos dez pontos de coletas foi realizada uma Análise de Componentes Principais (PCA) para avaliar quais variáveis explicam melhor a variação ambiental dos locais avaliados, e para comparar se existia diferença nos parâmetros físicos – químicos coletados foi realizada uma matriz de associação que é usada na Análise de Coordenadas Principais (PCoA). Como resultado da PCA, obteve-se em seu primeiro eixo 40,07% da explicação da alternância dos dados ambientais e no segundo eixo 20,11%, totalizando 60,18% da variação dos dados. Nos resultados da PCoA, no primeiro eixo, foi elucidada uma alteração de 42,18% da variação dos dados e o segundo eixo explicou 32,35% da variante dos dados, tendo-se como total de 74,53% da variação dos dados físicos – químicos. Portanto, os resultados da pesquisa indicam que as águas do Rio Itapecuru no médio curso do Rio Itapecuru (Leste Maranhense, Brasil) precisam ser constantemente monitoradas e avaliadas, visto que esse rio possui grande importância para o município de Caxias-MA, e a população utiliza-o para diversas finalidades.